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A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

Notícias do meu País…

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A notícia que invadiu hoje o País diz respeito à Segurança Social e refere o incumprimento das prestações contributivas do actual primeiro-ministro durante 5 anos (entre 1999 e 2004) link . Claro que no País das prescrições (selectivas?) esta situação tal como outras que lhe foram imputadas em relação ao ‘caso Tecnoforma’ serão águas passadas e contas para assentar no tecto. O facto do primeiro-ministro ter pago (na totalidade ou em parte) as prestações em atraso acarreta a impossibilidade (desistência) de invocar a prescrição. Portanto, com este gesto repositor, o caso em vez de resolvido, regressa à luz do dia em toda a sua plenitude. É previsível o que ocorreria em situação similar a um vulgar cidadão. Acrescida do ‘rigor’ verificado no ‘ajustamento em curso’ – sustentado por tiradas político-filosóficas de Passos Coelho – as consequências seriam dramáticas de que não estariam a salvo, p. exemplo, a penhora da habitação. Penso que não existirá um só português que acei

O Islão e a teologia do cabotinismo

Pegue-se numa cópia grosseira do cristianismo, com laivos de judaísmo, e faça-se um manual terrorista ao gosto de um beduíno boçal de há 14 séculos. Intoxiquem-se nele os povos e constranjam-se, torturem-se os réprobos e aliciem-se os devotos com rios de mel e virgens ansiosas. Produzem-se dementes fanáticos, embrutecidos pela fé. Algures, no que resta do Iraque, entre os rios Tigre e Eufrates, onde nasceu a escrita e a civilização teve berço, despertaram selvagens em estado místico, primatas adestrados no uso de utensílios e armas sofisticadas, aptos a recriarem o habitat da Idade do Bronze. Um dia servem-nos decapitações; no outro, assassínios; depois, homens enjaulados a arder lentamente ao som de gritos selvagens: “Deus é grande e Maomé o seu Profeta”. É fácil identificá-los pelo aspeto simiesco, desprezo das fêmeas, comprimento dos pelos nas trombas e, sobretudo, pelo desprezo da vida e ódio à modernidade. Bandos ensandecidos, suspeitando da inspiração do demo na arte assí

Para que a memória não se apague… (Adaptado ao ano de 2015)

Faz no hoje, dia 27 de Fevereiro, 62 anos! Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs | Entre os países que perdoaram 50% da dívida alemã estão a Espanha, Grécia e Irlanda. O Acordo de Londres de 1953 sobre a divida alemã foi assinado em 27 de Fevereiro, depois de duras negociações com representantes de 26 países, com especial relevância para os EUA, Holanda, Reino Unido e Suíça, onde estava concentrada a parte essencial da dívida. A dívida total foi avaliada em 32 biliões de marcos, repartindo-se em partes iguais em dívida originada antes e após a II Guerra. Os EUA começaram por propor o perdão da dívida contraída após a II Guerra. Mas, perante a recusa dos outros credores, chegou-se a um compromisso. Foi perdoada cerca de 50% (Entre os países que perdoaram a dívida estão a Espanha, Grécia e Irlanda) da dívida e feito o reescalonamento da dívida restante para um período de 30 anos. Para uma parte da dívida este período foi ainda mais alongado. E só em Outubro de 1990, dois dias dep

Ou muito me engano ou o que tem de ser tem muita força

A agressiva campanha negra contra a esquerda, em geral, e o PS, em particular, efetuada pela central de intoxicação que levou ao poder esta maioria e este Governo, não podem deixar de dar frutos. A central prosperou com este Governo e, talvez, com a apropriação partidária e privada dos serviços secretos cuja atuação tem violado a lei e a decência. Além do medo da Justiça, os empregos asseguram lealdades e corrompem consciências. Não é impunemente que se passam quatro anos a deturpar a verdade e a inventar factos, na deriva que começou com Relvas, Marco António, Passos Coelho e outros comparsas, antes das últimas legislativas, para, num golpe de mágica, se dedicarem a novos patrões. Este dado é irreversível. As difamações e calúnias em relação a dirigentes do PS não são movidas por qualquer razão ideológica da direita que, na sua ótica, mal por mal, prefere a vitória do PS a qualquer outra. O que move esta direita e os partidos à esquerda do PS é o espaço eleitoral que todos disputa

A ingratidão portuguesa perante a Grécia

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A Líbia, o Estado Islâmico e a Europa

