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A mostrar mensagens de março, 2015

Barreto Xavier: gato escondido com rabo de fora…

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O Governo está prestes a completar 4 anos de exercício de funções.  Barreto Xavier , secretário de Estado da Cultura, andou a passear-se pelos corredores do poder e dá a sensação que se entreteve a despachar à toa (como no mediático caso da venda dos quadros de Miró). A poucas semanas de acabar o mandato, num Forum a decorre no CCB, lança um intrigante desafio: “ Durante três dias, artistas, governantes, pensadores e especialistas nas áreas da política, religião, economia, entre outras, vão debater o papel da cultura na sociedade portuguesa ” link . O comentário que esta afirmação suscita é o seguinte: os portugueses julgavam que o governante para a cultura saberia ab initio qual era esse papel. Em caso de dúvida, de dificuldade de compreensão ou incapacidade de apreensão sobre esse papel seria de esperar que não tivesse aceitado exercer esse cargo. Será difícil compreender que o desejo manifestado pelo secretário de Estado não seja uma peça da campanha eleitoral da

Notas Soltas - março de 2015

Segurança Social – A dívida de Passos Coelho, criada entre os anos de 1999 e 2004, já prescrita, era sua conhecida e só foi liquidada por ter sido noticiada. Pagou a dívida mas a nódoa permanece no PM que é um clamoroso erro de casting. Rússia – O assassinato do opositor russo Boris Nemtsov foi a dádiva que os adversários de Putin esperavam. É preciso ser muito imaginativo para pensar que Putin tivesse nesse assassinato tanto interesse quanto os igualmente pouco recomendáveis inimigos. P. R. – A delinquência fiscal do primeiro-ministro, agravada pelas declarações públicas, tornou intolerável a sua permanência no cargo. A gravidade da situação exigia que o PR dissolvesse a A.R. mas, na sua colagem ao Governo, só viu, na nódoa, «odor eleitoral». Estado Islâmico – A demência sectária alastra como mancha de óleo, do Iraque à Líbia, da Nigéria ao Iémen, com raízes no petróleo, numa mistura de fé e tribalismo, excitados por invasões de modernos cruzados e pela crueldade atávi

O silêncio de Boliqueime

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A Madeira e o deixa passar esta nossa brincadeira...

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A vitória de Miguel Albuquerque à frente dao PSD/Madeira, nas eleições regionais do passado fim-de-semana, tem obrigatóriamente de fazer soar campainhas em todo o espectro partidário nacional. Mas particularmente na Esquerda. Não basta minimizar a vitória de M. Albuquerque assacando-a a uma dimensão regional. O 'terramoto' aconteceu na Madeira mas haverá necessariamente ‘réplicas continentais’. O que passou na Madeira não é inédito como também não é ocasional o aproveitamento do Centro-Direita das hesitações e erros dos partidos colocados à Esquerda. Passar a vida a medir forças, a guerrear-se, não pode ser uma opção perene. Os resultados eleitorais na Madeira estão pejados de mensagens para as oposições (cá e lá). Muita gente acreditava que o ‘jardinismo’ morreria com o fim político de Alberto João. Nada disso vai acontecer e o ‘ jardinismo ’, parasitário de múltiplos clientelismos instalados durante mais de 3 décadas, está pronto para sobreviver.  As eleiçõ

Eleições na Madeira

A maioria absoluta do PSD é uma vitória pessoal de Miguel Albuquerque e um triunfo do partido que soube substituir a tempo Alberto João jardim. A confiscação do aparelho autonómico e das atividades económicas ao longo de 40 anos não chegam para denegrir a vitória do próximo presidente da RAM e dourar a arrasadora derrota da esquerda. Parabéns a Miguel Albuquerque e boa sorte na gestão da dívida colossal que herda do inimputável antecessor.

Sinal + e Menos Um

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Imagem de Maputo

Violência doméstica

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  No início deste mês, um homem de 33 anos matou a mulher, de 29, e, a seguir, atirou-se da Ponte 25 Abril, deixando o filho de 3 anos que assistiu ao crime. A monótona notícia que se repete, à média de 40 mulheres por ano, é um ferrete de ignomínia que nos marca com o estigma da brutalidade, num desmentido violento da brandura que alardeamos. Sei que também há homens que são vítimas da violência doméstica e que o assassinato  não é a única forma de violência, mas são as mulheres que estão na vanguarda destacada do inventário das vítimas.  Falar do ‘país de brandos costumes’, expressão cunhada pelo frio ditador que deixava os adversários entregues às mãos criminosas dos esbirros ou o ao gatilho rápido da polícia política, e sabermos que, nos últimos dez anos, a violência doméstica deixou 700 órfãos, é sermos percorridos por um frémito de incredulidade e de revolta e sentirmos, em cada órfão, um filho que a violência deixou aos baldões da sorte e o remorso da indiferença.

O mundo é feito de mudança...

