O ocaso de Durão Barroso e os acasos da História

A presidência da Comissão Europeia (CE) de Durão Barroso (DB) devia ser motivo de orgulho para Portugal se DB não tivesse sido o mais americano dos europeus e o mais alemão dos portugueses.

Não há, em Portugal ou na Europa, quem tão facilmente exonere a ética e use a tática na defesa dos interesses próprios. Onde estiver o poder, aí está, como lapa agarrada à rocha em dia de tempestade. Quis ser o Jacques Delors da Europa e foi a medíocre reedição de Jacques Santer.

A melancólica despedida, com o Parlamento Europeu quase vazio, só com uma reduzida representação dos seus companheiros de estrada, talvez em busca da senha de presença, foi a metáfora de dois mandatos com a mesma insuficiência com que fugiu do Governo de Portugal.

A invasão do Iraque foi a nódoa que o levou para a CE, enquanto fingia apoiar António Vitorino, e a Sr.ª Merkel era a sua paixão quando fantasiava mérito próprio na alegada «pipa de massa» que tinha sido atribuída a Portugal.

Bush e Blair, depois de Aznar ter mentido aos espanhóis na atribuição à ETA do crime islâmico na estação de Atocha, sobrou-lhes Barroso para presidente da CE. Insondáveis interesses podem ainda guindá-lo a presidente da ONU, se for baixo e dócil o perfil que interesse aos senhores do mundo, mas não será o decisor nesta época conturbada.

Pode aspirar a altas honrarias graças às armas químicas e cumplicidades que teceu. Não lhe faltarão apoios.

Calígula também fez cônsul um cavalo.

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