A Líbia do exótico coronel Kadafi, cristãmente cedido para ser torturado e assassinado ao nível da mais refinada violência islâmica, deixou de existir. As hordas libertadoras arruinaram o país, que passou do Eixo do Mal ao do Bem, antes de acabar Péssimo. As tribos roubaram as armas químicas do arsenal do exótico ditador, o sofisticado material de guerra que acumulou e o petróleo que sustenta a formação do Estado Islâmico com que generais de Kadafi se vingam das milícias que os derrotaram, apoiadas no potencial de fogo dos ‘libertadores’. No país que resta, afundado no caos, onde todos combatem contra todos, por entre um número indeterminado de tribos insubmissas e armadas, surgiram dois governos, um islâmico e outro nacionalista, com duas capitais, Tripoli e Tobruk, e dois parlamentos. O Estado Islâmico saiu à rua neste húmus onde semeia a palavra do profeta amoral e medra a jihad. A anarquia e a violência são mais ferozes do que mulás furiosos a recitar o Corão. A Itália aterrori

Bertolt Brecht, Mota Pinto e a Ópera dos Três Vinténs

Quando Paulo Mota Pinto, sem problemas éticos, suspendeu as funções de presidente do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (CFSIRP) para aceitar a sinecura de chairman do BES, pareceu que não restava mais um módico de pudor, um resquício de amor-próprio, uma noção vaga de serviço público no país que lhe concedeu uma reforma obscena aos quarenta anos como ex-conselheiro do Tribunal Constitucional. Nem o facto de ele ter votado o período de nojo obrigatório a quem exerce funções no SIRP, impedindo a entrada numa empresa privada com os segredos que detém, fez com que o chefe dos fiscais se sentisse vinculado ao que os fiscalizados estão sujeitos. A decadência ética tem acompanhado a dívida pública e, se a segunda chegou ao ponto de impagável, a primeira atingiu o ponto de não retorno. Brecht, na Ópera dos Três Vinténs, coloca-nos no Soho, bairro pouco recomendável de Londres, no século XIX, onde antecipa o Portugal venal, corrupto e marginal de h

A Grécia, Portugal e a tacanhez

Quando, no início da década de 70 do século passado, o Governo de Marcelo Caetano, atribuiu uns magros subsídios aos rurais, onde grassava a mais confrangedora pobreza, os pobres menos pobres e mais miseráveis, apressaram-se a denunciar os beneficiários. Porque tinham a leira de terra ou um filho que emigrara, porque o sexagenário curvado com meio século de enxada, de sol a sol, ainda podia ir ganhar o jornal, ou a idosa que devia cultivar a horta abandonada por falta de forças, tudo servia, numa disputa egoísta, para refutar míseros escudos que mudavam a fome que matava na que mantinha a vida. Lembrei-me deste espetáculo sombrio, das aldeias da minha juventude, quando o PM do meu país, depois de insultar o povo grego, se opôs à solidariedade que lhe é devida e ao respeito que o eleitorado merece. E não lhe faltou, à guisa de jogral, o eco de Belém, na mesma lamúria do empréstimo em risco, só comparável à dificuldade de pagar as contas quando a lei o impediu de acumular reformas e

Petição ACABAR COM ABORTO GRATUITO

Para: Governo e Assembleia da República Chegou-me no fim de semana, em correio eletrónico, o convite para assinar uma petição para acabar com o aborto gratuito, uma solicitação ao destinatário errado. Logo me veio à memória a minha vizinha, D. Efigénia, amiga da missa e da hóstia, que adoeceu com o resultado do último referendo sobre a IVG. No período que precedeu o Referendo da IVG papou a missa diária, deixou queimar o arroz três vezes, vazou-lhe a sopa outras tantas e incendiou-se-lhe o fogão quando se distraiu a rezar a salve-rainha. Até o bolo de chocolate que fizera para o filho, que vinha de fim-de-semana, se esturrou quando rezava o terço no oratório do quarto. A D. Efigénia dizia-me que era uma pena eu não ir à missa, tão boa pessoa, até rezava pela minha conversão e não se desencorajava de ver-me subir as escadas da igreja da paróquia, entregue a uns frades depois de começarem a escassear os padres seculares. A D. Efigénia nunca pensou perder o Referendo, era pela vid

