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A mostrar mensagens de janeiro, 2017

Benoit Hamon et ‘la gauche de la gauche’…

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As eleições primárias para o candidato do PSF à presidência da República Francesa têm um enorme significado político.   Benoit Hamon venceu as eleições com uma margem confortável de votos sobre Manuel Valls link . Não se tratou de uma disputa qualquer. Foi um confronto entre a Esquerda liberal e a social. Venceu esta última.   Este foi mais um momento em que a Esquerda, num País europeu, se esforça por clarificar a sua posição política. Não se trata simplesmente da ‘ Esquerda da Esquerda ’ link , mas antes a Esquerda política, económica e social assumindo as matrizes ideológicas do socialismo. A Esquerda não deve lamentar o ocorrido baseando-se em cálculos contabilísticos (de putativos votos) mas antes devia envergonhar-se de, ao longo das últimas décadas, ter ‘oferecido’ aos eleitores um modelo de gestão da trama capitalista, adocicando-o. Para usar uma expressão popular ‘ de ter vendido a alma ao diabo’.   Provavelmente, Benoit Hamon , não vai ter um bom resultado

Foi há 126 anos

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Recordando um ato heróico que foi fermento do 5 de Outubro de 1910 31 de Janeiro de 1891 (Porto)

O 'ajustamento' democrático (em curso) …

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Mais cedo do que se julgava veio à tona a verdadeira razão pela qual o PSD denodadamente se bateu contra a ‘TSU dos patrões’ link .  Queria matar 2 coelhos com a mesma cajadada: fazer chicana ao Governo PS e (também) ‘ encanzina r’ o aumento do salário mínimo nacional.   A posição do BE e PCP contra as alterações na TSU era desde há muito conhecida e revelou-se uma opção extremamente realista. Estes partidos não aceitam que o aumento do salário mínimo nacional possa estar (ficar) ligado a benefícios patronais quanto mais não seja porque a programação escalonada desse aumento até 2019, como está no programa de Governo, colocaria o Executivo de joelhos perante as corporações patronais.   Agora, em Arouca, em plena campanha autárquica, o dirigente do PSD revela explicitamente a posição do seu partido. Está contra o aumento do salário mínimo, isto é, pretende condicionar a devolução de rendimentos aos trabalhadores à evolução do crescimento da economia e à competitividade. F

Hitler subiu ao poder há 84 anos

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A TrumPutinização da Europa O pangermanismo, antissemitismo e anticomunismo fizeram do Partido Nazi alemão o mais votado. Em 1933, tornou-se o maior partido eleito no Reichstag, e seu líder, Adolf Hitler, foi nomeado Chanceler da Alemanha no dia 30 de janeiro desse ano. Há 84 anos, começou a maior tragédia da História. Os EUA primeiro, o racismo, a xenofobia e o populismo deram ao Partido Republicano americano a maioria absoluta nos vários centros do poder. O protestantismo evangélico chegou ao poder. Há quem não queira ver semelhanças no moralismo religioso e imoralismo económico que, de forma boçal, se desenha, quiçá com o mais improvável dos aliados, Putin. A Sr.ª May, com menos álcool, é a nova Thatcher. A União Europeia e o euro estão á beira do desastre esmagados por Trump, May e Putin, com a Turquia a pensar no califado. Estamos Trumputinizados.

O obscurantismo e a fraude ao serviço da fé

A defunta Irmã  Lúcia especializou-se no ramo da infertilidade feminina «Após mais um ano de tratamentos de fertilidade, uma jovem mulher, de Lisboa, ouviu da médica a certeza de que nunca poderia ter filhos. No dia do funeral da vidente de Fátima, 15 de fevereiro de 2005, rezou e pediu-lhe fervorosamente ajuda. Em maio, três meses depois, soube que estava grávida.»

E não param as conversões...