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Ninguém se demite e quem o devia fazer finge-se morto

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Quando se soube da compra e venda de ações de uma sociedade não cotada em Bolsa, [SLN] pelo cidadão Aníbal Cavaco Silva e, por coincidência, da sua filha Patrícia, com excelentes mais-valias, e da rentável troca da Vivenda Mariani pela Gaivota Azul, em 1999, sem necessidade de tornas, pensava-se que o Presidente da República, homónimo do feliz investidor, renunciasse ao cargo. Depois veio aquele caso das escutas, onde Fernando Lima arruinou a reputação e José Manuel Fernandes aumentou a sua. E aos costumes disse nada. Faltava regressar ao Caso Moderna onde juízes conselheiros davam aulas pro bono e a empresa de sondagens «Amostra» faliu fraudulentamente sob a gestão de Paulo Portas e sem que a vítima, que seria nomeada chefe de gabinete do futuro ministro, apresentasse queixa. Só as Finanças apoquentaram o implacável jornalista de ‘O Independente’ antes de se tornar ministro da Defesa. Até queriam recibos de despesas. É preciso topete! Depois disso estavam criadas as condições

Portugal está melhor, os portugueses…

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Ali, na Praça do Comércio, junto ao Tejo, onde estão cheios os cofres no ministério das Finanças e é farta a dívida soberana, a foto documenta a metáfora da tragédia silenciosa de quem não é grego. Na opulência da reconstrução pombalina, jaz a decadência da ética e da solidariedade, ali onde a rutura do tecido social é a imagem da nossa vergonha.

Secularização

Um texto* que, quase dez anos depois, voltaria a escrever. *** A emancipação do Estado face à religião iniciou-se em 1648, após a guerra dos 30 anos, com a Paz da Vestfália e ampliou-se com as leis de separação dos séc. XIX e XX, sendo paradigmática a lei de 1905, em França, que instituiu a laicidade do Estado. A libertação social e cultural do controle das instituições e símbolos religiosos foi um processo lento e traumático que se afirmou no séc. XIX e conferiu à modernidade ocidental a sua identidade. A secularização libertou a sociedade do clericalismo e fez emergir direitos, liberdades e garantias individuais que são apanágio da democracia. A autonomia do Estado garantiu a liberdade religiosa, a tolerância e a paz civil. Não há religiões eternas nem sociedades seculares perpétuas. As três religiões do livro, ou abraâmicas, facilmente se radicalizam. O proselitismo nasce na cabeça do clero e medra no coração dos crentes. Os devotos creem na origem divina dos livros sag

Associação Ateísta de Portugal (AAP) - carta ao embaixador do Egito

Embaixador do Egito em Portugal egyptembassyportugal@net.novis.pt S. Exa. Amr Ramadan Av. D. Vasco da Gama, 8 1400-128 LISBOA Senhor Embaixador, A Associação Ateísta Portuguesa (AAP), dececionada com a condenação do estudante de engenharia, Karim Ashraf al-Banna, a 3 anos de prisão pelo «crime» de ser «ateu», vem manifestar-lhe o seu repúdio pela pena injusta contra um cidadão que se declarou ateu e o afirmou em redes sociais. Sendo o Egito um país com uma História milenar, herdeiro de ricas tradições, com uma Constituição que protege «em absoluto» a liberdade de consciência, embora criminalize, paradoxalmente, o insulto a qualquer uma das três religiões monoteístas, não se compreende que o ateísmo possa ser considerado um «insulto às religiões». Não sendo a crença, qualquer crença, um ato da vontade, como podem os tribunais, quer o de primeira instância ou o de recurso, condenar quem não acredita em Deus? Em nome da liberdade e do livre-pensamento solicitamos a V. Ex.ª

Portugal à deriva

Portugal é uma espécie de navio Costa Concordia que se encaminha para o desastre, em velocidade de cruzeiro, com um Francesco Schetino a dirigi-lo ao naufrágio, não na ilha de Giglio, nos obstáculos da União Europeia, no tempo que decorre da dissolução ética do Governo até à dissolução obrigatória da A. R.. Aqui não é o amor que perde o casto comandante, é o medo de enfrentar o Governo, na sua imutável servidão, preso na rede dos interesses partidários. Prefere trocar encómios com o seu homólogo Hollande, numa metáfora perfeita de dois erros de casting. Após os solavancos do Concordia, perante a incúria de Schetino, 32 viajantes perderam a vida no naufrágio. Em Portugal, com o mar agitado, o capitão adivinha odor eleitoral quando o Citius aborta, a colocação de professores gera desordem, o PM, que assessora, finta a S. S., e a ministra das Finanças ignora a lista VIP criada nas madraças do partido cujos tentáculos confiscaram o aparelho de Estado. Nas trapalhadas governamentais há

VEJAM O QUE AINDA TEMOS QUE AGUENTAR......

