A social-democracia tem futuro?

Ignorar o materialismo dialético como ferramenta para a compreensão da sociedade e da sua transformação, é como negar o papel do Iluminismo na modernidade.

Marx e Engels foram buscar a Hegel o método e ao materialismo o princípio filosófico com que estudaram a origem do Estado e o papel dos meios de produção.

Interessa-me agora menos a  História do que a situação em que o Planeta se encontra e, particularmente, Portugal.

O socialismo ou é um instrumento para a felicidade ou, como qualquer outro sistema, é dispensável. Lenine impôs o socialismo, graças à perversão do centralismo democrático. Não logrou o agrado do povo e deixou que o poder caísse num genocida esquizofrénico – Estaline –, que, depois de quarenta anos de Enver Hoxha, na Albânia, só a China e a Coreia do Norte reclamam ainda como referência.

Mais importante do que o socialismo, científico ou social-democrata, é a felicidade dos povos, onde a correção das desigualdades não é despicienda. O liberalismo económico só não é defensável porque agrava as desigualdades e contribui para o sofrimento, cada vez maior, das populações abandonadas à usura do capital.

O Planeta tem cerca de 7,5 mil milhões de habitantes e não consegue alimentar metade. Não se podem ignorar os efeitos da bomba demográfica sobre a fome, a sede, o clima e a exaustão dos recursos nem o perigo para a paz que a sua deflagração representa. Uma política educativa e o planeamento familiar são fundamentais para combater a miséria e os radicalismos nacionalistas, étnicos e religiosos.

No que diz respeito a Portugal, argumenta-se facilmente com a falta de recursos para a justiça distributiva que a social-democracia exige. Já alguém averiguou se há recursos escondidos em offshores, roubados ao País? Acabarão julgados os que se apropriaram desses recursos e que, de forma ínvia, os camuflaram? Os ativos do BPN, as comissões de sórdidos negócios e os capitais expatriados não são recuperáveis e suficientes para o equilíbrio financeiro do país?  Não são, se o poder for detido pelos próprios favorecidos ou agentes seus.

A dúvida é se o país, num mundo cada vez mais interdependente ou mesmo dependente das grandes potências, pode ter política própria e avançar para modelos mais justos, que contrariem quem detém o poder incontrolável, económico, político e bélico.

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