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A mostrar mensagens de junho, 2015

A União Europeia está à deriva

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Passos Coelho e Cavaco estão na proa, à conversa, a divertir-se com os gregos.

Multiculturalismo

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Multiculturalismo, sim. Humilhação da mulher, não.   Por cada mulher que deseja a burca há centenas que são obrigadas. Também houve escravos que recusaram  a liberdade que a abolição da escravatura lhes concedeu!

Quo vadis, UE?

Não há qualquer união monetária duradoura sem união política e a UE foi incapaz de a concretizar, mobilizando os povos europeus que a integram. Insistir no cumprimento da promessa de pagamento de dívidas que credores e devedores sabem não ser possível liquidar, é um ato de terrorismo financeiro destinado a alterar a vontade política dos povos submetidos à tirania da dívida. E que sentido faz assinar um compromisso impossível de honrar? Ainda não terminaram as ondas de choque da falência do banco Lehman Brothers nem o risco sistémico do sistema financeiro mundial e já o caso grego ameaça tornar inúteis os paliativos que burocratas inventaram, repartindo sacrifícios por economias débeis e com mais dificuldade em resistirem à chantagem. Penso que a convocação do referendo grego foi a única saída honesta para quem, sob a ameaça da guilhotina financeira, pergunta se quer morrer combatendo ou morrer sem luta. Não se percebe a alergia dos burocratas, sem qualquer legitimidade democrátic

Grécia: até ao lavar dos cestos é vindima...

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O drama grego e, concomitantemente, o futuro da UE, estão cada vez mais decifráveis e previsíveis.  Não são bons os sinais que vêm de Bruxelas, como não será fácil o caminho a trilhar pelo povo grego, na sequência dos últimos acontecimentos. Perante a situação criada – ao longo de 5 meses de negociações - à volta de o fecho do 2º. resgate da Grécia existe uma evidência (existem muitas outras!). Uma das primeiras ilações a tirar deste abrupto desfecho foi o Eurogrupo prosseguir, com olímpica fleuma e sem pestanejar, os trabalhos da parte da tarde (depois da retirada do ministro das Finanças grego da reunião), mostrando que tudo estava previamente arquitectado (para o esticar da corda).  Os ministros dos países europeus que integram o Eurogrupo, para prosseguirem os seus planos, não necessitaram de consultar os respectivos governos. Significativo. O facto de ter ocorrido na Grécia uma mudança de Governo, que incorpora uma substancial alteração política, motivou os parceiro

O fascismo islâmico

Os recentes atentados islâmicos, cada vez mais globais e selvagens, vêm aprofundar a necessidade de combater a lepra que corrói a paz e a civilização. Não pode ser um monopólio da direita reacionária, xenófoba e populista o combate ao fascismo islâmico. É uma tarefa de islamitas, cristãos e budistas, como é uma obrigação de ateus, agnósticos, racionalistas e céticos, enfim, uma necessidade comum de crentes e livres-pensadores que não sacrificam valores do Iluminismo, os ideais da Revolução Francesa.

Portugal e a dívida

As dívidas impagáveis não são exclusivas do Estado, empresas e famílias de Portugal. A falência do banco Lehman Brothers, quiçá com a cumplicidade do rival Salomon Sachs, paraíso dos seus mais destacados cúmplices, antecipou a crise financeira internacional e as ondas de choque que ainda não pararam. Não se sabe se esta foi a última das crises cíclicas do capitalismo mas a previsão de Karl Marx revela-se certeira, ainda que a falência da teologia liberal não encontre a solução na marxista-leninista. Não se conhece, aliás, solução. Não é preciso ser iniciado em ciências económicas e financeiras para ver que as dívidas se tornaram impagáveis. Bastam rudimentos de aritmética e, eventualmente, a máquina de calcular. Vejamos o caso da dívida portuguesa que este PR, um especialista na matéria, e o PM, especialista em coisa nenhuma, garantem estar controlada, tal como o ‘especialista na matéria’ garantia que o BES tinha reservas para o pior cenário. Viu-se. Quando da falência do Lehma

Uma abortada pergunta: Qual a pressa?

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Qual a pressa? Esta a pergunta feita por António José Seguro, na altura dirigente do PS, quando da crise interna criada por dirigentes afectos a facções que solicitavam a realização de um Congresso link e que passou vezes sem conta nos média, só para achincalhar. Desaparecido da cena política a pergunta volta a colocar-se agora com mais premência. Trata-se da desorientada actuação deste Governo no fim de mandato. Encetou uma saga (espiral) de privatizações, aparentemente avulsas, que revelam o intento de ‘cumprir’ o seu programa (é suposto segundo os seus próprios ditames que a troika tenha já saído...). Sem olhar ao passado recente onde avulta a entrega da EDP, REN, ANA, CTT, PT, etc. as baterias estão, neste momento, assestadas para a TAP, Oceanário, Transportes Urbanos, CP carga e, quiçá, as Águas. Um autêntico esvaziamento do País. Dá a sensação que, no final, não restará pedra sobre pedra. E, para além dos atropelos e das ignorâncias estratégicas, nomeadamente em

Seis séculos de diferença

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Dois mundos separados por 2 metros de areia