https://countingdownto.com/ countdown/quanto-ainda-falta- para-cavaco-ir-embora-2016-01- 23-countdown-clock

O que a PIDE pensava de Herberto Helder

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Henrique Neto e a falsa candidatura presidencial

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A central de intoxicação ao serviço deste Governo, desta maioria e deste PR já cumpriu o seu dever. Pôs a comunicação social a esconder a cobardia de um Governo que deixa imolar diretores-gerais para proteger os seus membros e engendra uma candidatura, as preocupações éticas são modestas, para desviar as atenções. António Barreto, digerido por excessos de favores, deixou de ser o homem da direita a fingir de esquerda. Medina Carreira hilariava demasiado. Veio a calhar Henrique Neto. A lista VIP das Finanças estava a desgastar o pior Governo depois de Pimenta de Castro e, depois da abnegada demissão do diretor-geral, para poupar o pusilânime secretário de Estado, era preciso ruído de fundo para desviar as atenções. Nesta altura, o ancião de honesto passado antifascista, ex-comunista e ex-socialista, há muito sucessor de António Barreto ao serviço da direita, sem apoio na concelhia do PS da Marinha Grande, que o levou a deputado, anuncia uma candidatura para que não será difíci

Na morte de um enorme poeta

«AS MUSAS CEGAS - II» - HERBERTO HÉLDER (1930-2015) Apagaram-se as luzes. É a primavera cercada pelas vozes. Enquanto dorme o leite, a minha casa pousa no silêncio e arde pouco a pouco. No círculo de pétalas veementes cai a cabeça - e as palavras nascem.                                             - Límpidas, amargas. Eis um tempo que começa: este é o tempo. E se alguém morre num lugar de searas imperfeitas, é o pensamento que verga de flores actuais e frias. A confusão espalha sobre a carne o recôndito peso do ouro. E estrelas algures aniquilam-se para um campo sublevado de seivas, para a noite que estremece fundamente. Melancolia com sua forma severa e arguta, com maçãs dobradas à sombra do rubor. Aqui está a primavera entre luas excepcionais e pedras soando com a primeira música de água. Apagaram-se as luzes. E eu sorrio, leve e destruído, com esta coroa recente de ideias, esta mão que na treva procura o vinho dos mortos, a mesa onde o coração se consome d

Ateísmo e liberdade

Sou contra um Estado ateu da mesma forma que sou contra os Estados confessionais. *** «O Estado também não pode ser ateu, deísta, livre-pensador; e não pode ser, pelo mesmo motivo porque não tem o direito de ser católico, protestante, budista. O Estado tem de ser céptico, ou melhor dizendo indiferentista» Sampaio Bruno, in «A Questão religiosa» (1907). «O Estado nada tem com o que cada um pensa acerca da religião. O Estado não pode ofender a liberdade de cada qual, violentando-o a pensar desta ou daquela maneira em matéria religiosa». Afonso Costa, in «A Igreja e a Questão Social» (1895) R & L *** No Egito, com uma Constituição laica, um jovem ateu foi condenado a três anos de prisão, depois de ter estado preso preventivamente, pelo delito de ser… ateu, ou na linguagem de quem odeia a liberdade, por « insulto às religiões ». Imaginem a sorte que lhe reservaria o Irmão Muçulmano, deposto pelos militares. Se o Islão é incompatível com a liberdade, terá de ser combatido, re

Documento

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A FRASE

«Se não está disposta a mostrar o rosto numa cerimónia em que se vai unir ao melhor país do mundo, francamente, se não gosta de o fazer, ou não o pretende fazer, deve ficar no inferno donde veio». (Larry Miller, deputado conservador canadiano sobre o uso do niqab durante a cerimónia da cidadania)

Os cofres (mal) 'cheirosos’…

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Há alguns dias a Ministra das Finanças anunciou ufana perante uma plateia de jotinhas que ‘ temos os cofres cheios ’ link . Hoje, Passos Coelho, em reunião partidária nos Açores revelou que, em 2011, quando chegou ao Governo os ‘ cofres estavam vazios ’ link . Ficamos à espera de explicações como se operou esta sonante trasfega.  De concreto sabemos que, em 2011, existiam dificuldades de financiamento derivadas da instauração de uma ‘crise da dívida soberana’, congeminada pelos mercados à volta de um endividamento excessivo (97% do PIB) e que determinaram – com cúmplices paroquiais – uma intervenção externa. Hoje, com um maior endividamento (130% do PIB), temos os cofres cheios à custa de sucessivas idas aos mercados, já que as actividades produtivas não justificam esse tipo de aforro. Torna-se, portanto, público e notório que o dinheiro saiu dos bolsos dos contribuintes para os cofres públicos. Estas meças sobre as volumetrias dos cofres são pornográficas. Na verda

