A prudência e a coragem

A dia de ontem deu emprego a imensos comentadores que repetiram até à náusea que os terroristas nada têm a ver com o Islamismo. Pareciam papagaios amestrados a negar as evidências. Basta ver os chacais que hoje se pronunciaram a favor da legitimidade do ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, aceitando a crueldade e o assassínio.

Devemos, no entanto, compreender a legião de mentirosos, que procuram honestamente defender de retaliações os muçulmanos. Quem os molestar deve ser punido com o rigor que os crimes sectários merecem mas não se pode absolver uma religião anacrónica que não foi capaz de fazer a Reforma, de aceitar a laicidade ou de abdicar da propriedade masculina das mulheres.
O islamismo é perverso e intoxica os crentes. É um sistema totalitário controlado por boçais, posto ao serviço das frustrações e do atraso de quem não aceita a modernidade.

Defender os muçulmanos, tal como os cristãos, hindus, budistas ou judeus é a obrigação dos democratas. Combater a superstição, o preconceito e a barbárie é um dever, quer se trate dos cristãos evangélicos que impõem o estudo do mito criacionista nas escolas dos EUA, assassinam médicos e enfermeiros em clínicas onde se pratica o aborto legal ou inspiram o Tea Party; quer sejam islamitas que raptam meninas cristãs na Nigéria e as reduzem à escravatura; quer sejam católicos devotos de João Paulo II que, seguindo a teologia do latex, deixaram morrer centenas de milhares de negros a quem privaram do uso do preservativo; quer sejam hindus nacionalistas, budistas do Tibete ou os judeus de trancinhas à Dama das Camélias, que na pausa de cabeçadas ao Muro das Lamentações, inspiraram os massacres de Sabra e Chatila e promovem o sionismo.

Dizer que o Islão é pacífico, tal como outras religiões, antes da repressão política sobre o respetivo clero, é uma mentira que, de acordo com o mito do Pinóquio, não deixaria o nariz de qualquer crente, que o afirme, caber no maior dos templos.

É preciso defender os crentes e combater as crenças. O Renascimento, o Iluminismo e a herança republicana da Revolução Francesa são irrenunciáveis.


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