O estertor do inocente Passos Coelho

Um remediado que decidiu, segundo a sua consciência, ser consultor de uma empresa de formação de técnicos de aeródromos e heliportos da Região Centro, entendeu que as atividades extraescolares de aeromodelismo lhe davam equivalência às competências necessárias para o cargo.

Não admira, pois, que tivesse prescindido de quaisquer pagamentos que não fossem o ressarcimento de despesas em menus turísticos e deslocações nos autocarros da Carris.

Ser acusado de fugir ao fisco quem foge de mostrar as contas bancárias, referidas numa denúncia anónima, é uma calúnia injusta para quem ajudou a formar, com a capacidade que demonstra a governar, mais de mil técnicos cuja ausência de uma única certificação nada prejudicou os formandos porque não existia qualquer vaga.

Quem pretende conferir os montantes dos bilhetes de metro e das refeições de serviço de quem graciosamente ofereceu o tempo vago da dedicação exclusiva de deputado, só está interessado no striptease das contas bancárias a despirem escudos até mostrarem as notas com o decote de D. Maria II para gáudio lúbrico da comunicação social.

Quanto à alegada fraude fiscal é assunto que faz parte da intimidade e que morre com o próprio. Um PM não precisa de ter exigências éticas diferentes das de um taberneiro, a quem o Governo de Portas, Cavaco & Coelho exige a certificação da caixa registadora.

Comentários

e-pá! disse…
O esclarecimento que o pedido de investigação ('aclaração' é um termo que o visado gosta) de Passos Coelho à PGR continha uma armadilha que não foi desfeita no esperado despacho do procurador.
De facto, o problema (se existir) terá a ver com o CPC e não com a Tecnoforma.
Esta diferença 'formal', cujos contornos são virtuais porque se interpenetram - mas que foi sublinhada pelo visado - deu azo a que o ex-deputado fizesse ontem na AR uma interpretação (leitura) enviesada do conteúdo do texto emitido pelo procurador da República que decidiu este caso com uma celeridade que não pode deixar de impressionar o vulgar cidadão, habituado a longas esperas.
Manuel Galvão disse…
É preferível que digam mal de mim do que não dizerem nada sobre mim!

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