Eterno Domingo – o futebol em oito jornadas (Livro de Ricardo Namora)

A vida tem destas coisas, estes paradoxos inexplicáveis que me levaram a ser íntimo amigo do saudoso Zé Manel, ex-jogador da Académica, meu colega na indústria farmacêutica, com quem nunca falei de futebol e que mutuamente nos procurávamos.

A amizade estendeu-se à mulher e aos filhos que vi crescer e singrar na vida. Duas boas cabeças, dois homens generosos com a bondade do pai, o encanto da mãe e a inteligência de ambos.

O que não esperava era ver um pós-doutorado em Teoria da Literatura a ser também um treinador de futebol, um ex-jogador a ser intelectual de rara qualidade, um humanista a escrever sobre futebol, um habilidoso com os pés a ser tão ágil com a prosa, um escritor a falar da futebol e da repressão franquista sobre os bascos, a fazer rolar bola e a fazer-nos compreender, através dela, como rolam os sentimentos e as ideias.

Ricardo Namora tem o condão, no livro que hoje a Editora Lápis da Memória lançou, de seduzir para o futebol quem sempre lhe foi alheio, brindar com ótima literatura quem aprecia a prosa e inserir um desporto popular no mundo das ideias e da cidadania.

Parabéns, Ricardo.

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