Momento zen de segunda_11_11_2013


João César das Neves(JCN), ex-assessor do PM Cavaco Silva e raro bem-aventurado, capaz de ser canonizado em vida, começa a homilia de hoje, no DN, por um rasgado elogio ao livre de José Sócrates e uma identificação de pontos de vista sobre a tortura em democracia.

Limita-se a apontar-lhe uma contradição de fundo entre o que pensa sobre a ilicitude da tortura e, pasme-se, a sua «liberalização do aborto pela Lei 16/2007 de 17 de Abril e a sua banalização pela Portaria 741-A/2007 de 21/Junho».

Quando fala do aborto, JCN parece um indivíduo acossado pelo medo da retroatividade.

O que o devoto JCN diz não entender é poder alguém, que defende como “imperativo categórico»  que «a vida humana é única, singular e insubstituível», defender o aborto, porque – diz o devoto –, «o paralelo é inevitável». Para JCN «a vítima do aborto não sofre apenas a dor extrema e a cruel indignidade, mas fica impedida de nascer e ver o sol, anulando-lhe na morte a mais ínfima partícula de identidade».

Para JCN, embrião e o feto são almas que nem ao Purgatório têm direito, pessoas que mesmo anencéfalas ou que possam provocar a morte da mãe, devem ser defendidas em nome do seu Deus, tal como o fruto de uma violação. No fundo, a própria ejaculação de um sonâmbulo adolescente é um dramático genocídio involuntário.

«Certamente que, com a análise sofisticada que faz no seu volume, o autor não usará a escapatória indigna de dizer que o embrião ainda não é uma pessoa, omitindo-o assim dos seus princípios. Não só se trata indiscutivelmente de uma vida humana, mas esse argumento cai no rol das múltiplas negações da humanidade dos terroristas, que ele tão bem desarma na sua tese».

Com esta tirada, JCN considera a IVG como a negação da humanidade dos terroristas que a aceitam.

Tarda o processo de beatificação que merece JCN, um embrião adulto.

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