UE e Euro Grupo: a ameaça de implosão …

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A Grécia poderá ter conquistado, na 6ª. feira passada em Bruxelas, o tempo necessário para arrumar a casa ou, então, preparar uma saída da zona euro. Esta a realidade crua e nua difícil de aceitar por quem acredita e apostou num Europa unida e solidária. Na próxima 2ª. feira vamos conhecer os desenvolvimentos do pré-acordo já alcançado e como será possível compatibilizar, num acordo duradouro, sério e honesto, uma solução que respeite os interesses dos gregos e a ortodoxia  que se apossou dos restantes membros do Euro Grupo, alinhados pelos interesses de Berlim. Não será fácil essa compatibilização já que estão em confronto questões políticas e ideológicas divergentes e interesses financeiros díspares. Por outro lado, os 4 meses que a Europa concedeu a si mesma (e não só à Grécia) para assentar a poeira, podem (devem) ser utilizados para a Grécia (e demais países em dificuldades) estudar e planificar ‘saídas amistosas’, nada airosas, como referiu o ex-presidente da França e &#

A União Europeia, a Grécia e o que adiante se verá

Enquanto a Europa se debate em contradições internas, entre uma Europa cada vez mais alemã e a Alemanha progressivamente euro-evasiva, a fome, vinda através do Magreb, afoga-se no Mediterrâneo ou, se sobrevive, entra por Lampedusa, Chipre ou pelas ilhas gregas onde se perde o rasto de origem dos esfomeados. A UE lambe feridas na Ucrânia, onde o entusiasmo mal pensado mantém um conflito de interesses entre os EUA e a Europa, com uma guerra no horizonte. Gorbatchov avisou a Europa das injustiças contra a Rússia, com a obsessão da Nato a querer cercá-la. Dentro de fronteiras, as mesquitas e madraças são uma ameaça constante à paz e à liberdade. É neste caldo de cultura, onde se joga a paz e a democracia, que a luta ideológica toma o lugar do pragmatismo no diferendo interno que opõe a Grécia aos credores que desejam vacinar os povos contra a esperança, perante um Golias que deseja salvar da fome o seu povo enquanto os governos de Portugal e Espanha têm sido a escória dos falcões.

A Zona Euro face aos ‘novos investidores’…

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O Euro/Grupo conseguiu com muita dificuldade, devido às reticências dos países do Norte e Centro, capitaneados pela Alemanha, dar mais tempo à Grécia para definir um caminho alternativo à austeridade. Foi o ‘primeiro passo’ numa nova direcção … link . Não um passo tão largo como o solicitado por razões de oportunidade (mero cálculo político). O Euro/Grupo trocou os 6 meses solicitados por 4 (um corte de > 30% que parece estar no ADN dos ‘credores’) para que, no fim do prazo agora estabelecido, este ‘Grupo’ não ficar colocado e nem confrontado com as eleições a realizar em Espanha e Portugal, para não falar das britânicas. A turbulência política que eventuais resultados eleitorais 'anti-austeritários' (existirão diversas saídas)  poderão introduzir no seio deste grupo - que tem comandado os destinos da Zona Euro e imposto severas políticas de austeridade - é o grande enigma resultante das decisões de ontem. O processo que agora se inicia está impregnado de uma d

Os portugueses é que estão pior

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Eusébio e o Panteão

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Eusébio teve os melhores pés de um país onde as cabeças pensavam o que pensava o chefe, e não eram precisas, ou pensavam de forma diferente, e eram indesejáveis. Num país com 40% de analfabetos, o salazarismo aproveitou o virtuosismo do atleta e a voz de Amália para esconder a mais alta mortalidade infantil e materno-fetal da Europa, a mais clamorosa miséria e a ditadura clerical-fascista. Hoje, a democracia rende-lhe homenagem numa unanimidade suspeita, através dos seus legítimos representantes, na A.R.. Nada acrescentaram ao prestígio do atleta e reincidem na demagogia que esconde problemas dramáticos do País e a tragédia para que o mundo se encaminha. Depois de Amália, Eusébio. Portas já convidou o Papa a visitar Fátima no 1.º centenário das alegadas aparições marianas, um número repetido em numerosos países católicos e nunca ocorrido em países protestantes, ortodoxos, judeus ou muçulmanos, em estranha preferência que faz lembrar os partidos do Governo a nomear militantes.

A máquina de intoxicação a funcionar

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O preço da traição à Grécia é a propaganda a este Governo

Momento de Poesia

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Homenagem em linha ascendente… Aos meus pais Aos meus avós Ainda não paguei a dívida da vossa dádiva. Nem sei se a pagarei. O pó do tempo dissolve-se na memória e ainda sinto o veludo dos afagos e o respirar das vossas vidas. As palavras ainda são as mesmas - as desenhadas pelas incandescências do fogo dos vossos lábios e pelo eco das ressonâncias das vossas falas. E é assim que vos trago no meu peito enquanto vou traçando as marcas do meu caminho… Alexandre de Castro Lisboa, Dezembro de 2014

Austeridade seletiva

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Quem não tem dinheiro não tem vícios