A trapalhada das secretas

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Só com um governo que chegou até aqui e com um PR que o deixou chegar, foi possível a impunidade de que gozam os mais altos dignitários que confiscaram o poder. Podem ser néscios e incompetentes mas não lhes falta eficácia na propaganda e na chantagem. Marco António, o cocriador de Passos Coelho, mantém-se no poder, e dispõe do poder, depois das acusações que a Visão lhe faz hoje. Passos Coelho passa incólume na fuga à Segurança Social e o silêncio é a norma, quer se trate dos documentos que se perdem, dos submarinos às contas na Suíça, quer nos que se acham e comprometem a segurança do país. A revelação dos candidatos a espiões é motivo de gracejo quando o Estado chega a este estado. O Conselho de Fiscalização está mudo perante o e-mail dos candidatos a espiões e não se preveem demissões. Veiga Simão enviou um dia, a pedido dos deputados, os nomes dos espiões para a AR. Foi demitido. E bem. Os serviços secretos viram arruinados o prestígio e a eficácia. O povo, que perdeu o

As religiões e o proselitismo

Nada tenho contra os crentes e tudo contra as crenças, sobretudo quando os fiéis querem impor aos outros a sua fé e, muito especialmente, se recorrem à violência. O ateísmo também merece igual censura se for sectário e violento. As guerras santas são devastadoras e a Europa tem longa tradição nesse desvario. Por mais que a componente económica influencie os conflitos, é o ódio religioso que aparece como o mais violento detonador de guerras. Que raio de deuses inventaram os homens que precisam de religiões como agências de promoção e instrumento de coação? A laicidade é a vacina que interessa a crentes de todas as religiões não dominantes, no espaço em que se inserem, bem como a todos os não crentes, e não pode ser descurada. É tão perverso um Estado ateu como um confessional. O Estado deve ser neutro e evitar intrometer-se na vida das associações cuja liberdade lhe cabe respeitar e defender. Só o código penal deve limitar a demência do proselitismo e a violência dos prosélitos.

A falência do GES/BES – «Caso BES – A realidade dos números»

O mais tremendo colapso financeiro e o mais trágico para a economia, o emprego e as finanças de Portugal, deve-se – segundo o relatório de peritos, da SaeR, Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco –, a vários fatores que se conjugaram: - A falência do banco Lehman Brothers cujas ondas de choque puseram em xeque os bancos mundiais e a economia de numerosos países e que, ao contrário do que sucedeu, devia, a meu ver, fazer repensar o papel dos Estados, anulado pela insânia neoliberal, no controlo dos grupos financeiros e na economia de casino que promoveram e promovem; - Os «erros graves» na gestão do Grupo Espírito Santo (GES) que estiveram (em parte), na origem do colapso e cuja responsabilidade criminal cabe aos Tribunais julgar; - Os erros do Estado que, sem isentar culpas da gestão do grupo, foram corresponsáveis na falência do maior empregador privado (cerca de 40 mil colaboradores), com um volume de negócios aproximado de 90 mil milhões de euros e 400 empresas. O relató

Ainda o 10 de Junho

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Islão

A oferta de uma escrava , considerada herege, como prémio de um concurso para quem (homem) melhor memorize o Corão, é a última indignidade do Estado Islâmico, a mais refinada ofensa à civilização e a mais demente inspiração pia. 

A cimeira ibérica

Duas figuras menores, embora sem comparar a preparação política de Rajoy à de Passos Coelho, estiveram reunidos na Galiza para discutir assuntos de interesse para os dois países. O acordo no gás, defesa e trasladação de cadáveres revela que o relevante, as dívida soberanas, o desemprego e a questão da água dos rios ibéricos, deu lugar ao secundário. A menos que a trasladação de cadáveres seja o grande desígnio, que permita trocar o de Passos Coelho pelo de Rajoy, ambos adiados em governos moribundos, certamente receosos de que os países de origem os enjeitem.

E os homens criaram deus…

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Quando os homens criaram Deus, era o medo do desconhecido, a ignorância da ciência, a dor sem remédio, a doença sem cura, as epidemias sem explicação, a imaginar um ser, à sua imagem e semelhança, capaz de os proteger em troca do pior de que eram capazes. Sacrificaram-lhe filhos, animais e bem-estar. Criaram exigências tolas para satisfazer o mito e foram infelizes na parva ilusão de que fariam feliz o imaginado carrasco. A ignorância foi sendo vencida e o medo, a mãe de todos os medos, o medo da morte, é a derradeira justificação para o ser hipotético que continua a exigir que os homens se lhe ajoelhem como se tal indignidade fosse a forma de honrar quem quer que seja. As religiões são multinacionais organizadas em torno da fé e detonadoras de ódios que todos os totalitarismos destilam. Têm funcionários e torturadores amestrados. O Diabo é a antítese dialética da mais infeliz das criações humanas. O homem é o único animal que reza e nenhum outro se sujeita a atos