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Europa: Mais uma ‘cimeira do Sul’…

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A reunião que está a decorrer em Lisboa e que reúne representantes dos governos de Portugal, Malta, França, Espanha, Itália, Grécia e Chipre (o 'grupo EUmed') tem uma agenda vasta. A reunião de dirigentes destes países vai debruçar-se sobre problemas de emigração e segurança. Por detrás do pano e não menos importante (pelo contrário!) estão questões basilares como a Defesa e a União económica e monetária link .   Estes dois últimos temas adquiriram especial relevância nos últimos tempos.   A Defesa com a eleição de Donald Trump foi empurrada para a situação de necessitar de reavaliar as funções e o âmbito da NATO. O que foi colocado em questão por Trump ultrapassa o mero empenhamento financeiro na organização. Na realidade, os EUA estão a revelar o intuito de querer adotar a 'via mercenária' para qualquer tipo de intervenção no exterior e assim dar satisfação às exigências do complexo industrial de armamento americano. A política externa norte-americana reser

Lisboa - Convite

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Opinião

«O cristianismo e o liberalismo económico são compatíveis? Claro que sim, por muito que digam o contrário os padres que você tem de suportar quando se aproxima da missa e até o próprio Papa Francisco, com quem, verdade seja dita, tivemos muita pouca sorte.» (Miguel Ángel Belloso, diretor da revista Actualidad Económica, hoje, no DN, pág. 48, no seu artigo semanal de página inteira)

Trump soma e segue

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Não se espera de um mestre-de-obras que poupe terrenos de vocação agrícola à fúria do betão, nem de um agiota que se comova com os juros das penhoras. Trump foi péssimo nas promessas da campanha eleitoral, e é ainda pior no cumprimento em que insiste. Ele não é um nacionalista que alguns ingenuamente imaginaram, é o imperialista que se disfarçou de anti globalista para impor a ‘sua’ globalização à força. Não gosta dos EUA, gosta dos países dos outros, a quem pretende assustar e explorar. No próprio país, não se importa de penalizar as energias renováveis a favor dos combustíveis fósseis. Não lhe interessa o futuro dos netos, vive a orgia do curto prazo. Ele próprio é um fóssil. O muro da vergonha, a cortina de betão com que quer separar o México dos EUA, já foi anunciado para os próximos meses. Tudo o que der um lucro imediato, será indiferente à sobrevivência do Planeta. A defesa da tortura é a inclusão dos métodos do Estado Islâmico na Nova Ordem da era Trump. Faz a síntese e

A lição de ontem…

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Ontem, no Parlamento, ocorreu uma lamentável, mas significativa, cena de oportunismo partidário, protagonizada pelo PSD com a rejeição da 'TSU dos patrões’. Trata-se de um grave travestismo posicional, ao arrepio de qualquer tipo doutrinário e da coerência política que, desta vez, e por mero acaso, não trará consequências para o País. Mas a vida continua e deverão tirar-se ilações do acontecido. O PS não pode, enquanto governo, balancear-se entre a posição conjunta de Esquerda e os oportunismos da Direita. Ficou notório que a Direita ainda não digeriu o seu afastamento da governação. Nenhuma posição futura é previsível já que o cimento do seu comportamento parlamentar é a miragem de um regresso rápido ao poder, não hesitando até lá no dificultar da resolução dos problemas nacionais, isto é, cavalgando o ‘diabo’. Tal comportamento introduz novas variáveis na política nacional. Acabaram-se os tempos do ziguezague tão frequentes no terreno político nacional. Poucas alternat

Donald Trump e o Partido Republicano

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O Partido Republicano, fundado por abolicionistas, partido cujo primeiro presidente foi Abraham Lincoln, dificilmente se reconheceria no trajeto iniciado há trinta anos, sob a influência da Direita Religiosa, radicalizado pela chegada do Tea Party e bem-sucedido com o extremista Donald Trump, com o apoio não repudiado da Ku Klux Klan. Aliás, Trump faz a síntese da pior herança das últimas três décadas e acrescenta o exuberante apoio ao sionismo judaico. Trump não é um risco, que as promessas feitas na campanha presidencial prenunciavam, é uma ameaça trágica pela obstinação em cumpri-las. Racista, misógino e exibicionista, falta-lhe preparação, sensatez e equilíbrio para dirigir o mais poderoso país. Com a sua vitória eleitoral tornou-se o homem mais perigoso do mundo. Com maioria republicana no Congresso (Câmara dos Deputados + Senado) e no Supremo Tribunal (Suprema Corte), cujos juízes são nomeados pelo PR e confirmados pelo Senado), Trump é o mais poderoso dos Presidentes dos E