O país é cada vez mais estranho

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No meu país do medo…

Quando o medo nos domina, porque é incerto o futuro e imprevisíveis os desígnios dos patrões, porque à nossa volta a insegurança nos contagia, a primeira vítima é o carácter. Perdemos o amor-próprio e descremos do futuro, arruinamos a confiança e duvidamos da sobrevivência, deixamo-nos envolver pelo temor e acabamos em pânico. Vão maus os tempos, parece que a vocação suicida vai tomando conta de nós. Os novos anseiam por um lugar e os velhos temem que os abandonem. A cultura é um luxo que a vida atual dispensa, a leitura um capricho que alguns teimosos ainda ousam e a arte uma atividade supérflua à espera de outros dias. O eclipse do Sol que outrora pressagiava desgraças de um Deus vingativo, sinal do Céu de que bruxas, judeus ou hereges tinham ofendido o deus de Abraão, é agora a raridade que serve de pretexto para óculos bizarros e romarias de curiosos. Não é na astronomia que os eclipses despertam mais interesse ou qualquer resquício de superstição, é na política. Nesta, assis

A FRASE

A FRASE «A pena de morte representa um fracasso, porque obriga a matar em nome da justiça e porque nunca haverá justiça com a morte de um ser humano». (Papa Francisco, em carta entregue ao presidente da Comissão Internacional Contra a Pena de Morte) Doutrina da Igreja católica – Cânone n.º 2267 do Catecismo 2267. A doutrina tradicional da Igreja, desde que não haja a mínima dúvida acerca da identidade e da responsabilidade do culpado, não exclui o recurso à pena de morte, se for esta a única solução possível para defender eficazmente vidas humanas de um injusto agressor. O rompimento do Papa com a doutrina tradicional da Igreja de que é o sumo pontífice, não prova a existência de Deus mas é um avanço civilizacional do catolicismo romano cujo passado foi tantas vezes causa de sofrimento inútil e crueldades impensáveis. Nenhuma religião pode reivindicar a verdade dos mitos que a criaram mas é inegável o efeito benéfico que os líderes religiosos podem exercer. Seria um avanço

O que há de novo no Brasil?

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O Brasil agita-se à volta de insuportáveis fenómenos de corrupção que ameaçam não própriamente Governo de Dilma mas mais profundamente todo o processo democrático retomado em 1985 com o fim da ditadura militar.  O que está em causa é novamente mudanças de regime num sentido absolutamente irresponsável. A ‘redemocratização’ do Brasil iniciada na década de 80 não será ab initio um processo liderado pela esquerda embora caiba a esta a fatia de leão no combate às atrocidades democráticas e humanitárias perpretradas pelo regime militar. Mais uma vez quem colhe os louros da história dos povos não são aqueles que lutaram pela mudança. A transição da ditadura militar para a ‘Nova República’ foi indelevelmente marcada pela ascensão do neoliberalismo ao nível mundial e colheu aí muito da sua formatação. Existem neste novo período constitucional do Brasil duas figuras políticas que se agigantaram e que tornam os restantes protagonistas meros sobressaltos. Trata-se de Fernando Henrique

Nós não somos a Grécia...

Com os cofres vazios e a enfrentar uma fuga maciça dos depósitos, Alexis Tsipras, após a reunião de anteontem à noite, com Merkel, Hollande e um grupo restrito de credores, foi abandonado no pelourinho do Eurogrupo. Portugal não é a Grécia, condenada à morte, é um país que se deixa morrer lentamente, com cuidados paliativos, por entre elogios aos estrategos da morte lenta.   Não temos um Governo que se bata pelo povo mas que lhe bate, em nome de interesses alheios. Temos a cobardia de gente videirinha, incapazes uns, capazes de tudo, outros. A dívida soberana dilatou e a estridência de plástico das vuvuzelas do Governo amplificou o volume para anunciar a saída da troica e o regresso aos mercados no doce enlevo do embuste que estupefaz. Nós não nascemos no Jardim de Academus, sob os auspícios de Platão, 384 anos antes da era vulgar, como comunidade consagrada ao culto das Musas de Apolo, próximo da cidade que tem o nome de Atena, deusa da guerra, é certo, mas também da civi

Num país de crédulos

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A lista VIP da Autoridade Tributária

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Num país disfuncional, onde os diretores-gerais apresentam a demissão para evitar a dos ministros, como aconteceu com o Comandante-Geral da PSP que seria substituído pelo que, na sua atuação, deu origem à demissão, cria-se um lugar político para os abnegados mártires. Na PSP, hoje com 13 oficiais equiparados a generais de 3 estrelas, arranjou-se um lugar… em Paris, por 12 mil euros mensais, para o desprendido demissionário. A demissão do responsável máximo da Autoridade Tributária, um diretor-geral, tem certamente à espera uma sinecura à altura do sacrifício. Imolou-se no altar da hipocrisia ao serviço da degradação ética do regime que este Governo e esta maioria, à rédea solta, levam a cabo, com o PR preso curto. Um país onde o segredo fiscal, à semelhança do de justiça, é para ser violado, protegem-se os amigos, hoje os deste Governo, amanhã os do próximo. O sigilo fiscal era a prática dos funcionários de Finanças como os pagamentos à Segurança Social e ao fisco o eram dos gove

O caloteiro relapso, a ingratidão, a hipocrisia e a frase

«Eu acho que ele (António Brigas Afonso) fez bem em ter apresentado a sua demissão, porque o governo nunca admitiria que uma lista dessa natureza ou um procedimento desta natureza pudesse existir na Autoridade Tributária». (Pedro Passos Coelho, PM em forma de assim, em Portugal – in DN, hoje, pág. 8)

Quo vadis, Europa?