A herança judaico-cristã, exacerbada pelo calvinismo e protestantismo evangélico, não nos deixou apenas complexos de culpa e de pecado, impôs-nos, como axiomas, aforismos falsos e cruéis. A conduta da União Europeia em relação à Grécia, movida mais por razões de ordem ideológica do que racional, trouxe-me à memória colegas com quem convivi ao longo de três décadas. Pernoitávamos nos mesmos hotéis, juntávamo-nos e jantávamos em bons restaurantes onde, depois da refeição, ficávamos a conversar e a filosofar num fraterno convívio de amigos, onde os mais novos estimavam ouvir os mais velhos, talvez por generosidade, sempre com bonomia. Não esqueço a simpatia que me prodigalizaram os mais novos à medida que passei a ser dos mais velhos. A muitos ainda os encontro, outros sumiram-se da vida ou da vista e os que descubro dão-me notícia de desempregados, apanhados nas curvas da vida. Não são os que partiram que ora me preocupam, são os que andam por aí aos baldões da sorte. Descobri al

Némesis…

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Némesis A Grécia encontrando-se sob um ultimatum, orquestrado pelo Conselho Europeu, está a beira de uma situação terrível e perigosa. Não tem nada a perder! Do outro lado, na UE ou na Zona Euro (não é igual mas no presente momento aproximam-se), existe a noção de que uma eventual ruptura será uma ‘convulsão controlada’. É difícil compreender a situação grega, ela terá multiplas particularidades, terá variados antecedentes mas, na verdade, toda a reacção europeia não pode assentar num clamoroso dislate. Isto é, sem entrar em considerações financeiras e económicas, sem esgrimir argumentos acerca de hierarquizações democráticas, conclui-se que nada melhorou desde o início resgate que decorre desde há 5 anos.  De concreto, o resultado mais tangível, dramático e doloroso é o continuado deslizar de um País para uma catástrofe humanitária.  Pouco se sabe sobre as propostas que o novo governo grego terá apresentado no dito Conselho Europeu. Mas existe um facto que ressalta:

A Grécia e a Madeira

A Grécia está para a União Europeia como a Madeira para Portugal. São partes do todo. A amputação de uma parcela é a cicatriz incurável no corpo e no espírito do conjunto. A Madeira, tal como a Grécia, não teve, na governação de direita, um executivo à altura das necessidades nem uma economia capaz de resistir à crise do capitalismo financeiro e das dívidas soberanas. Seria trágico deixar perpetuar as forças que confiscaram uma e outra, apoiar os interesses que aprofundaram o caos e permitiram o parasitismo durante décadas. O que surpreende é a obstinação da UE em preferir na Grécia um Governo que mostrou a incapacidade e falta de patriotismo em vez de outro que se empenha na erradicação da corrupção e no relançamento económico, assumindo os compromissos, ora impossíveis de cumprir, quando a economia crescer, o que, com os atuais apertos, é impossível. Não haverá quaisquer benefícios para ninguém e todos têm muito a perder. A obsessão do Eurogrupo é de natureza ideológica. Prefer

Um artigo histórico de Yanis Varoufakis

É pena que muitos leitores não tenham acesso ao artigo de Yanis Varoufakis, ministro das Finanças grego, publicado no The New York Times e no DN português, de hoje. A dimensão política, ética e académica está plasmada a 3 colunas, no DN, com o título «Não é altura para jogos na Europa».  É o europeísta com dimensão humanista que nos previne: «A Europa só recuperará a sua alma quando recuperar a confiança do povo», é o professor cosmopolita que nos dá uma aula de política internacional, passando pela filosofia de Kant e pela sua própria experiência pedagógica. É a prosa de um intelectual pragmático, o Colosso de Rodes que precisava de terra firme e encontra um ministro das Finanças alemão, esquecido da democracia e da decência, a declarar que os gregos «elegeram um governo que se comporta de maneira bastante irresponsável». Não é a condição de credor e alemão, povo que sofreu e fez sofrer com a delinquência de um chanceler que quis submeter a Europa, que lhe permite insultar o pov