Liberdade de expressão

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O 1.º ano de Marcelo Rebelo de Sousa - o PR

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Nunca pensei que, um ano volvido após a eleição do novo inquilino de Belém, lhe prestasse homenagem. Votei em Sampaio da Nóvoa e, ainda hoje, voltaria a fazê-lo, pela maior proximidade ideológica e pela minha arreigada conceção laica da República. Dito isto, depois dos dois penosos mandatos de Cavaco Silva, onde não se vislumbrou um rasgo de virtude cívica ou de pedagogia democrática, a chegada de Marcelo, liberto de prótese conjugal (resquício monárquico que a República conserva), sem a mancha de negociatas, passado sombrio ou rancores partidários, foi uma lufada de ar fresco. A cultura, inteligência e sentido de Estado fizeram do PR um referencial de estabilidade e patriotismo, apreciado pela grande maioria dos portugueses. Penso mesmo que um PR conservador foi mais benéfico para a estabilidade política do que o PR que eu preferiria. A preparação para o cargo é indiscutível. A sua pedagogia cívica, sem jamais manchar as funções ou envergonhar os portugueses, é um serviço que

A frase

«O perigo é que em tempos de crise procuremos um salvador» (Francisco, Papa católico, por coincidência, promotor vitalício de outro salvador) Nota - Contrariamente a Pio XII, em relação a Hitler e ao nazismo, não se pode dizer que o papa Francisco ficou em silêncio perante Trump. É justo referir a coragem e a dignidade do atual líder da Igreja católica.

Passos Coelho (PPC) no seu labirinto

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Os avençados do costume repetem até à náusea, nas redes sociais, o que pensa o líder do PSD, insistindo, à semelhança do iluminado Cavaco Silva, em fazer crer que o Governo é ilegal. Teimam que António Costa não foi eleito PM, como se houvesse eleições para PM em vez de eleições legislativas.   PPC só consegue fazer mal ao Governo, fazendo pior ao seu partido. A descida da TSU não devia, de facto, servir de contrapartida para elevar o salário mínimo, num país onde este é tão baixo. Nisso, embora em contradição consigo próprio e com o partido, é uma votação tática. Na TSU, tal como nas insensatas picardias contra a CGD, há um mero ressentimento de quem, à falta de estratégia partidária, se esgota em expedientes táticos. Não é por acaso que PPC é abandonado pelos melhores quadros, que se fingem mortos ou se encontram indisponíveis, quer seja para a Câmara de Lisboa ou para adorno nas suas deslocações. Com Miguel Relvas recolhido nos negócios, o génio que levou PPC a PM, a imagem

COIMBRA - Jantar republicano do 31 de Janeiro

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MR5O – Núcleo de COIMBRA Jantar republicano evocativo dos 126 anos da revolta do 31 de Janeiro de 1891 O Movimento Republicano 5 de Outubro (Núcleo de Coimbra), mais uma vez, irá comemorar a data emblemática da Revolta de 31 de Janeiro de 1891, como momento crucial do percurso do Portugal Republicano. Assim sendo, exortam-se os Republicanas/os para um jantar a realizar, no próximo dia 31 de janeiro, terça-feira, a partir das 19h30, no Restaurante A Brasileira, localizado na rua Ferreira Borges, em Coimbra. As inscrições podem ser feitas até ao dia 28 de janeiro, para anabela8@hotmail.com   Ou para Carlos Esperança aesperancaenator@gmail.com  ou TM. 917322645. Não esquecer no ato de inscrição referir a preferência por peixe ou carne, bem como se deseja sopa. Ementa: Entradas variadas; Sopa de alho francês (só para quem o indicar); bacalhau à casa ou, lombinho de porco gratinado com rolinhos de bacon; bolo de limão e coco, fruta laminada (laranja/ maçã) e