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Que é feito de ti, bela Europa, filha de Argenor, por quem Zeus traiu Hera e, disfarçado de touro, levou para Creta para te amar e fazer filhos? Que é feito de ti, dileta do pai dos deuses e dos homens, abandonada a usurários que te violam numo vão de escada de agiotas e abandonam à concupiscência do liberalismo? Esqueceste os filhos da mitologia grega, Minos, Radamanto e Sarpedão, mas deste-nos o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa. Deixaste-nos primeiro os ideais da Liberdade, Igualdade e Fraternidade e, com eles, a ciência, a técnica e a cultura com que fizeste feliz quem nasceu em ti. Tal como Fídias, sob Péricles, esculpiu o mármore em êxtase, tu criaste uma sociedade talhada com o cinzel da liberdade na pedra da tolerância. As artes, a ciência e a cultura brotaram de ti, grávida de Zeus, para deleite humano. Como pudeste esquecer a região da Ática onde Atenas guarda, há 3.400 anos, o porto de Pireu, hoje à venda, para matar a fome dos que vivem no berço da c

AS FRASES

«Imaginemos um primeiro-ministro ou um presidente de qualquer democracia que adverte, por exemplo, que o seu governo está em perigo  porque os eleitores negros estão a votar em massa. É horrível, não é verdade?» (Shelly Yachimovich, deputada israelita sobre o apelo de Netanyahu ao voto contra os árabes – in DN, hoje, pág.6)

Percurso de um troca-tintas

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Vêm aí eleições legislativas e presidenciais

Quando se exige serenidade e bom senso, reflexão e inteligência, argúcia e esperança, a proximidade de eleições infeta o ambiente e polui as mentes. Não se pensa no futuro, remói-se o passado e olvida-se o presente. Poupam-se os adversários e combatem-se os que estão mais próximos, na ânsia da caça ao voto. Não se avalia este Governo, este PR e esta maioria, esquece-se o voto que lhes foi dado e deseja-se que sejam os tribunais a julgá-los, porque só estes podem prender.  Não é o futuro melhor que se almeja, é um ajuste de contas que se procura contra os adversários. Rumina-se vingança onde só a humilhação conta e a aniquilação serve. Das futuras eleições, donde sairá um PR menos mau do que o atual, por não haver pior, pode sair um Governo idêntico, sem aptidão, honra ou patriotismo. A direita une-se, e a esquerda, com pruridos incuráveis e ódios atávicos, é incapaz de fazer uma tentativa patriótica de unidade, no eterno preconceito de quem é ou não é de esquerda, a navegar entre o

Religião e política e a política da religião

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As manifestações contra o Governo brasileiro têm causas legítimas e objetivos obscuros que exigem uma cuidadosa atenção. Deixemos de parte a corrupção, apesar da importância basilar, que cresce com o rápido desenvolvimento económico e cuja perceção pública aumenta em regimes democráticos, para analisar outras vertentes, igualmente relevantes. O Brasil tem hoje uma riqueza, jamais conseguida no passado, e um desenvolvimento que o tornou uma potência económica mundial. A fome, a pobreza e o analfabetismo foram fortemente combatidos e com assinalável êxito. O que leva, então, às gigantescas manifestações de protesto? Por um lado, a estagnação económica que a descida dos preços do petróleo tornou inevitável, por outro o domínio dos órgãos de comunicação social ao serviço de interesses que, no passado, sustentaram ditaduras e se alimentaram delas. As religiões deviam evitar comprometer-se politicamente sob pena de verem um dia o seu clero a ser reprimido em nome da democracia e d

A fé é que os salva

Pela primeira vez na minha vida, na semana passada, fui a uma reunião da tão criticada Igreja Universal e partilhei as práticas e orações dos presentes. De repente, o Pastor se aproximou do lugar onde estava, olhou-me fixamente e apontou-me o dedo. Piedosamente, ajoelhei-me e ele colocou as suas mãos na minha cabeça e clamou em voz alta: Você vai caminhar! Eu respondi-lhe baixo: mas não tenho nenhum problema de locomoção. Ele ignorou minha resposta e quase gritando, voltou a exclamar: irmão, você vai caminhar! Toda a Assembleia, com as mãos ao alto, começou a chorar: Você vai caminhar! Mais uma vez, tentei explicar que não tinha nenhum problema com meus membros inferiores, mas foi em vão. Cada vez mais forte e com mais energia, ele repetiu: Você vai caminhar!!!! , enquanto a Assembleia em transe gritava ainda mais forte: irmão, você vai caminhar!!!! Optei por me calar e não dizer mais nada. Quando o acto acabou deixei a Assembleia e, acreditem ou não, o maldito pastor