Grécia: Cozedura em lume brando…

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Mais uma reunião dos ministros das Finanças do Euro-grupo sem fumo branco para usar uma linguagem piedosa. A desculpa de que ‘houve pouco tempo para fazer uma avaliação mais aprofundada das propostas’ [gregas]  link é o verdadeiro ‘ encanar a perna à rã ’. Quem acreditar na esfarrapada desculpa pensará que os credores são um sujeito passivo no processo ou que as negociações começaram esta manhã. Tratar os cidadãos europeus como atrasados mentais é insultuoso.  Na verdade, o processo é o inverso. Tendo a faca e o queijo mas mãos os ‘credores’ tentam impor condições draconianas para libertar a última tranche referente ao 2º. resgate grego. O Governo grego tem tentado compatibilizar essas condições de prossecução da austeridade com o programa que se apresentou aos eleitores centrado no repúdio de uma 'espiral de empobrecimento'. A contraproposta (a proposta é propriedade dos credores) apresentada pelo Governo grego na reunião de hoje decorre de um esforço para

Basta…

A carta de Eurico Figueiredo a acusar Marinho e Pinto de criar um partido fascista é indigna do seu passado e injusta para o visado. Coagido a sair da Madeira pelo salazarista A. J. Jardim, quando aí foi o responsável da Agência de Notícias (ANOP), regressou ao Continente. Foi jornalista e advogado sem trair os ideais que levaram a PIDE a prendê-lo. Marinho e Pinto presidiu à Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados e foi eleito bastonário duas vezes. Não sei nem me afeta o futuro do novo partido mas admitir que o fundador seja capaz de liderar um partido fascista é um insulto à inteligência e uma provocação gratuita a um democrata, tanto mais grave quando feita por outro que sabe o que foi o fascismo. Custa-me imaginar que Eurico de Figueiredo seja outro Henrique Neto capaz de trocar o passado respeitável por uma ambição tardia ou um ressentimento antigo. Declaração de interesse: sou amigo pessoal de Marinho e Pinto e da mãe das suas duas filhas, há mais de 40 anos

Nem todos os gatos são pardos…

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O ex-chanceler alemão Helmut Schmidt numa entrevista concedida à agência Athens-Macedonian News Agency link defendeu um ‘significativo’ haircut da dívida grega e simultaneamente um grande pacote de investimentos.  Criticou o impasse das negociações, manifestou receios e preocupações sobre o futuro da Europa e alertou para problemas prementes que não estão a ser discutidos… De facto, um homem presente de um (já) distante SPD. Todavia, um impressionante contraste com os actuais dirigentes que nos representam nos Conselhos Europeus. Faz falta a ‘realpolitk’ de que Schmidt foi um mestre nos duros tempos de contenção da ‘Guerra Fria’. Seria bom que os actuais membros da UE recordassem uma frase que proferiu nas comemorações dos seus 90 anos. Disse então: “ One needs the will. And cigarettes ."… Enfim, falta o querer ('will'). Já os cigarros são 'coisas de adultos', como invectivou a Srª. Lagarde a Varoufakis, na falta de melhor argumento...

Cavaco e o futuro do dito

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Há já um frenesim da direita na reabilitação do pior PR da democracia, uma pungente necessidade de lhe criar vida depois das funções de porta-voz do atual Governo, uma desesperada tentativa de o manter vivo à espera de lhe encontrar préstimo. Os politólogos, que, tal como a pitonisa de Delfos, no seu tempo, ou a popular bruxa da Lousã, ainda em funções, vivem das previsões do futuro, já vaticinaram que regressará à vida académica, fará conferências ou escreverá nos jornais, a partir do Convento do Santíssimo Sacramento onde tem reservado o gabinete de ex-PR. A um morto nada se recusa mas o próprio já ameaçou: «Escreverei as minhas memórias depois de março de 2016», dia por que os portugueses há muito anseiam. Não se acredita que esclareça os negócios nebulosos, cumplicidades suspeitas e, muito menos, a ausência de passado democrático durante a ditadura. Aproveitará o mérito do assessor que escolher, talvez Fernando Lima, melhor a pensar e a escrever do que a fabricar escutas, p

Que distância vai de Reykjavik a Atenas, passando por Bruxelas?

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O drama grego leva-nos a meditar sobre o ‘caso islandês’. Numa análise muito sumária é fácil constatar que a Islândia conseguiu sacudir rapidamente os efeitos da sua gigantesca crise bancária porque não integrava a zona euro e, portanto, escapou à receita de austeridade para controlar e divida e, supostamente, crescer à sombra de um empobrecimento. Não se deixou 'resgatar'. Tomou esse desafio como seu e resolveu-o à sua maneira. Na verdade, dispunha (e continua a dispor) de moeda própria mas o cerne da sua reacção à crise bancária instalada foi associação desse trunfo monetário ao primado da política sobre os lobbys e interesses financeiros. Mas, para além disso, a Islândia desenvolveu, a partir de 2008, um sistema de controlo de capitais disciplinado a sua movimentação. Só agora – passados 7 anos e em plena recuperação – pensa em aliviar esse controlo mantendo-o, todavia, condicionado à estabilidade económica e financeira.  O alívio passa pela instituição de uma “tax

A FRASE

«Pois eu digo: discutamo-la [a democracia], meus senhores, discutamo-la a todas as horas, discutamo-la em todos os foros, porque, se não o fizermos a tempo, se não descobrirmos a maneira de a reinventar, sim, de a re-inventar, não será só a democracia que se perderá, também se perderá a esperança de ver um dia respeitados neste infeliz planeta os direitos humanos». (José Saramago, Última frase de um texto inédito, lido numa conferência em Sevilha em 1991, aquando da comemoração do quinto centenário dos Descobrimentos, e agora publicado pelo Expresso).