TSU (Tudo Serve para Uivar) …

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Estando, ainda, em pleno desenvolvimento a chicana sobre a CGD o PSD lança-se em nova aventura, agora sobre a TSU e o salário mínimo. Existe, nesta nova polémica, vários ambientes políticos. O primeiro gravita em volta de uma mentira repetidamente dita. Os políticos de direita – mais acentuadamente os gestores e economistas – proclamam aos quatro ventos que o desenvolvimento não deve ser feito à custa de baixos salários. Na prática esmagam as remunerações, e isso é tão visível desde a crise financeira que dispensa números. O pretexto é sempre o mesmo: competitividade e as cíclicas reestruturações. Podemos esperar sentados pelo dia em que uma reestruturação carregue no bojo a criação de novos empregos e conduza a um aumento dos salários. Assim, quando o movimento social e sindical consegue pressionar a introdução de alterações nas remunerações – a começar pelo salário mínimo – os empresários, cheio de espírito empreendedor, logo exigem ‘compensações’. Seria bom manter a mem

António Costa e a imparcialidade do Expresso

A diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, felicitou o PM António Costa, pelo trabalho e resultados obtidos pelo Governo português, como já é do domínio público. Elogiou “um resultado surpreendente para aquilo que eram as previsões iniciais do FMI” e o trabalho do Governo “não só para a consolidação orçamental, mas também para a criação de emprego, para o crescimento económico e para a estabilização do sistema financeiro”. O Expresso, num gesto de grande felicidade e rara neutralidade titulou a notícia: «António Costa diz que FMI felicitou Governo pelos resultados alcançados»

Trump tomou posse

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À margem da tomada de posse de Donald Trump…

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A tomada de posse de Donald Trump para além dos sustos e incertezas inerentes à ascensão de uma via populista marca prioritariamente o fim da atual ‘ordem mundial’. Existem descritos vários cenários arquitetados por eminentes pensadores mas a verdade é que ninguém conhece ou é capaz de discernir os caminhos do futuro. O discurso de Xi Jinping em Davos deverá ser encarado como a primeira abordagem política do futuro. Recheado de insinuações, pleno de ‘supostas’ omissões e repleto de veladas orientações, vale tanto pelo que foi explicitamente dito como pelo que fica subentendido. É uma realista análise da evolução do mundo pós queda do muro de Berlim que, uma vez assentada a poeira do fim da bipolarização corporizada pela ‘guerra fria’, caminha para uma ‘natural’ globalização, onde a 'pole position' deixou de estar assegurada e nem todos os países marcharão lado a lado. O presidente chinês, em Davos, considerou a globalização como inelutável e o “ resultado ‘natural’ da ev

Passos Coelho e a Assembleia da República

Quem diria que um político medíocre, de débil formação democrática, prestaria ao País e à democracia um tão elevado serviço. Ao votar contra descida da TSU acaba por reconhecer que as maiorias se formam na AR e que um governo do PSD, com apoio do BE, PCP e PEV, seria tão legítimo como é o atual. Obrigado, Passos Coelho.

Donald Trump toma posse amanhã.

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A liberdade de expressão e a pulsão censória

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Que a liberdade de expressão tenha limites, que o apelo ao crime e à violência, a calúnia e a difamação sejam criminalizadas, é hoje consensual em países democráticos, mas considerar como apelo à violência abrenunciar um morto, ou um vivo, sem o mais leve intuito de incentivar agressões, que só o vivo sofreria, é censura. Recordemos os facínoras que mataram os cartunistas do Charlie Hebdo. Estes tinham o direito e a coragem de publicar o que publicaram. Responsabilizar os jornalistas é punir as vítimas e desculpar os algozes. Só compra e lê o Charlie quem quer. Há na autocensura ou na limitação tolerada, à margem da lei, a interiorização dos tiques que a ditadura inseriu, à guisa de genes, até em democratas. Que fará nos que desprezam a liberdade e defendem que o respeitinho é muito bonito!? Pode dizer-se mal de Mário Soares? – Claro que pode. E de Moisés, Cristo, Maomé ou Buda? – Porque não? E de Mandela, Gandhi ou Luther King? – Claro que sim. Dizer que o Antigo Testamento

