Qual será a próxima capa?


Quando se credencia a investigação jornalística de um colaborador partidário, a primeira vítima é o jornal que a publica.

Quem confunde o anonimado de um militante com as secretas do Estado, crê que estas enviam para um jornal o relatório destinado ao Governo. Perdido o senso crítico, até se pensa que um relatório técnico pode formular juízos de valor sobre entidades, em vez de apresentar factos, nus e crus, que eventualmente as podem comprometer.

Só se ludibria quem, na ânsia de que seja verdade, se agarra a um documento apócrifo como a boatos sobre suicídios, no desespero do náufrago a procurar a boia.

Será difícil confundir os eleitores com o próximo boato. Em Belém mora um inquilino honrado, Fernando Lima já se reformou, José Manuel Fernandes só consegue a direção de um jornal virtual e mal frequentado, e a pastelaria da Av. de Roma mudou de dono e de clientela.

É neste jogo desesperado que Passos Coelho apressa o seu funeral político, ele que não nasceu para tão altos voos, e que Ângelo Correia, à falta de melhor, lançou na corrida vitoriosa a S. Bento e já não conseguiu parar a tempo, por ter no terreno Miguel Relvas, Marco António, Paulo Júlio e outros operacionais empenhados.

É a hora de Rui Rio tentar chegar à Rua de S. Caetano, à Lapa, em Lisboa, depois de ter banido da Câmara do Porto o PSD e de prestar ao País um notável serviço, ao pôr termo à carreira política de Luís Filipe Meneses, um dos mais visados pela Visão no esquema de corrupção de câmaras do PSD da zona do Porto, silenciado pela comunicação social.

Vinte páginas de investigação não foram suficientes para sobressaltar o País e levar o Ministério Público a ser tão determinado nessa investigação como noutros processos.

Os dados estão lançados. Passos Coelho vai fazer falta à esquerda. É preciso demasiado mérito e muito tempo para que o próximo líder do PSD atinja tal descrédito.

Comentários

e-pá! disse…
Sobre a falsa notícia do Expresso, a colagem de PPC, a excitação de Cristas e o secreto onanismo de uma Direita manuseada pelo desespero vamos tirar a limpo se, de facto, 'o ridículo mata'...

Por outro lado, o preocupante é as tais fontes militares (que à posteriori o Expresso veio invocar) e que, no activo e na reserva, engrossam as fileiras e sediciosamente 'alimentam' a Direita com 'sonhos de Verão', quando esta caminha inexoravelmente para o mais impiedoso Inverno.

Com estrategas desta natureza PPC não vai longe...
A caserna debicadora de hipotéticos relatórios é tão fiável como o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pedrogão Grande que o informou sobre imaginários suicídios. Ou, ainda, de uma misteriosa empresária da capital, especialista em recorrentes falências, que teria em 'construção' uma outra lista sobre as vítimas do incêndio de Pedrogão.

O espetáculo é, perante o 'desnorte' da Direita, o tempo que vai desmascarando os 'alinhamentos' da comunicação social. E a desgraça é, no futuro, os cidadãos não terem fontes de informação fidedignas.

E Passos Coelho - perante o descrédito do semanário Expresso - como vai continuar a ter notícias do Governo?
Ou vai contentar-se com o papel de 'Observador' (que para sua desdita só se publica 'on line')?
E-Pá:

Excelente post. Devia estar no outro lado.

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