A Direita, o 25 de Novembro e a profecia …

As comemorações promovidas pelo PSD e CDS na AR relativas ao 25 de Novembro são absolutamente provocatórias. 
Não está em causa fazer ou refazer a história. Ela será feita um dia e com certeza não sairá da cabeça ou da pena do eminente historiador Rui Ramos (convidado ‘especial’ para a sessão de hoje promovida pela Direita).
Mas existe um facto indesmentível para quem tem mais de 60 anos. No 25 de Novembro de 1975 a Direita estava encolhida, actuava às escondidas e os que tinham um resquício de coragem para manifestar-se faziam-no ‘encostados’ ao PS, ou à sua sombra. Hoje, assumem o papel de donos da bola, pretendem até dispensar o PS, porque acham que conseguem jogar esse acontecimento contra a Esquerda, nomeadamente, contra os partidos à esquerda do PS. A Direita ‘brinca’ com a estabilidade governativa mas na praça pública faz-lhe vibrantes ‘juras de amor’. 

Nestas comemorações ficaria bem à Direita citar um dos grandes protagonistas do 25 de Abril e, também, dos acontecimentos que há 40 anos ‘aconteceram’. Trata-se do saudoso e emérito Melo Antunes que nessa altura (dia 26 de Novembro) apareceu publicamente a anunciar que: “a participação do PCP na construção do socialismo era indispensável…".

Na realidade, a Direita ao anunciar apressadamente estas comemorações pretende, mais uma vez, ilegitimamente, capitalizar os louros de uma situação que lhe passou a lado e ‘sonhará’ talvez fazer, agora, o que não conseguiu em 1975: erradicar o PCP do mapa político nacional. Isto é, traduzindo por miúdos: negar-lhe o direito de participar – directa ou indirectamente - numa solução de governo. 
No dia 26 de Novembro de 2015, isto é, 40 anos depois da asserção de Melo Antunes, um Governo PS, apoiado por toda a Esquerda, será empossado no Palácio da Ajuda. E assim estamos perante um caso em que uma convicção, torna-se uma profecia.

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