Ainda a Crimeia, o comunismo e a democracia

Para quem recusa ler a Wikipédia (não é preciso mais) para saber a história da Ucrânia; para quem a guerra de 1939/45 nada lhe diz; para quem o mundo é a preto e branco e é escravo de preconceitos partidários, jamais perceberá a luta geoestratégica que se joga em várias partes do mundo.

Há quem não tenha seguido a guerra da Ossétia do Sul, em 2008, e não perceba como terminou o aventureirismo de um nacionalista da Geórgia; quem ignore como a União Europeia se portou no seu subcontinente, desmoronando a Jugoslávia e arrasando a Sérvia, para criar uma espécie de Guiné-Bissau europeia no Kosovo, um entreposto da droga e da jihad.

Talvez por desconhecimento e preconceito, há quem julgue que a Ucrânia é um espaço onde se joga uma luta entre o comunismo (representado por Putin) e uma democracia de pessoas pouco recomendáveis que transformaram justíssimas manifestações públicas no assalto sedicioso a um poder corrupto que as eleições tinham sufragado, em Kiev.

Do maniqueísmo judaico-cristão não podemos partir para uma serena análise na defesa da paz. Parece que gostamos de ser vuvuzelas das potências que lutam pelos mercados e pela hegemonia a nível global.

Putin não é melhor do que Cavaco, mas tem mais força. Obama é melhor do que Putin mas tem menos razão no caso da Crimeia.

Valha-nos o facto de não estar Bush no poder, uma espécie de Passos Coelho da maior potência mundial.  

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