FRASES

«Falar de propostas sobre abusos sexuais de menores numa creche é algo que nos insulta a todos. Julgo que o primeiro-ministro foi, no mínimo, muito infeliz na escolha. (Catarina Martins, líder do BE, sobre Passos Coelho falar da lista de pedófilos numa  creche) «O caso BES é exemplar, pois demonstra que, depois de sucessivos testes de stress, de três anos de escrutínio da troika, dos alicerces lançados da união bancária, é ainda possível um país ser engolido pelo buraco negro de crimes que ludibriam todos os níveis de regulação, nacional e europeia». (Viriato Soromenho Marques, Professor universitário) Fonte: DN, hoje

Notícias

O primeiro-ministro a falar, numa creche, da controversa lista de pedófilos de crianças, aprovada pelo Governo a semana passada, mostrou o bom-senso que revela na defesa dos interesses do País. O Governo, depois do ataque feroz que levou à demissão de alguns dos seus membros, poupando a ministra das Finanças, pretende lançar novas PPP no valor de 13,6 mil milhões de euros. Só a reestruturação  das águas custa 3, 7 mil milhões. É a maior PPP… para depois privatizar.

Bento XVI, o ateísmo e o nazismo

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Fez dois anos que Francisco iniciou o pontificado. Sei que um homem bom não prova a existência de Deus, mas pode melhorar a vida de muita gente, se a tiara cobre a cabeça certa. Aos olhos indiferentes de um ateu, este papa é um bom homem que parece sofrer com as injustiças humanas. Não me inspira devoção mas merece-me respeito. Tenho pelos Papas, por todos os papas, uma devoção inversa à que a Aura Miguel nutre por qualquer um e João César das Neves por todos menos o atual. Mas uma coisa são estados de alma e outra os factos. Sou incapaz de desejar a alguém o que a ICAR fez a judeus, bruxas, hereges e a todos os que contrariaram os seus interesses. Não vou remexer nos crimes que desde Paulo de Tarso e Constantino se fizeram em nome de um judeu imolado pela salvação do mundo e nem a si próprio se salvou. É hoje a referência para as multinacionais da fé que vivem da sua alegada divindade como os homeopatas do valor terapêutico das mezinhas. O que um ateu não pode olvidar é que o

A arte de Paula Rego

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Faltam 356 dias para se acabar a mama

A central tóxica e os idiotas úteis – Aviso à navegação

Há à esquerda quem pulverize as intenções de voto com grave prejuízo para a remoção deste Governo, desta maioria e deste PR cuja troca, mesmo dentro dos atuais partidos, nunca poderia ser para pior, mas não seria saudável a impunidade nem higiénica a sua perpetuação. Ninguém, com formação democrática, contestará a legitimidade de criar novos partidos como legítimo exercício da cidadania. Esta direita, que nos deu a pior maioria, o pior PR e o pior Governo da democracia, unida nos interesses, ameaça perpetuar a calúnia, a intriga e a cizânia. Lastimável é encontrar à esquerda desempregados políticos, oportunistas e trânsfugas, à espera de exposição mediática ou consideração pública, capazes de se juntarem ao coro afinado do bando ultraliberal que, em quatro anos, subverteu o regime e a Constituição, para denegrir qualquer nome que apareça com hipóteses de ser PM ou PR, se não for o que congeminaram. A esquerda não pode fazer coro com os seus algozes. Carvalho da Silva, um cidadão

Desenho de António

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A virgem, que o não é, pega nos braços o moribundo que não devia ter nascido.

A notícia

A grevista que foi às Finanças e bateu com o nariz na porta por causa... da greve. (DN, hoje)

O caloteiro. No princípio era o verbo – tempos e modos

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Passos Coelho apresentou-se como o futuro indicativo da transparência e tropeçou no gerúndio do verbo delinquir. Delinquindo, tornou-se delinquente no cumprimento das obrigações fiscais que exigiu aos portugueses. Relvas e Marco António guiaram-no na arte de bem fintar o Fisco e a Segurança Social e fizeram do discípulo mestre. Tendo delinquido, o adjetivo verbal trouxe ao presente o pretérito mais-que-perfeito do delinquente fiscal, delinquiu, e deixou-o sem futuro do indicativo ético. O imperfeito do conjuntivo podia salvá-lo da infâmia, isto é, se pagasse, quando baniu do seu objetivo ressarcir a Segurança Social, passando a ‘delinquir´ – infinitivo pessoal –, à espera do termo do mandato. A desculpa foi arranjada com a notícia que o obrigou a pagar imediatamente. A dívida [pelos vistos, parcial] foi paga, mas a nódoa avoluma-se e todos acreditam no presente do conjuntivo, isto é, que delinqua de novo. Foram, aliás, os tempos compostos do verbo que fizeram do deputado em

