Requiem pelo ‘regulador’…

A situação que se desenrola à volta do inquérito parlamentar ao BANIF assume características cada vez mais preocupantes. O papel desempenhado pelo BdP em Frankfurt (antes do encerramento da atividade do Banif e da venda do banco ao desbarato)  propondo a limitação do acesso à liquidez do euro-sistema do banco nacional e consequentemente a ocultação dessas posições é, de facto, uma atitude injustificável ou, melhor, intolerável.
Na verdade, cá dentro ‘fingia’ esforçar-se por solucionar os problemas de liquidez desse banco e, lá fora, pugnava pelo: ‘mata-se e esfola-se’ link.

A densa opacidade que envolve todo o sistema financeiro é um nojo. E tanto mais hipócrita quando a maioria dos clientes enquanto potenciais devedores, para obterem crédito bancário, têm de se 'despir' perante uma 'chusma' de formulários bancários.
 
A justificação de que o corte no acesso à liquidez deste Banco foi proposto por ‘motivos prudenciais’, porque existiam soluções piores, é verdadeiramente espantosa. O BdP assume que alinhou na caramunha para evitar o mal maior. Esquecendo que como em tudo na vida há sempre a hipótese de existir um mal maior.
A actividade bancária tem associada elevados factores de risco. A crise financeira que vivemos, desde 2008, deu-nos essa lição. E outra: grande parte dos riscos é empolada por negligências, ‘negociatas’ e abusos (ganâncias). 

Não é aceitável que o Banco Central Nacional passe a vida a enunciar as suas insuficiências e limitações sem nada fazer para resolver o problema. Há cerca de 8 anos que os cidadãos esperam por uma reforma do sistema financeiro e a única coisa que vêm é escândalos sucederem a escândalos, problemas a serem escondidos por ‘resoluções’, nacionalizações, privatizações, etc., com uma total impunidade dos responsáveis do sistema financeiro e o constante recurso a dinheiro dos contribuintes para solucionarem problemas. Este permanente esbulho tornou-se insuportável e altamente destruidor da confiança no sistema. 

Cabendo ao BdP regular e supervisionar o sector não se compreende uma permanente alienação (demissão) dessas funções e responsabilidades.

Na verdade, o que está em causa, neste momento, já não é só o Governador Carlos Costa nem as suas ‘falhas de informação graves’ (acrescentaria repetidas) mas, de facto, todo o sistema bancário europeu que está a colocar a moeda comum no fio da navalha...

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