Os malabaristas em 'exame'...

Se algumas dúvidas existissem sobre a natureza da euforia demonstrada pelo actual Governo, acerca da ‘ténue’ recuperação da economia, do ‘tipo cavalo inglês’ (aquele que morreu de inacção quando se estava a habituar a viver sem comer), algumas das notícias vindas a público link sobre novas exigências da Troika nesta penúltima (?) ‘avaliação’, esclarecem cabalmente o que se está a passar nos bastidores das negociações link.
 
No campo dos ‘inactivos’, como este Governo chama aos reformados, medidas tendentes a iludir o TC estarão na forja, sob o nebuloso manto de efectuar “ao longo de 2014, uma reforma do sistema de pensõeslink, entenda-se, transformar os cortes efectuados até agora como transitórios nas suas – para este Governo – dilectas ‘soluções estruturais’ e duradouras.
 
Para o vulgar cidadão é perfeitamente incompreensível (para não dizer intolerável) como se pretende dinamizar a economia restringindo ainda mais o poder de compra dos trabalhadores (ao que parece tanto públicos como privados), como se propõe dinamizar o mercado de trabalho facilitando os despedimentos e reduzindo as compensações por perda de posto de trabalho, como se adivinha (não passa disso!) uma melhor distribuição da riqueza em concomitância com uma brutal compressão da retribuição da força do trabalho.
 
Ah! Há mais uma acha para esta 'fogueira'. É relativa aos custos das rendas que - para entreter - estarão em cima da mesa das presentes ´negociações’ com a Troika. Só que à margem destes encontros e destes 'exames' tudo já foi (previamente) definido. Basta ler as declarações do ministro da Energia “Moreira da Silva: Preço da electricidade não desce até 2020 [*]” mas, pelo contrário, aproveitou-se para anunciar um aumento anual de 1,5 a 2% ao ano. Despido destes malabarismos o (já) decidido significa que - para as rendas da energia eléctrica - terá sido aprovado um aumento cumulativo de cerca 10 a 12% (até 2020) de certo modo coincidente com os cortes em salários e pensões a efectuar do modo duradouro (a pensar em 2020?). Faltará saber se o calendário 'acordado' por este Governo para os custos dos combustíveis e para as rendas das PPP ultrapassam ou não 2020.
Como estas 'engenharias financeiras' e os correspondentes malabarismos políticos e sociais se ‘encaixam’.
 

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