PSD subsidiário da austeridade e da supressão de subsídios….

Dentro das medidas preconizadas pelo OE para 2018 foi votada e aprovada uma proposta do PCP determinando o fim dos pagamentos dos subsídios férias e de Natal por duodécimos. Nada de transcendente já uma esmagadora maioria dos trabalhadores assalariados (> de 90%) recebiam estes subsídios por inteiro.

A votação mereceu o apoio das diversas bancadas parlamentares com exceção do PSD link

Interessa perceber porquê.

O pagamento dos subsídios de férias e de Natal foi, durante a governação de Passos Coelho, ‘fatiado’ em duodécimos para camuflar uma drástica diminuição de rendimentos dos trabalhadores por conta de outrem.

Por outro lado, este rateamento escondia a intenção de ‘eliminar’ o seu pagamento quanto ao futuro. Esta medida da Direita seria um instrumento para, em conjugação com um prolongado congelamento salarial, um ínvio caminho para, na prática e com projeção futura, eliminar liminarmente os subsídios.
Representava – sem o nunca ter confessado publicamente – uma medida ‘provisória’ com efeitos diferidos no futuro, logo ‘permanentes’, ao encontro do espúrio conceito de que o País viveria acima das suas possibilidades.

Simultaneamente, dentro da senda de nivelar a situação dos sectores público com o privado – um ‘argumento passista’ repetido ad nauseum para nivelar por baixo os salários – torna-se incompreensível, para os cidadãos, a argumentação invocada pelo PSD para rejeitar o fim do pagamento por duodécimos que harmoniza as condições retributivas abrangendo todos os trabalhadores.
Na verdade, a proposta do PCP aprovada na AR é, sem tirar nem pôr, uma medida niveladora se ambos os sectores laborais (público e privado).

Fica assim visível qual a ideia do PSD quando repetidamente fala em reformas estruturais. As que fez não o foram porque não passaram de compressões salariais e extorsões por via fiscal. E para iludir incautos lá foi dizendo que eram medidas temporárias.
Na verdade, a proposta que o PSD, ao fim de 2 anos na Oposição, não mudou e o que sorrateiramente o PSD de Passos Coelho ainda alimenta passa por um empobrecimento forçado dos portugueses e portuguesas como eixo propulsor para crescimento económico

Mesmo à revelia dos novos ventos europeus que paulatinamente vão mudando de direção o PSD de Passos Coelho continua a apostar na austeridade como fator promotor do desenvolvimento. Sendo assim, quando o líder do PSD anunciou a chegada do diabo para tomar conta do atual governo o que queria dizer era diferente: pretendia transformar o País num inferno.

Este pormenor inerente a uma votação parcelar do OE 2018 sobre o fim dos pagamentos dos subsídios em duodécimos revela que o PSD continua amarrado a preconceitos neoliberais e, pior, não apreendeu nada com a cura de oposição que já vai em 2 anos.
Bem pode o PSD implorar por novas oportunidades que por este caminho não vai lá. Aliás, esta 'clique passista' está de saída, para não dizer em debandada, por atacado, isto é, rejeitando suaves renovações (p. exº.: por duodécimos...).

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