A contemporânea dramaturgia europeia…

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A mais recente tragédia grega vive o seu último acto. À boca de cena muitos intérpretes e um só vilão. Há qualquer coisa de burlesco nesta representação.  O pano de fundo é representado por um cenário devastador. O impasse cénico eterniza-se. A artista principal - qual Antígona sem saber onde enterrar o seu 'irmão' - hesita perante os figurantes em cena. Não sabe se vai atirar o vilão para o fosso da orquestra ou se o crucifica em palco à frente da ansiosa plateia.  Os 'artistas' estão todos mascarados. É a sua condição de persona (máscara). O suspense continua a marcar pontos. Mas o ‘ponto’, nos bastidores, não é capaz de se fazer ouvir. A peça foi escrita, há alguns dias, nos Alpes austríacos. O seu título é: ‘ Bilderberg Action ’. Como poderia ser ‘ Bilderberg Motion ’. Ao fim e ao cabo, como afirmou um ex-presidente do grupo, Étienne Davignon, esse clube detém a paternidade do euro link .  Cabe-lhe, agora, na agonia, ungi-lo e enterrá-lo. São ‘corte

A lição dinamarquesa…

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O partido populista (DF) de extrema-direita prepara-se para integrar o próximo governo dinamarquês. Até há 4 anos influenciou o Governo de Direita dinamarquês mantendo-se na sombra.  Os resultados das eleições dinamarquesas mostraram uma viragem à Direita do eleitorado onde os populistas ultrapassaram os liberais (líderes da ‘aliança azul’) e mostram-se prontos para assumir o poder, já que são a 2ª. força política do reino de Hamlet link . O DF cultivando uma mistura de eurocepticismo e de xenofobia penetrou profundamente no eleitorado dinamarquês. Repete-se, de certo modo, o que já se verificou nas últimas eleições finlandesas. O ‘cerco neoliberal’, sem rebuço de procurar apoios da extrema-direita, abre um ‘arco escandinavo’ dentro das fronteiras da Europa. Trata-se de um alargamento político da Europa Central em direcção ao Norte com fortes consequências nos equilíbrios económicos e sociais europeus. Por outro lado, os populistas com a força adquirida nestas eleições vã

Cavaco substitui Passos Coelho na campanha eleitoral

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Regressado da viagem oficial em que insultou a Grécia, fez o elogio do seu Governo e referiu a necessidade de combater a corrupção na Roménia, isto é, falou da corda em casa do enforcado PM que não o recebeu, Cavaco desistiu de terminar o mandato com dignidade. Enquanto Paulo Portas anda nas feiras e Passos Coelho finge de PM, Cavaco Silva entra na propaganda partidária como piolho em costura. É por pouco tempo, que os técnicos de marketing vão aconselhar que o escondam, mas, por enquanto, é o último serviço que presta ao partido e o pior que pode prestar à democracia e a si próprio. Com o prestígio abalado, o seu e o da instituição que lhe exigia um módico de pudor, já pouco tem a perder e ainda convence o alfaiate da mulher, o barbeiro de Belém, o Lima das escutas, o Oliveira e Costa das ações da SLN, o Fantasia da permuta das vivendas Mariani e Gaivota Azul, os assessores e os incautos. O futuro conselheiro de Estado fica num estado deplorável, mas sacrifica-se, até ao fim,

O Erdogan de Boliqueime

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O PR turco, o Irmão Muçulmano que traiu o dever de isenção, colocando-se ao lado do seu partido, AKP, não disfarça o horror que lhe causa a Constituição e não desiste de a revogar. Em Portugal, de forma dissimulada, o PR também não esconde o desamor pela CRP que jurou cumprir, e fazer cumprir, nem a dependência da coligação que sustenta o Governo de que é porta-voz. O que não se esperaria do PR, por decoro, era a utilização da viagem ao estrangeiro, de interesse duvidoso e com um séquito a recordar o espírito perdulário de D. João V, para elogios ao moribundo Governo, a que prorrogou o prazo de validade, ligado à máquina de Belém. Cavaco Silva, o Irmão Cristão, que desistiu de um módico de neutralidade para se tornar o caixeiro-viajante do Governo PSD/CDS, exonerou o respeito que constitucionalmente lhe é devido a favor do ataque às oposições, em especial, ao PS, tendo falhado mais uma ocasião porque a Justiça romena, não a portuguesa, quer prender o PM em exercício. Falhou, assi

Há 200 anos – Batalha de Waterloo

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Tal como há dois séculos, por irónico desígnio de Bruxelas, trava-se no mesmo dia uma batalha, também na atual Bélgica, em que não se joga apenas o fim do primeiro império francês, mas o fim da União Europeia. Há duzentos anos terminaram os sonhos imperiais de Napoleão, mas saíram vencedores o Duque de Wellington e von Blücher, britânicos e prussianos, que devolveram ao trono francês Luís XVIII. Hoje, a 13 quilómetros de distância, no ar condicionado, com computadores e folhas de Excel, trava-se a derradeira batalha pela sobrevivência europeia, com o sonho de paz e de prosperidade a esvair-se entre impulsos ideológicos e a irracionalidade de um novo deus, Os Mercados, falso e isotérico, sem a beleza dos deuses gregos e mais implacável. Hoje, na derrota anunciada da Grécia, é a Europa que soçobra, sem vencedores. Apenas fica de pé a vitória de uma ideologia liberal a agonizar com a Europa ajoelhada aos seus pés, como outrora perante os papas. Os bárbaros já estão cá dentro.