Portas, Machete e a dama do véu

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Um luzido séquito, capitaneado pelo vice-PM e coordenador dos assuntos económicos e canónicos, assistiu anteontem, no Vaticano, à criação do único cardeal português dentro do prazo e que, sob o pretexto de haver em Lisboa um cardeal com direito a voto, manteve adiado o barrete cardinalício. Só agora, após o passamento do cardeal Policarpo, logrou aconchegar o cocuruto com o ambicionado adereço. A tradição de criar cardeal o patriarca de Lisboa é um costume do rito romano da ICAR que vem do século XVIII, um estatuto conferido por inerência de funções numa diocese patriarcal. Que desta vez o Governo tenha mandado Paulo Portas, carregado com o casal Machete e o pio secretário de Estado da Cultura, em vez de um elefante com ouro, como fez D. João V, é sinal de penúria e da degradação zoológica da comitiva. Surpreende que um país, com graves problemas financeiros, mantenha a embaixada do Vaticano, com a de Itália a poucas centenas de metros, num Estado onde, por falta de espaço, a re

A União Europeia vai de vitória em vitória

No mesmo dia, hoje, o Eurogrupo elogia Portugal, aceitando um pagamento antecipado ao FMI, e faz um ultimato à Grécia dizendo, em substância, que está disposto a discutir tud,o desde que se submeta ao que lhe impõem. Não é só a Grécia que fica sem saída, é o futuro da União Europeia que fica comprometido. Quanto a Portugal, numa clara manobra de apoio eleitoral, o elogio é o preço da traição e da cumplicidade com o diretório da UE. Em 2014 o investimento estrangeiro baixou 23%, a balança de transações correntes, apesar do aumento das exportações, agravou-se e a dívida soberana aumentou. Os elogios são os trinta dinheiros do entusiasmo com que venderam a Grécia e que não custam dinheiro. A fatura ficará para o Governo que vier e a que a União Europeia fará o que fez ao Syriza.

Exaltações migratórias sob o diáfano manto do patriotismo…

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Os trágicos acontecimentos, de índole terrorista, que recentemente atingiram judeus no dramático ataque ao supermercado ‘kosher’, numa sinagoga da Dinamarca e mais recentemente na profanação de túmulos judaicos em França link , motivaram uma inusitada reacção do Governo de Israel que não deve ignorada ou desvalorizada. Benjamin Netanyahu, chefe do governo israelita, a exemplo do que já tinha feito em Paris numa sinagoga, quando das imponentes manifestações públicas contra o terrorismo, volta a defender o regresso dos judeus europeus à ‘pátria’, ou seja, a Israel link . E, na passada, adverte que atentados como estes se repetirão. Este último remoque mostra bem como começaram a surgir aproveitamentos políticos enviesados de um clima de suspeição, insegurança e medo a que a Europa sendo estranha é, no entanto, um dos alvos privilegiados. Todavia, esta proposta de ‘novo Exodus’ não assenta em parâmetros realistas. Se existe local onde os judeus são vitimas de atentados é exac

Delenda Athens est

O problema global do sistema financeiro, com epicentro nos EUA, teve como detonador o banco Lehman Brothers Holdings Inc.. Não se sabe se essa crise do capitalismo, cujas ondas de choque penetraram na Europa, foi a última ou se, à falta de alternativa política, teremos ainda de aguardar outra, mais devastadora. Curiosamente, na pátria do descalabro atenuaram-se os danos enquanto a Europa entrou em agonia, com as maiores economias em respiração assistida à custa do oxigénio das mais frágeis. A reunião de hoje, do Eurogrupo, não augura nada de bom. O luso Catão paroquial, um ventríloquo da Sr.ª Merkel, que está para o PM grego como o meu professor de Física da década de 50 do século passado estava para Einstein, já disse que é preciso destruir o Syriza. O seu porta-voz em Belém, um modesto economista a quem falta o patriotismo, a cultura e o currículo académico de Yanis Varoufakis, já envergonhou o país afirmando que os gregos vivem à custa dos portugueses, quando o seu vizinho da Pr

Momento de poesia

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Quero que a vaca de Berlim deixe de dar leite [Poema panfletário de sabor anarquista] Ao povo da Grécia Quero que a vaca de Berlim deixe de dar leite e que o Lutero de Atenas pregue as suas teses no portão vermelho da catedral da Acrópole. Que o monstro, a abarrotar de banha e maldade, se suicide, como o Hitler, nas labaredas do bunker num sacrifício perpétuo em memória das vítimas da fome. Que venha a nova Reforma a nova Bíblia dos desventurados rasgar os céus com raios e coriscos e iluminar a esperança dos dias. Abatam-se ao inventário os palácios de todos os vaticanos o de Bruxelas e o de Berlim e decrete-se o fim das gravatas dos fatos cinzentos dos sorrisos postiços dos salamaleques forçados e dos discursos enfatuados a cheirar a mofo. Que venha a Revolução amarrem os agiotas e os lacaios e deixem-nos a secar nos ramos das figueiras. Venham todos para a rua, com as bandeiras desfraldadas, arrancadas  do fund

