Cavaco e o novo arco do poder

Criado na vigência da Assembleia Nacional, sem espanto pela carácter monocromático do hemiciclo, confundiu o ‘arco do poder’ com o poder que a Assembleia da República, democraticamente eleita, tem para o definir.

Impediu-o a dislexia de ver o hemiciclo com 180º, apesar das noções de aritmética que academicamente teve de assimilar. Amargurado e ressentido viu-se expulso do ‘arco do poder’, cujo sentido julgava conhecer, depois de habilitado com o título de Catedrático de Literatura, outorgado pela Universidade de Goa.

Não foi o défice democrático que o impediu de compreender que faltava ‘um’ em ‘todos os cenários’ que disse ter previsto. O maior problema de Cavaco não é constitucional, é uma dúvida aritmética e a perturbação de leitura de expressões vazias de conteúdo como essa do «arco do poder».

A partir de março vai ter tempo para se dedicar à semiologia e entender que a expressão que usava de modo limitativo ganhou subitamente a extensão que o seu entendimento ignorava.

É fácil decorar uma expressão, difícil é a assimilação do seu conteúdo por quem não foi educado nos valores republicanos nem teve a cidadania como cadeira curricular.

Em última análise, as alterações da geometria do poder prefiguram a melhoria ecológica da política portuguesa, que a sua saída de Belém vai acentuar.  Boa viagem!

‘Despassilvou-se’ o poder.

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