Assunção Cristas e a AR

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Assunção Cristas acumula a docência universitária e a indecência parlamentar, a raiva da opositora e as maneiras da Praça da Figueira, o interesse pelo direito e a avidez pela liderança da direita. Ao chamar mentiroso, com esta mesma palavra, na AR, ao primeiro-ministro, acabando por ser desmentida pela UGT, não foi a docente de direito, foi uma indecente da direita, mas é como rata de sacristia que se destaca, na hipocrisia judaico-cristã e na desfaçatez com que humilha o líder do PSD, enquanto Nuno Melo, ainda pior, a não humilhar a ela. Nas eleições para a câmara de Lisboa deixou Passos Coelho hesitante entre a rendição e o salto no abismo, mas foi na TSU que cristãmente (Cristas mente), em um dos números de mais refinada hipocrisia, proclamou à comunicação social a abstenção do CDS, para “proteger acordo de concertação social”. E não se riu. É preciso topete!

António Barreto e as magistraturas

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António Barreto (AB), o sociólogo, é um dos mais influentes intelectuais da direita portuguesa, apesar da ingratidão desta. Limita-se naturalmente a exercer o inalienável direito de cidadania a que todos temos direito, mas sem merecer os encómios que lhe prodigalizam. A violência com que ataca a esquerda, sem cair na boçalidade da direita que ora dirige o PSD e o CDS, faz dele uma referência política credível, ampliada pela alegada isenção partidária, uma confusão entre a ausência de inscrição partidária e o ressentimento político. AB foi militante do PCP, de onde saiu pela esquerda, por considerá-lo pouco revolucionário, e fazer, depois do 25 de Abril, a viagem pelo bloco central, como deputado e ministro do PS, até se passar definitivamente para a direita, desiludido com um partido que julgava poder liderar. Em 1979, AB juntou-se ao [PPD/PSD + CDS + PPM] no Movimento dos Reformadores, com José Medeiros Ferreira e Francisco Sousa Tavares, tendo a glória de ter participado na A

A "DIREITA JAQUINZINHO"

Noticiaram ontem vários jornais que oito "tubarões" acumulam uma riqueza igual à de metade da Humanidade. Pois ainda há membros desta metade que os defendem! Na esteira do Dr. Cavaco, dizem que esses vampiros, cuja existência só é possível graças a um sistema social e económico fundado na injustiça e na desigualdade, são "empresários de sucesso"!     Alguns desses indivíduos, ganhando 600 euros por mês mas vivendo num bairro em que a maioria das pessoas está desempregada ou ganha o salário mínimo, julgam-se ricos, pensam que fazem parte do "clube" dos tais vampiros e votam como eles!     Outros, vivendo numa aldeola onde a maior parte dos habitantes estão no limiar da miséria, porque têm um bocadito de terra de onde tiram umas batatitas e umas cebolas, julgam que fazem parte da mesma classe a que pertencem os latifundiários alentejanos, e votam no CDS! Outros ainda, pequenos e médios intelectuais que vivem das migalhas que caem da mesa do

A direita e os militares da ONU

O PSD e o CDS apoiam a ida da força militar portuguesa, sob bandeira da ONU, na sua missão de um ano, para a República Centro-Africana (RCA), ‘mas´ dizem que os riscos são maiores do que os admitidos pelo Governo. Nesta preocupação pelos militares, em missão de paz, há a profunda hipocrisia de quem espera dizer «eu bem avisei», tiveram bom mestre, para colherem os frutos eleitorais da comoção que a morte eventual de compatriotas sempre acarreta. Os que hoje se preocupam com os perigos dos soldados da paz, são filhos dos que não se afligiram com os mortos e estropiados da guerra colonial, e são ainda os mesmos que apoiaram a agressão ao Iraque onde não foram militares, por se ter oposto o PR, Jorge Sampaio, Comandante Supremo das F.A., mas quiseram participar em um crime contra a Humanidade enviando a GNR. Na agressão não tiveram preocupações, com os soldados da paz, encontram um ‘mas’.