UM VÓMITO DE CAVACO SILVA

Há dias, a propósito do novo governo grego, Cavaco bolçou umas inadmissíveis alarvidades que mais uma vez envergonham Portugal e os Portugueses. Em primeiro lugar, não tinha nada que "botar faladura" sobre o governo democraticamente eleito de um País estrangeiro com o qual Portugal tem relações diplomáticas e que nunca nos atacou. Sobretudo quando nunca se lhe ouviu uma palavra sequer de discordância relativamente a outros países, como a Alemanha, que nos oprimem, nos desprezam e até nos insultam, de modo a justificar, no mínimo, um protesto diplomático. Depois, em vez de se solidarizar com a Grécia, que é, como nós, vítima da troika e ousou bater-lhe o pé, solidarizou-se cobardemente com os nossos comuns algozes. Foi "a voz do dono", limitando-se a papaguear o discurso das merkels do norte da Europa. Em vez de falar como Presidente de Portugal e dos Portugueses, falou como um comissário das potências estrangeiras que nos oprimem e cujos diktats a corja que nos

Um salazarista impenitente

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Um reacionário, mesmo que tenha sido bastonário, será sempre um reacionário.

Laicismo, laicidade e hipocrisia

O laicismo é a doutrina que procura emancipar as instituições do seu caráter religioso e excluir a influência das religiões no estado, na cultura e na educação, sem lhes impedir os direitos de ensino e organização que confere às outras associações. A laicidade é o modo concreto da tradução e aplicação prática da doutrina. O laicismo é, pois, a doutrina e a laicidade o modo de a levar à prática. Dizer que se é a favor da laicidade mas contra o laicismo é a forma enviesada de afirmar o apreço pela separação da Igreja e do Estado desde que não seja praticada. É a dialética das religiões dominantes, impedidas de serem totalitárias, usada sonsamente à guisa de argumento. Ser contra o laicismo e a favor da laicidade é o mesmo que ser a favor da heroicidade e contra o heroísmo. Só notará a diferença quem tenha um paladar, tão requintado, capaz de distinguir a água benta da outra ou a hóstia consagrada de uma rodela de pão ázimo. Em Portugal, a Constituição exige a separação do Estado

Dos Budas do Afeganistão ao Estado Islâmico

Há cerca de 14 anos, num país assolado pela miséria, minado pelo fanatismo, devastado pela guerra, as mulheres foram proibidas de aceder à educação e à saúde, compelidas a  observar os mais rigorosos preceitos islâmicos e a renunciar aos direitos mais básicos, com frequência à própria vida. Aconteceu num país com uma cultura antiquíssima, outrora pujante, onde o poder foi tomado pelos célebres estudantes de teologia, vulgo talibãs, que logo destruíram dois budas gigantes esculpidos em pedra nos séc. II e V (e. v.) com mísseis e espingardas automáticas para que não viessem adorar-se falsos ídolos que “insultam o islamismo”. Foi no Afeganistão. Em todos os tempos e em várias religiões houve selvagens que entenderam que os livros diriam o mesmo que o livro sagrado, e seriam inúteis, ou diziam coisas diferentes e eram prejudiciais. A inteligência, a cultura e a sensibilidade não são apanágio de uma só cultura mas são incompatíveis com a mais funesta de todas as misturas: a ignorância

O Código Penal, a jurisprudência e o bom senso

«1 - Quem, por qualquer forma, ofender gravemente a memória de pessoa falecida é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 240 dias. 2 – (…) 3 - A ofensa não é punível quando tiverem decorrido mais de 50 anos sobre o falecimento.» Não creio que as ofensas a Salazar, Franco, Pinochet ou Pol Pot, já que Estaline e Mao continuam mortos há mais de 50 anos, sejam punidas pelos juízes a quem cabe julgar. Há, no Código Penal, anacronismos que o bom senso recomendaria rever. Se, ainda se tratasse de crimes particulares, a exigir queixa dos próprios, ainda se compreendia. Não era natural que abdicassem do calor do Inferno, onde a crença popular os domicilia, para virem nomear um advogado que lhes lavasse tantas e tão severas nódoas para as quais não haveria benzina que as desencardisse. Valha-nos o bom senso da jurisprudência e a falta de pulhas litigantes para nem ser preciso pôr à prova os Tribunais.

Arrependimento ou incentivo aos padres e bispos?