Efeméride

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Homenagem do Ponte Europa a José Saramago 5.º aniversário da morte do maior ficcionista português de todos os tempos, o Nobel do nosso orgulho e contentamento.

O PR, a TAP e o ex-economista

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O Prof. Aníbal Cavaco Silva, ex-economista, há muito dedicado a negócios particulares e à política, abdicou da profissão académica a favor da profissão de fé neste Governo de que se tornou porta-voz. Alguns escolhem os amigos, outros são escolhidos. Cavaco Silva foi escolhido e ficou refém. Nunca se lhe ouviu uma censura à promiscuidade entre a política e os negócios, ao tráfico dos banqueiros, onde colaboradores próximos perderam a honra e ganharam milhões, à decadência ética do regime ou ao empobrecimento dos portugueses. Tornou-se o notário privativo do Governo e o eco das suas tropelias. Não admira que as próximas eleições constituam também o seu julgamento pelos portugueses. Não pode, aliás, ser excluído da luta partidária, que foi o seu campo de batalha dos últimos seis anos, no derrube do anterior Governo e na manutenção do atual até ao fim do prazo, impedindo um Orçamento de Estado ao Governo que sair das eleições de outubro. Um homem sem passado democrático, conseguiu

A FRASE

«Não nos orgulhamos da falta de estabilidade política, mas neste momento temos um governo estável (governo de centro-direita) baseado numa coligação e que tem feito as reformas necessárias». (Cavaco Silva, enviado especial do Governo, na visita à Bulgária)

O país da Magna Carta e outro, da magna conivência

No Reino Unido, o prestigiado professor universitário, Tim Hunt, Nobel da Medicina, durante um brinde na Coreia do Sul, afirmou que as cientistas deviam trabalhar em laboratórios apenas com outras mulheres, porque distraem os homens do seu trabalho, apaixonam-se pelos colegas e choram quando são criticadas. Não prejudicou a ciência, de que é notável expoente, mas portou-se como um troglodita. O prestígio científico não o absolve de preconceitos incompatíveis com a civilização e a decência.  Há na descontraída tolice resquícios de atavismo, mais próximo do tribalismo  patriarcal do que da evolução civilizacional, e a Universidade foi implacável na decisão – demitiu-o. A University College London [UCL] onde Hunt e a mulher, Mary Collins, eram professores não tolerou o despautério. Lamuriou-se o cientista e apenas teve a solidariedade da mulher que atestou o seu bom comportamento, garantiu que “Tim não é machista” e, quando não está a trabalhar, «vai sempre às compras e cozinha sempre

O partido mais estalinista de Portugal

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Até hoje só um partido baniu o fundador – o CDS –, que tirou da parede o retrato de Freitas do Amaral, mas ainda o mantém na história do partido, assim como a Lucas Pires, dois demo-cristãos que se envergonharam de Paulo Portas e Manuel Monteiro. Agora é o PSD que, na morte do velho social-democrata (espécie em vias de extinção, no PSD), António Marques Mendes, pai do comentador televisivo com acesso à agenda ministerial, apagou o nome de um dos três fundadores do PPD. Para a malta que confiscou o PSD, os fundadores foram Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Mota Pinto, Mota Amaral, Alberto João Jardim e Barbosa de Melo, como se lê no comunicado de homenagem ao advogado António Marque Mendes um honrado republicano a quem rendo também a minha homenagem. Não me surpreende que Emídio Guerreiro, o patriota que combateu na Guerra Civil de Espanha e na Resistência em França, seja omitido, mas ignorar o n.º 2 do PPD, Joaquim Magalhães Mota, um dos três fundadores, de que só resta Pinto Balsem

Carta de há 10 anos. A situação mantém-se

Sr. Ministro de Estado e da Administração Interna Dr. António Costa – Lisboa Excelência: Carlos Esperança, residente em Coimbra, eleitor n.º 1675, vem expor e solicitar o seguinte: 1 – Grassa na cidade de Coimbra uma onda de tal santidade que levou o presidente da Câmara, Carlos Encarnação, a baptizar a Ponte Europa com o nome de Rainha Santa Isabel; 2 – Uma procissão católica recente (creio que do Corpo de Deus) contou com a presença e terminou com uma homilia do dito autarca, temendo eu que, de futuro, em vez da gestão do Concelho, que lhe cabe, passe o pio edil a dedicar-se a tarefas religiosas e à salvação da alma; 3 – Nada tenho contra a presença particular nos actos litúrgicos mas vejo a laicidade do Estado ameaçada quando o autarca participa na qualidade das funções que exerce; 4 – Agora, a Junta de Freguesia passou a exibir um imenso painel na ampla parede que dá para a via pública com uma enorme imagem de Santo António e encimada com os seguintes dizeres:  «Antóni

Basta!