Nas vésperas da tomada de posse de Donald Trump…

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Nas vésperas da tomada de posse do presidente eleito norte-americano Donald Trump o Mundo conhece dias de agitação, confusão e intensa perigosidade. Desde o aviso da China sobre a conceção da “China única”, às relações entre os EUA e a Rússia passando pela transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém para acabar no acordo UE/Turquia tudo estremece. As declarações de Pequim (advertências) sobre as intenções reveladas pela nova administração americana são extremamente duras, claras e incisivas. O princípio da ‘China única’ não é um assunto que Pequim aceite como negociável e as sinuosas e levianas posturas de Trump em relação a Taiwan, constituem um tremendo risco politico e militar. O relacionamento entre os EUA (entenda-se o ‘Ocidente’) e a Rússia foi abordado de forma obscura e enigmática por Trump na sua primeira conferência de imprensa pós-eleição. O problema ucraniano – em que a Europa sob o servilismo de Barroso serviu de ‘ponta de lança’ da NATO – estará em vias de

O arcebispo de Barcelona e o aborto

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O bispo de Barcelona, Joan Josep Omella, condenou o aborto “incluindo o que resulta de uma violação” , e comparou-o ao genocídio. É desta têmpera que se fazem os talibãs, desta mentalidade que resultaram as fogueiras do Santo Ofício, deste clericalismo troglodita que nasce o anticlericalismo e o desprezo pelo magistério religioso. O arcebispo de Barcelona cultiva o pensamento pio de que a violência sobre a mulher, a violação incluída, é uma ninharia comparada com a interrupção da gravidez por risco de vida da mãe, malformação do feto, violação ou qualquer outra razão legal. Há de julgar, na sua obtusa formação, que a masturbação é um genocídio e que a sexualidade só é legítima para a prossecução da espécie. Há dignitários católicos fossilizados, incapazes de compreender os dramas humanos e de perceberem que um feto anencéfalo é incompatível com a vida e não pode, sequer, chegar a bispo. A misoginia do pétreo celibatário impede-o de compreender a violência, humilhação e sofrim

Mário Soares, o CDS e a descolonização

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Ninguém é obrigado a gostar de um morto, por muito excecional que tenha sido, nem a alterar os sentimentos que por ele nutria em vida. Se não houvesse fascistas, teriam sido dispensáveis os antifascistas e a Revolução de Abril. O que é intolerável é a ignorância de um deputado em relação à História, numa atitude a recordar calúnias da Pide e dos fascistas, a polícia a publicá-las nos jornais portugueses, e os outros, depois de Abril, nos jornais brasileiros, para as transcreverem ao abrigo da liberdade oferecida. Nuno Magalhães [CDS] elogiou Soares, mas não esqueceu “processo de descolonização apressado”. Nesta declaração, tão leviana e ressabiada, fez a síntese entre a síndrome portuguesa de “Pieds-Noirs” e a síndrome de Estocolmo de antigos combatentes, estes a esquecerem os algozes, e a julgarem-se heróis, no sofrimento que lhes foi imposto. A descolonização portuguesa principiou em Dadrá e Nagar-Aveli (1954), Ajudá, cujo forte ardeu por ordem do ditador Salazar (2/8/61),

