O Governo, as eleições europeias e Marcelo Rebelo de Sousa

A dimensão de Marcelo, para além do mérito próprio, mede-se pelas horas de exposição televisiva. Sobrando-lhe capacidade e experiência política, deve sentir-se envergonhado com a mediocridade do líder do PSD e ferido com a animosidade do campeão das feiras e do CDS, que sobrevivem em união de facto e de interesses.

O mestre da intriga não perdoou ao lacrau que o picou na televisão e lhe tolheu o futuro político, lembrando-lhe, em direto,  uma pequena mentira que transformou uma sopa, a  vichyssoise, no caldo de ódio mútuo e recíproco.

De Passos Coelho separa-o a inteligência, a cultura e a sagacidade; de Portas a pessoal animosidade e um módico de honestidade intelectual. Apenas a ambição da presidência da República o obriga a suportá-los, e, fazendo jus à irreverência e ao gozo que lhe dão as ferroadas em figuras menores, Marcelo declara que vai votar na dupla que o Governo designou para disputar as eleições europeias. Mas só vota neles «porque isso representa votar em Jean-Claude Juncker», um voto através de figurantes.

Num país onde há quem ovacione um homicida que matou duas mulheres e feriu outras duas, com intenção de matar, à entrada do Tribunal de S. João da Pesqueira, não admira que a coligação ainda mantenha 30% das intenções de voto e o PR seja apreciado por mais de 20% dos portugueses.

Portugal é Valongo dos Azeites em ponto grande.

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