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Já não nos bastava a insensibilidade social deste Governo. Agora, perdeu a compostura educativa link . A utilização de militares na reserva como ‘contínuos’ revela uma concepção educativa anómala e distorcida. Nem os pavilhões de aulas são casernas, nem os recreios paradas. Os militares tem funções e competência definidas à volta de uma condição.  Essa condição é a militar e compreende subordinação, hierarquia, disponibilidade, riscos, disciplina, ética, direitos e deveres especiais.  Transpor esta condição para as escolas é mais uma macabra fantasia de um Governo que só pensa poupar uns cobres em assistentes operacionais à custa da subversão dos objectivos específicos de formação dos alunos. Quem não compreende isto, não entende nada de educação. Já não bastavam os cortes. Agora caminha-se para a perversão do campus escolar encaminhando militares para funções que lhes são estranhas.  Os militares mereciam melhor tratamento e os alunos, professores e famílias mais

Magna Carta – oito séculos de combate pela liberdade

Oito séculos de História se passaram desde a assinatura da ‘Magna Charta Libertatum’ imposta ao rei inglês João-Sem-Terra, por barões insurretos. As circunstâncias em que o rei viu limitados os poderes absolutos são do conhecimento geral mas o valor simbólico de submeter um rei aos limites da lei é o marco indelével da longa e dolorosa caminhada da Humanidade para a democracia e o primeiro passo para o constitucionalismo. O rei e os seus sucessores ficaram privados do poder discricionário e, a partir daí passou a vigorar um artigo decisivo: "Nenhum homem livre será preso, aprisionado ou privado de uma propriedade, ou tornado fora-da-lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem agiremos contra ele ou mandaremos alguém contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares, ou pela lei da terra" (in Wikipédia). Que avanço! Em Portugal duraria ainda mais de seis séculos a monarquia absoluta e, depois de 1820, não faltaram caceteiros miguelistas, a D. Carlota Joaqu

Cristo e Maomé (Crónica ímpia)

Naquele tempo o anjo Gabriel era o alcoviteiro de serviço. Foi ele que anunciou a Maria a gravidez que já sabia. Foi ele também que, seis séculos depois, comunicou a Maomé a sua missão. Os anjos viviam muito tempo embora poucos conhecessem a notoriedade, levando uma existência discreta e anódina. Gabriel distinguiu-se. Fora criado por judeus, que criavam anjos como o João Paulo II criava santos, que acreditavam em milagres com a mesma fé com que alguns padres rurais acreditam na existência de Deus. Maomé nasceu em Meca durante o ano de 571 e viria a morrer em Medina em 632. O Corão e as agências de turismo fizeram santas as duas cidades e há períodos do ano em que uma chusma de fanáticos aí acorre, apesar dos perigos que os espreitam. Muito parecidas com as largadas de touros, um espetáculo ainda em uso no concelho do Sabugal e noutras localidades portuguesas, as peregrinações têm perigos idênticos. O apedrejamento ao Diabo, um ódio transmitido de geração em geração, salda-se sem

TAP e SPAC: nova e conflituosa deriva …

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O inquérito que a TAP vai instaurar a um dos seus pilotos (Paulo Lino Rodrigues) por possível implicação na última greve, decorrida nos primeiros dez dias de Maio deste ano, parece introduzir, no nebuloso imbróglio que vive a companhia área nacional, uma preocupante ingerência no domínio sindical link . Claro que como é habitual no Governo PSD/PP tudo começa com tonitruantes declarações de princípio acerca do direito à greve e dos direitos dos trabalhadores. A inquirição a dar crédito às informações veiculadas pela comunicação social visa a componente ética. Durante a greve circularam especulações sobre o papel desempenhado pelo referido piloto na organização e planeamento da greve. Essas especulações denegriam, em primeiro lugar, o piloto-assessor mas, no fundo, atingiam o Sindicato dos Pilotos, já que o coloca à mercê de oportunismos políticos.  Mais difícil será conciliar pacificamente esta retaliação com o propósito avançado pelo Sindicato de processar a administração da T

Tomada de posse em Madrid

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A ‘ Madrid imperial franquista ’ com o Arco da Vitória e o opulento edifício de Ministério do Ar foram marcas heráldicas inscritas pelos falangistas na zona de Moncloa, alguns anos depois de - em 1939 - terem ‘reconquistado' a capital castelhana num dos episódios mais sangrentos da guerra civil espanhola que foi a chamada ‘Batalha de Madrid’. Hoje, embora a situação política degradada gerada pelas medidas do Governo de Mariano Rajoy tenha devastado a capital no campo económico e social não permite falar de uma (nova) Batalha de Madrid mas sim de uma límpida 'Campanha por Madrid'.  Todavia, este desfasamento histórico não retira significado ao acto ontem vivido e a entrada de Manuela Carmena no Palácio Cibeles (actual sede do Ayuntamento madrileno) em resultado de eleições municipais recentes tem um vasto conteúdo emocional e faz história. Quanto mais não seja derruba, pela vontade popular, uma longínqua dinastia de políticos de Direita que 'conquistaram'

A TAP a voar cada vez mais baixo

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O alfaiate de D. Maria Cavaco Silva e a venera