As autarquias, as eleições e a lacidade

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Compreende-se que, em anos eleitorais, os autarcas preparem a reeleição e a vitória partidária. Apesar do excesso de autarquias, a exigir a eternamente adiada reforma administrativa, não falta dinheiro para passear idosos e oferecer-lhes lembranças, com o pretexto de apoiar os velhos, agora designados seniores. A desejável disputa partidária não pode confundir-se com o suborno do eleitorado, nem pôr em causa os princípios da laicidade e da ética republicana. Já começaram as excursões a Fátima, no ano em que se conjugam o centenário das alegadas visões dos pastorinhos, a suposta crença dos idosos e as eleições autárquicas. Os autarcas oferecem a viagem, o seguro e o almocinho, não tanto por acreditarem em milagres, mas porque sabem que quem dá aos velhos recebe em votos. A comunicação social já transformou as alegadas visões, de há um século, em aparições, sem aspas, o baile do sol em milagre e as visões da D. Lúcia, revistas e aumentadas, em profecias. A vinda do papa, aliás pe

Espanha ainda é franquista?

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Uma jovem, que não conheceu o genocida Franco nem o seu primeiro-ministro Carrero Blanco redigiu uma piada no Twitter, com a imagem do atentado que vitimou o fascista. Gracejar com a morte, mesmo de um almirante torcionário, é mau gosto, mas o risco de prisão é censura e intimidação aos familiares das vítimas do franquismo. Em 20 de dezembro de 1973, o almirante que se preparava para suceder a Franco, de quem era um indefetível admirador e cúmplice, à saía da missa, bem comungado e benzido, entrou no carro oficial. Projetado por uma potente bomba colocada num túnel laboriosamente construído, caiu morto à altura de um 5.º andar no terraço dos jesuítas a cuja capela ia diariamente assistir à missa e comungar. Foi a resposta possível à ditadura, à pena de morte por garrote e a centenas de milhares de vítimas. A ocorrência popularizou em Espanha e Portugal o slogan “Arriba Franco, más alto que Carrero Blanco”. Num país onde não é ainda possível dar enterramento aos milhares de ass

A Índia, o hinduísmo e a laicidade

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Trindade de Brahma, Vishnu e Shiva criador, preservador e destruidor As religiões só aceitam a laicidade quando minoritárias. Quando se tornam hegemónicas logo recorrem ao lugar-comum revelador de hipocrisia e desfaçatez: “Não se pode tratar de modo igual o que é diferente”. Hoje, a separação das Igrejas e do Estado faz parte do ethos civilizacional do Ocidente e é a conquista ameaçada na dramática hipótese da extinção das democracias, receio que se sublinha. A vigilância cívica é uma exigência ética e condição de sobrevivência. Não há democracias perpétuas. Nada é eterno. Volto à laicidade, a forma que os Estados têm de garantir a neutralidade e de julgarem a demência prosélita de diversas religiões, insânia exacerbada com a globalização. Várias religiões receiam que outra – e única –, se imponha a nível planetário, ou que o ateísmo, o racionalismo, o ceticismo e o agnosticismo as releguem para o baú da mitologia. Os Estados democráticos, que devem defender igualmente os cr

Espanha - País em rápida secularização

“ As pessoas admiram-se quando dizes que te casas pela Igreja ” Os casamentos católicos atingiram no primeiro semestre de 2016 22%, o seu mínimo histórico. Em 2000, 75% dos matrimónios eram celebrados pela Igreja católica.” No entanto, para obterem privilégios fiscais e comparticipações financeiras do Estado, os bispos continuam a apregoar que a Espanha é um país católico.

Exemplo cívico de um funeral civil

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Mário Soares, republicano, laico e democrata, vai hoje a enterrar. Mozart - Requiem in D minor (Complete/Full) Apostila - O Partido Socialista Português (1875 — 1933) foi um partido político português fundado em 10 de Janeiro de 1875 , na sequência do Congresso de Haia[1] da Associação Internacional dos Trabalhadores, o qual votara a criação de partidos socialistas nacionais. Da sua primeira comissão directiva fizeram parte José Fontana, Azedo Gneco, José Correia Nobre França e José Tedeschi. (Wikipédia).  Assinalo a coincidência de datas entre o funeral do maior vulto da II República e do nascimento do I Partido Socialista Português, a 142 anos de distância.