«A escolha de não ter filhos é egoísta». (Papa Francisco, em intervenção na Praça de S. Pedro)

A Irmã Lúcia e o Quincas

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A Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, Lúcia para os amigos, íntima da Senhora de Fátima, morreu carregada de anos e de visões a 13 de fevereiro de 2005. Em 19 de fevereiro de 2006 foi trasladada para a Basílica de Fátima onde foi sepultada junto dos primos, Francisco e Jacinta, adiantados no processo de santidade devido à precocidade na defunção. Chovia. As bátegas não pararam de fustigar os peregrinos. As novenas dos padres não conseguiram que S. Pedro contrariasse a meteorologia. Não foi a inutilidade das rezas ou a ausência de Deus que dissuadiu os crentes, alagados de fé e chuva até aos ossos, de estarem presentes na segunda edição do funeral de Lúcia. Não houve na repetição das exéquias fúnebres a saudade genuína das prostitutas de S. Salvador da Baía a passearem o cadáver do Quincas Berro D’Água, nas ruas em cujos botequins devorou cachaça com a mesma sofreguidão com que as beatas chupavam hóstias. A freira, a quem o terrorismo religioso do catecismo induz

Amanhã, sexta-feira, em Coimbra

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Humberto Delgado – 13 de fevereiro de 1965 – 50 anos depois

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A ditadura salazarista impediu Humberto Delgado (HD) de ser presidente da República (1958), por fraude, e de continuar a viver (1965), por assassínio, baleado por Casimiro Monteiro, agente da PIDE, o instrumento repressivo ao serviço do déspota. HD não foi a única vítima dos esbirros do fascismo, uma exceção na extensa história de repressão, mas foi um destacado opositor a quem o exílio e o assassinato, depois de uma fraude eleitoral, conferiram a auréola do martírio. O chefe da brigada da PIDE que o assassinou, Rosa Casaco, passearia, depois do 25 de Abril, pelo país que ajudou a transformar em cárcere. Arrastou desbragadamente a sua incultura e pusilanimidade com ameaças a democratas, depois de prescrito o crime que o mandante, escondida a mão, se apressou a atribuir aos comunistas, através da RTP. O então ministro do Interior, Alfredo dos Santos Júnior, morreu de velho e de velhaco, com a reforma de presidente do Conselho de Administração de uma importante empresa do Estado.

O PR e a Grécia

Hoje, Cavaco Silva pronunciou-se sobre a Grécia. Não o censurem pelos seus silêncios, reparem no que diz.

A ministra da Justiça e a legalização das drogas leves

Que este Governo tem os ministros que esta maioria, este Governo e este PR merecem é um truísmo cuja repetição é redundante. A saída de Miguel Relvas, talvez o menos mau da orquestra onde sobram músicos incapazes, com um regente que nem para segurar a pauta serve, tornou o elenco ainda mais irrisório. A ministra da Justiça, uma jurista qualificada, deixou os Tribunais à deriva com a pressa de impor um novo programa informático e, depois da asneira, em vez de se demitir, foi pusilânime, acusando dois técnicos, do Citius, de sabotadores, e, depois de a PGR ter comprovado a falsidade da acusação, exonerou-os num ato de vingança gratuita. Acusá-la dos erros cometidos foi justo e razoável, atacá-la pela proposta de legalização da venda de drogas leves em Portugal, é um erro de quem não quer discutir o problema, com negócios e crimes associados, que a ministra referiu. Os ataques surgem de quem está mais interessado na luta partidária do que na mitigação do problema. O Governo, que fez

A Grécia, a União Europeia e Portugal

Sei pouco do que quer que seja e ainda menos de macroeconomia, mas sei alguma coisa de política e de história. É por isso que não perdoo a Reagan, Thatcher e João Paulo II a herança sinistra do pensamento único a que o ultraliberalismo conduziu, nem a Helmut Kohl e a João Paulo II o desmembramento jugoslavo que começou nas independências eslovena e croata, com que abriram a caixa de Pandora, e acabou no offshore da droga e da jihad, o Kosovo. Sei pouco de geoestratégia mas condeno quem desafiou Putin e o virou contra a Europa também sua, servindo interesses alheios. Conheço os cruzados que, ao arrepio da ONU, invadiram o Iraque e, além do crime, perderam a face para acusarem a Rússia quando se excedeu na defesa dos russos contra a Geórgia ou contra o golpe de Estado da Ucrânia. Acompanho a Grécia desde o jugo dos coronéis até à asfixia atual e lamento que os dois partidos, de duas famílias, fossem incapazes de fazer um país laico e virtuoso, sem botas de coronéis e o hissope dos pa

No Vaticano, um bairro de 44 hectares (Crónica para ímpios)