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Não se duvida da criatividade do estilista, da dificuldade de fazer a roupa à medida do corpo de que dispõe e, muito menos, do merecimento de tal peito para a venera. O que surpreende não é a condecoração cair num estilista, é a distinção incidir no da mulher do PR e ser atribuído o mais alto grau de uma das maiores condecorações. Assim, estranha-se que tivessem sido ignorados o sapateiro, a manicura e o cabeleireiro e esquecida a Ordem de Mérito Empresarial, Classe de Mérito Comercial, ao vendedor de frutas e legumes para o Palácio de Belém ou a comenda do Mérito Industrial para o fabricante e fornecedor de pastéis de bacalhau. Se nada há a dizer quanto ao grau de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique a Júlio Pereira, fica por atribuir o de comendador ao fotógrafo dos netos, o de cavaleiro  ao sapateiro e o de dama à manicura. Aliás, nunca mais terminariam os esquecidos. Reconheço que na feira das vaidades é difícil agradar a todos sem melindrar o mestre da obra na ma

A lucidez não é monopólio da esquerda

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CAVACO - DE PR A MINISTRO DA PROPAGANDA

Cavaco, que sempre maltratou o anterior governo socialista, sempre se deu com o atual - maioritariamente constituído por elementos do seu partido de sempre - como Deus com os anjos. Ou melhor: sempre andou com ele ao colo. A princípio ainda disfarçava, aparentando uma certa equidistância entre governo e oposição. Mas isso era apenas para pedir o "consenso" do PS, isto é, para tentar corresponsabilizar este pelas malfeitorias do governo. Agora, porque já perdeu as esperanças do "consenso", porque está em fim de mandado e sobretudo porque se aproximam as eleições legislativas, perdeu completamente o decoro e anda pelo País fora a fazer campanha pela coligação governamental. Papagueia as balelas do Coelho sobre a "recuperação", a "superação da crise", etc., como se fosse um altifalante do governo, senão mesmo o seu porta-voz. E critica asperamente os "profissionais da descrença", isto é, os sem-abrigo (ai aguenta, aguenta!), os desem

A Turquia, a Europa e o futuro

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As recentes eleições turcas deram a vitória ao AKP, partido de Erdogan, sem a maioria absoluta. Foi um revés para o presidente, que pretendia alterar a Constituição e reforçar os seus poderes, transformando a natureza parlamentar do regime em presidencial, com poder para abolir a laicidade do Estado e acelerar o processo de reislamização. A propaganda a favor do seu partido, violando os elementares deveres de isenção de PR, não surtiu efeito. A entrada do partido secularista, HDP, no Parlamento, foi uma proeza num regime eleitoral que exige o mínimo de 10% dos votos. A Turquia tem o mais numeroso exército da NATO fora dos EUA, um exército que era o garante da laicidade do Estado. Erdogan, o político que viu sucessivamente o diploma de “muçulmano moderado” rubricado pelos EUA e UE, logrou neutralizá-lo em nome da democracia e com depurações cirúrgicas, tal como fez à magistratura. O desfecho eleitoral resultou do medo do seu crescente autoritarismo, neutralizando a intensa propa

Lamego – 10 de junho_2015

A Pátria, em dívida com benfeitores e filantropos ávidos de veneras, cachaços à espera do aconchego do colar, peitos insuflados para aguentarem o impacto da medalha, foi a Lamego afagá-los em cerimónia vigiada. Os agraciados são numerosos mas há outros a quem nunca a venera lhes baterá no peito, sem títulos académicos, militares ou eclesiásticos, simples Pereiras, Silvas ou Oliveiras, sem dinheiro para brasão da casa ou laço de banda de qualquer colar, para a lapela. É divertido ver o ar dos agraciados e a forma eficiente como os embrulham, com mais esmero do que nas ourivesarias atam as caixinhas das alianças, mas dói a manutenção da coreografia, até a soturna evocação, “morte de Camões”, de quem devia celebrar-se a vida dada a incerteza da data e local de nascimento. O 10 de Junho, cuja simbologia Jorge Sampaio resgatou, há dez anos que remete para o passado sombrio da ditadura, com gente de negro, pais a receberem medalhas dos filhos, mulheres de maridos mortos e crianças ames

Lamego: Cavaco Silva, o fim de festa e o barulho das luzes…

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O discurso do Presidente da República em Lamego mais não foi do que o prolongamento do discurso da tomada de posse proferido no início deste último mandato.  Mais uma vez recorre ao ajuste de contas e percorre por caminhos ínvios o passado recente. Foi, antes de tudo, um penoso (mas esperado) alinhamento com a actual maioria governativa derrubando todos as barreiras de isenção e independência inerentes à função e, deste modo, excluindo muitos portugueses.  Recuperou e incluiu, na sua errática arenga, muitos dos slogans partidários que informam a propaganda governamental.  Alimentou uma visão salvífica do cruel resgate a que o País foi submetido, como capaz de exorcizar erros do passado (que existiram) e lançou-se no branqueamento de incontornáveis consequências económicas e sociais, nomeadamente, a selvática expansão da pobreza e a ameaça pendente de desestruturação social.  Preferiu acantonar-se nas empresas, na competitividade, no empreendedorismo e em números e estat

Lamego - hoje

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Cavaco Silva, lendo um discurso partidário O colagem ao Governo foi a nota dominante.