A vergonha do poder autárquico

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Junta de Freguesia de Avenidas Novas Gosta desta Página  ·  9 h   ·    No âmbito das iniciativas dirigidas à comunidade sénior, a Junta de Freguesia de Avenidas Novas promove mais uma vez um Passeio Social Sénior, desta vez a Fátima, no dia 21 de janeiro. Todos os interessados deverão inscrever-se nas Delegações da Junta de Freguesia de Avenidas Novas, até dia 16 de janeiro. O passeio é gratuito e inclui transporte em autocarro, seguro e almoço.

Reflexão

Interrogo-me sobre o que levará tantos voluntários a morrer e a matar para agradarem a um deus que desconhecem sendo incapazes de um pequeno sacrifício pelas pessoas que sofrem à sua volta. Parece que o medo do Inferno e a sedução do Paraíso exercem influência maléfica em quem prefere sacrificar-se por uma ilusão a evitar o sofrimento humano.

Colômbia: Discorrendo entre a velhacaria e a ‘libertinagem’ de dançar…

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Foto desfocada da 'dança' que 'invadiu' as redes sociais Ontem, foi noticiado que um militar português, integrado nas forças da ONU, em missão de paz, na Columbia, dançou durante as comemorações do fim-de-ano, com uma guerrilheira das FARC link .   Ao que parece a caserna não gostou da convivialidade dançante e vai daí decidiu repatriar o militar. O chefe da missão da ONU em Bogotá, declarou que “ este comportamento é inadequado e não reflete os valores de profissionalismo e de imparcialidade das Nações Unidas ”.   Ora bem, muitos portugueses encaram estas missões de paz como ações de aproximação e convívio com as populações. Nesse caso, bailar, é um dos exemplos físicos de proximidade que é usual praticar-se para distender tensões, como foram, em 1971, os jogos de pingue-pongue, na aproximação dos EUA com a China. Dançar seria, neste contexto gradativo, a antecâmara da confiança da ‘quebra do gelo’ que poderá ensombrar, durante largo tempo, a integração e

Mário Soares – vida cumprida

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As circunstâncias fazem mais pelos homens do que estes fazem por elas, mas são os homens (homens e mulheres) de exceção que moldam o futuro e marcam a História. Há 43 anos eram de exceção os Capitães de Abril, e de exceção foram quatro líderes civis que emergiram da Revolução que os militares fizeram. E moldaram o regime. Raramente um único país consegue ter, em simultâneo, homens da dimensão de Álvaro Cunhal, Mário Soares, Sá Carneiro e Freitas do Amaral, na diversidade das suas opções políticas, dos interesses de classe que representaram e dos projetos que serviram. Todos são dignos de admiração, para lá do julgamento pessoal das opções políticas de cada um. Com a morte de Mário Soares, só resta Freitas do Amaral, homem sábio que os ignaros acusam de inconstante, quando foi a sua coerência a afastar dele o partido que fundou. As circunstâncias e o homem fizeram de Soares o principal obreiro civil da democracia. Foi o mais pragmático na interpretação da vontade dos portugues

Cavaco Silva e o livro de memórias

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O DN de hoje avisa que Cavaco Silva, que o país julgava em defunção, vai publicar, em fevereiro, um livro de memórias, definido pelo jornal como uma “espécie de regresso à vida política”. Sendo assim, sem antecipar o período a que as memórias se referem, não se trata de um evento literário anunciado, mas de uma ameaça concretizada através da Porto Editora. Certamente que não vai desvendar o pensamento político anterior ao 25 de Abril nem as circunstâncias em que preencheu uma ficha na Pide, com erros de ortografia e a suspeita alusão à madrasta da amantíssima esposa. Também não é de crer que as memórias superem a piedosa autobiografia ou a tentativa de branqueamento dos numerosos atos que o tornaram o único PR que, depois do 25 de Abril, deixou funções sem deixar saudades. O prejuízo causado ao país na dilatação do prazo de validade do governo do PSD/CDS e a obstinação em reconduzi-lo à margem da vontade da AR, único local onde o Governo se legitima, não vai certamente ser