O Papa é o mandatário terráqueo do mítico Jesus Cristo, emigrante perpétuo do Paraíso, local sem código postal, sito em parte incerta. Sendo a estrela da Companhia, conhecida por Igreja católica, encontra-se desaparecido há dois mil anos, tendo deixado um representante no planeta Terra a promover a fé e a gerir os negócios. Quando o Padre Eterno é servido de chamar à sua divina presença o Papa de turno, sabe-se que papa morto, papa posto, outro é escolhido vitaliciamente por eminentes purpurados iluminados pelo pai biológico de Jesus, uma pomba denominada Espírito Santo, sem qualquer grau de parentesco com o ex-banqueiro Ricardo. Hoje há dois papas, o que pediu a demissão por ser nele maior o temor à Cúria do que ao seu Deus, e outro, que herdou o alvará, assegura o expediente e gere o negócio da fé. Causa estranheza que o representado não tenha deixado procuração, quiçá por não saber escrever ou por não haver notários quando exercia o ofício dos milagres e da pregação. Há crente

A FRASE:

“Se não mudarmos a Europa, a extrema-direita irá fazê-lo”. (Tsipras Alkis Konstantinidis, PM grego)

A estratégia e os embustes desta direita (4)

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Não, não se pode considerar traição à Pátria, como o fez Garcia Pereira num dos últimos Prós e Contras, na RTP-1, quando a inépcia e a fé estão na origem das velhacarias. Esta direita, este Governo e este PR serão julgados nos próximos atos eleitorais, sendo o último julgado pelo resultado das próximas eleições legislativas. Esta direita e este PR são os responsáveis da chegada a aiatola de um medíocre talibã da madraça da JSD. Predestinado, pela cor da pele e pela paternidade, a ser capataz em um país africano, se a História parasse, pode não sentir como sua a Pátria que lhe deram. É o epifenómeno de um momento de desvario, o D. Sebastião que esta maioria, este PR, o Relvas e o Marco António escolheram para liderar um país. Não admira que o ódio ao 25 de Abril fosse programa e a inaptidão estatuto, quando os ventos ultraliberais assolaram o País e lançaram o povo na miséria. A venda da PT é o paradigma do desmazelo ou vingança deste Governo, que esta maioria e este PR nos impu

A falta que nos faz

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Custe o que custar, sim, a qualquer custo

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A única certeza da Europa, para além do frio gélido que a percorre, é a incerteza do seu projeto político, económico e social. Enviesado, à sorrelfa, o Tratado de Lisboa pelo Tratado Orçamental, entrou-se na deriva financeira que asfixiou a solidariedade, deprimiu a economia e minou o projeto político comum europeu. Não sei se a crise das dívidas soberanas trazida pela falência do banco Lehman Brothers podia ter sido evitada, mas o julgamento, feito à posteriori, não deixa dúvidas sobre o falhanço das políticas seguidas. Independentemente da proximidade ou distância política, em relação ao Syriza, somos forçados a reconhecer que Tsipras e Varoufakis, PM e ministro das Finanças da Grécia, provaram em poucos dias que o caminho seguido tinha conduzido ao abismo. Têm contra eles quem menos se esperava, iletrados com alma de escravos, oportunistas à espera de migalhas, aves de rapina à espera de um cadáver. Nos PIGS, a seguir ao ‘G’ segue-se o ‘P’, e, por maior que seja a subserviên

A FRASE

«Exige a punição referida no Alcorão para os opressores corruptos que combatem Alá e o seu profeta: morte, crucificação ou corte de membros». (Hhmed Al-Tayeb, principal autoridade muçulmana sunita sobre a morte do piloto jordano, in DN, hoje, pág. 8)

A Grécia e a União Europeia

O novo Governo grego, o «sonho de crianças», como um estouvado e inimputável PM lhe chamou na sua abissal ignorância, e subserviência ainda maior aos poderosos, tem um problema com a União Europeia, mas esta tem um problema maior com a Grécia. Há vários países cuja dívida jamais poderá ser saldada nas condições atuais e nem todos os governos suportam ver 20% dos seus cidadãos em confrangedora miséria e no maior desespero. Surpreende, mesmo em governantes a quem as madraças juvenis facultaram um curso tardio, quiçá por equivalência política, que não tenham aprendido no 4.º ano de escolaridade que um total é 100%, que o superavit de alguns países exige o défice de outros, que o capitalismo, descontadas virtudes conhecidas, tem intrínsecas maldades a corroê-lo e a atirar os povos para o desespero, a revolta e a revolução, sendo esta última a única situação em que os poderosos podem sair prejudicados. A Grécia não é a causa do beco em que a União Europeia (UE) aparece mergulhada, é a c