A insustentável leveza ética

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Há um clima de medo numa atmosfera irrespirável

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 A central de intoxicação deste governo e desta maioria, que este PR e a comunicação social ungiram, está ativa e com escândalos preparados contra adversários políticos. O PR considera a indecência política mera guerrilha partidária e as falências fraudulentas dos bancos, azar de amigos que lhe merecem prudente silêncio. O domínio dos meios de produção, a manipulação da informação e os funcionários de serviço nas redes sociais cumprem a tarefa de evitar uma alternativa à tragédia que nos coube. Preferem um país ingovernável à sua substituição no aparelho de Estado. E não lhes faltam idiotas úteis como cúmplices. Não é por acaso que nada foi feito contra a dimensão faraónica do aparelho de Estado, das assembleias municipais, regionais ou de freguesia e contra o número de concelhos e freguesias. Os partidos, todos os partidos, encontram aí guarida para os seus militantes. As IPSSs pululam sem fiscalização, as EPs mantêm-se, as Fundações atraem a evasão fiscal e o confisco

Processo de canonização do bem-aventurado Aníbal Cavaco Silva

Há muito que se exige um postulador da causa do bem-aventurado Aníbal, que preenche os requisitos para a beatificação e posterior canonização, exceto a defunção que, embora simulada, não aconteceu ainda. É injusto que a subida aos altares se atrase por incúria do bispo de Lisboa a quem cabe, segundo a Constituição Divinus perfectionis Magister e a instrução Sanctorum Mater, por iniciativa própria ou a pedido de fiéis, a competência de investigar sobre a vida, virtudes ou martírio e fama de santidade e milagres atribuídos. O bispo do Algarve está arredado porque o ditoso é mártir e obra milagres longe de Boliqueime, noutra diocese, tal como Fernando de Bulhões, de Lisboa, que acabou a obrar em Pádua. Dado que o senhor bispo da Guarda se recusa a libertar-me do batismo, encontro-me na condição de «fiel», apto a solicitar a inquirição do bem-aventurado que, há muito, devia ser considerado Servo de Deus pela Congregação para a Causa dos Santos. As virtudes em grau heroico, que o exorna

Apagão

Caros leitores: Não sei o que se passou mas os posts das duas últimas semanas desapareceram. Vou tentar publicar alguns. As minha desculpas aos leitores e colaboradores.

A FRASE

É verdade que a emancipação da mulher a masculiniza, desprezando as características femininas, no esforço obsessivo de as provar capazes em jogos de homens. (João César das Neves, talibã católico, in DN, pág. 8, hoje)

Dúvida metódica

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Manual do bom caloteiro

(Qualquer semelhança com a realidade é coincidência) - O caloteiro nunca ofende, é sempre ofendido. - O caloteiro coloca a honestidade acima de tudo. A dele. - Exceção feita aos que o conhecem demasiado bem. - O caloteiro tolera os adversários, desde que não ameacem o seu lugar. - E o elogiem. - O caloteiro respeita a presunção de inocência e só a despreza se necessário. - O caloteiro não gosta de ser chamado caloteiro, acha que o retrato é injusto. - E a justiça é muito importante para o caloteiro, ele não suporta injustiças. - O caloteiro é sempre justo, mesmo quando reconhece não ser «exemplar». - O caloteiro não pensa. Ele é mais um homem de ação. - O caloteiro não tem saudades de Salazar, tem inveja. - Acha apenas que lhe faltam os meios. - Alguém que impedisse a divulgação dos factos contra si. - E publicasse calúnias contra os adversários. - Ou mesmo factos, se lhe fossem úteis. - O caloteiro sabe que a descolonização foi muito mal feita. - O caloteiro gostava

Convite para gente fina

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"Nunca deixei de pagar o que o Fisco me convidou a pagar". (P. P. Coelho)

Autarca socialista pede apoios a Bruxelas para Museu Salazar

  «O presidente da Câmara de Santa Comba Dão, Leonel Gouveia, assegura ao i (9-3-15) que se trata de um ‘projeto prioritário’ para a autarquia, numa altura em que o município já se prepara para apresentar uma candidatura a fundos comunitários para financiar a intervenção». Que a intenção boçal do edil do PSD/CDS/PPM, que o antecedeu, seja retomada por um eleito do PS não provoca apenas perplexidade, é motivo de vergonha e revolta. A determinação em criar o Museu Salazar não é um ato de cultura, é uma manifestação fascista. Enquanto em Espanha, o genocida Francisco Franco, estátua a estátua foi sendo remetido com o cavalo para os depósito municipais, por razões de sanidade e de justiça histórica para com um milhão de espanhóis que sofreu a morte ou o exílio, em Portugal há um autarca que quer recuperar a memória do déspota. As famílias de presos, torturados e mortos, em Peniche, Caxias, Aljube, Tarrafal, Timor e Campo de S. Nicolau, merecem a afronta da veneração do algoz? O país