Vida cultural e política

Miguel Relvas e Paulo Júlio, os mais eminentes políticos portugueses vivos, e dos mais ilustres do PSD, produziram, em coautoria, um tratado de pensamento político sobre a reforma na administração autárquica. Não é «O outro lado da Governação», o livro que Maquiavel gostaria de ter escrito, se não continuasse morto, que dilata a fama e glória dos autores. Já não precisam. O que surpreende é a generosidade com que reabilitaram figuras funestas, dando a José Maria Aznar a oportunidade do prefácio e a Durão Barroso a glória da apresentação. A generosidade dos autores contribuiu para atenuar o passado sinistro dos dois biltres que viram armas químicas em Bagdad, ludibriaram os compatriotas e foram cúmplices do caos no Médio Oriente. A grandeza ética e a dimensão cultural de Miguel Relvas e Paulo Júlio permitem que a benevolência que os exorna constitua a benzina bastante para limpar tais nódoas. O lançamento da genial obra está agendada para o próximo dia 2 de julho e, certamente, co

Coimbra - Passos Coelho no Portugal dos Pequenitos

O PM criado por Miguel Relvas, Marco António, Paulo Júlio e outros especialistas da manipulação das redes sociais esteve em Coimbra, desta vez no sítio cujo nome faz jus à sua dimensão, o Portugal dos Pequenitos. Não se pode exigir a quem se esqueceu dos compromissos com a Segurança Social e da prestimosa colaboração na Tecnoforma que se recorde do conselho dado aos professores para emigrarem ou de um ministro seu criticar quem se recusava a abandonar “a zona de conforto”, na pitoresca designação do País cujo Estado o PM se esforçou a desmantelar. Quem perde a memória e, sobretudo, o tino, atreve-se a afirmar que “não passa de um ‘mito urbano’” a ideia «generalizada na opinião pública de que o PM incentivou os jovens portugueses a emigrarem para procurarem emprego no estrangeiro». Não é a sugestão que se condena, é a reiterada insistência na mentira que se recrimina. Eis um excerto da sua insânia: “Desafio qualquer um a recordar alguma intervenção ou escrito que eu tenha tido n

TURQUIA

A vitória do AKP, partido de Erdogan, sem maioria absoluta, é um revés para o autoritário presidente e uma brisa de esperança na continuidade laica, com a entrada no Parlamento do partido secularista pró-curdo, HDP. O totalitarismo islâmico ficou adiado.

O desenho ao serviço da pedagogia

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Brasil ou o salve-se quem puder.

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Os supostos desabafos de José Dirceu a ‘amigos’, transcritos pelo “Estadão.com.br” link , vêm acicatar o problema da corrupção no Brasil e lançar a confusão política. Os escândalos ‘ Mensalão ’ e ‘ Lava Jacto ’ continuam a corroer a sociedade brasileira e a minar a democracia, sem que o sistema político brasileiro manifeste capacidade em reformar-se. Este o drama brasileiro e não só o do PT. A corrupção no Brasil é endémica e transversal a todo o sistema partidário. Mesmo tomando em consideração que a notícia publicada no 'Estadão' versa conversas ‘ off record ’ de José Dirceu (condenado pelo papel desempenhado no ‘ Mensalão ’) a mensagem que o jornal tenta passar é a de que o cerco começa a apertar-se à volta da actual ocupante do palácio do Planalto, não poupando o seu antecessor. E a desvalorização do papel político do PT, no Brasil de hoje, não é inocente. Como não é despiciendo analisar que órgão propala a notícia. O “grupo Estado”, de que o “Estadão.com.b

Quem é o António Ribeiro Ferreira?

Não é certamente um solípede à solta, sem cabresto, um asno a que se partiu a cilha e abandonou a albarda, um réptil que o calor tirou da hibernação ou o psicopata que se evadiu do manicómio e aterrou nos jornais. Há de ser falsa a frase que atribui o I ao «redator principal do Correio da Manha, diretor do i, redator principal e editor de Economia do i, agora redator principal e editor do Internacional do i», como se lê na biografia para que remete o ‘ link ’. Não é justo que imputem a um jornalista, por mais intensa que seja a sua sujeição a este Governo, uma frase tão ignominiosa, amoral e perversa como esta: "Dava tudo para, sentado no balcão, ver o avião [a TAP] despenhar-se", referindo-se à privatização cuja ânsia se compreende na fase terminal do atual Governo, sem desejar tal catástrofe. Um jornalista, por mais demente que fosse, não seria tão cruel. Por mais dependente que estivesse da avença governamental não se cobriria de tamanho opróbrio. Por mais ébrio que

Mais um embuste à volta da Constituição…

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Uma nova lei – esta apodada por Berlim de ‘ouro’ – que este Governo quer submeter a um mirifico consenso partidário em busca de uma maioria qualificada. Desta vez trata-se de inscrever o limite da dívida na Constituição link . Se, porventura, o País (político) aceitasse transformar a Constituição numa ‘folha de cálculo’ ou para colocar em consonância com a época informática numa folha de Excel, estaria a dar um grande empurrão à consagração das políticas ultraconservadoras que nesta fase europeia dominam o Mundo. O País não esquece como a experiência de desenhar um ajustamento segundo uma folha de Excel (como tentou Vítor Gaspar) conduziu a resultados desastrosos, nomeadamente, a uma profunda recessão, ao disparar do desemprego, à imigração desenfreada e à imolação dos trabalhadores e da classe média subsidiária de um empobrecimento descontrolado. As medidas que foram adoptadas para controlar o desastre perduram na memória colectiva dos portugueses. Forma uma intragável rece

O sonho...

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... e a realidade