A FRASE

«Com a ironia de Strauss-Kahn, se ao designar o seu sucessor dissesse «no FMI só um homem casto», Cavaco Silva definiu um critério para o próximo PR: “Ter alguma experiência na política externa”». (Ferreira Fernandes, hoje, DN)

PSD/ PPD/PPC*

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Quando o principal partido do Governo trata a verdade e a gramática como os jihadistas os prisioneiros, não podemos admirar-nos de que o PM desconhecesse que as prestações à Segurança Social fossem para pagar ou que a Declaração de rendimentos de deputado, após terminar o respetivo mandato em 1999, fosse de entrega obrigatória no Tribunal Constitucional. O PSD, no exercício legítimo da propaganda eleitoral que a democracia lhe consente, e a que aderiu depois do 25 de Abril, publicitou a isenção de taxas moderadoras, no S. N. S., a todos os menores de 18 anos. O exagero publicitário é uma refinada mentira e o atropelo à gramática é clamoroso. Um e outro estão ao nível deste Governo, desta maioria e do seu delegado em Belém. « TRATAM-SE DE SEIS MILHÕES DE PORTUGUESES » [sic], como se houvesse 6 milhões de jovens com menos de 18 anos; e a gramática sai tão ferida como os direitos dos trabalhadores. Onde está «TRATAM-SE…» devia estar «TRATA-SE…», se a língua de Camões lhe mereces

Coisas…

A «distração e a falta de dinheiro» estiveram na origem da delinquência perpetrada por Passos Coelho ao fisco e à Segurança Social. Ainda que seja injusto duvidar de “Um homem invulgar”, segundo a biografia de Felícia Cabrita, fica a vaga sensação de ser um oportunista amoral e analfabeto que comete os delitos de forma reiterada: "Nunca deixei de pagar o que o Fisco me convidou a pagar", como se a liquidação de impostos, à semelhança do anúncio do último casamento de Miguel Relvas, se fizesse por convite. Entendo os novos descamisados, para cujo acréscimo o atual Governo tem contribuído, mas não posso aceitar que um sem-abrigo, que recebeu 60 mil euros como subsídio de reintegração, na qualidade de deputado caído no desemprego, em vez de procurar um lugarzinho, para cujo desempenho possuía habilitações literárias mínimas e padrinhos à altura, tenha almejado ser primeiro-ministro de Portugal. Relvas e Marco António tiveram mais responsabilidade do que Cavaco Silva, cujo ód

Os novos pobres

Enquanto choramos os pobres que o desemprego lançou na miséria, os jovens que não acham um posto de trabalho e os emigrantes que levam um diploma na mala de cartão, rumo a outro país, esquecemos os novos pobres que a Justiça lançou na indigência. São mais merecedores de dó os últimos, antigos membros de Governos, ex-banqueiros que patrocinaram partidos políticos, ministros, deputados e até o PR. Quem pode ser indiferente ao atestado de pobreza que Oliveira e Costa foi obrigado a pedir ou à inexistência de quaisquer bens na família Espírito Santo, cuja divindade do apelido não a protegeu da indigência legal? Quem é tão insensível que não se comova com a situação precária do atual PR a quem o anterior Governo cortou a acumulação das pensões de reforma com o salário da função? Sem os 40% do vencimento presidencial, referentes a despesas de representação, talvez não pudesse cumprir os compromissos! E, na sua nobreza, cala as dificuldades próprias e só se preocupa  com «os muitos milh

Santo Aníbal, santo súbito…

À semelhança de João Paulo II, as multidões reclamam em vida a canonização que tarda e a subida aos altares. Infelizmente, para Cavaco Silva, amigo da hóstia e do Governo, a intercessão com o divino só é permitida após a defunção. Cavaco tem-se esforçado a fazer de morto, sempre que o seu Governo e a sua maioria se excedem em desmandos, mas a Sagrada Congregação para a Causa dos Santos já não tem a dirigi-la o inefável cardeal Saraiva Martins, um diligente chefe de repartição, para agilizar a adjudicação de dois milagres exigidos para a consagração pia do compatriota. De qualquer modo só por cegueira partidária não se vislumbra no beato Aníbal a aura da santidade. Depois de um retiro espiritual, longo e profundo, enquanto o país se afundava na mais deprimente decadência ética, emergiu com odor a santidade a tranquilizar o País e, na benevolência evangélica, acentuada com a idade e a proximidade do encontro com o seu Deus, viu na evasão contributiva de Passos Coelho, ao Fisco e à Se