O que são «independentes»?


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e-pá! disse…
A tentativa de colagem do CDS a Rui Moreira foi, politicamente, o primeiro precalço gerado com a vitória deste 'independente' no Porto. Que se conheça até ao momento não aconteceu qualquer demarcação deste aproveitamento de Paulo Portas. Um político 'nacional' que, na noite eleitoral, teve o habitual comportamento de 'bailarino'. Ignorou olimpicamente as outras coligações [com o PSD], para salientar aquela em que esteve fora da 'manada' governamental e, finalmente, aparece a rejubilar-se com uma votação nacional que retirou aos partidos do 'arco do poder', signatários do memorando de 2011, mais de 1 milhão de votos [em comparação com as de 2009].
A 'análise nacional' destes resultados é imprescindível, não para alimentar questiúnculas do domínio partidário, mas para aferir o pulsar dos cidadãos perante as respostas [e propostas] gizadas face ao desenvolvimento [e aprofundamento] da crise, situação que 'entrou' e ocupou a centralidade destas eleições. O que se desfez irremediavelmente foi a larga concertação partidária perante o modelo e o(s) caminho(s) do 'ajustamento', facto salientado na ressaca das Legislativas de 2011 e que, como pode constatar-se, 'desapareceu' do cenário político nacional. Perante este intrincado quadro político tudo se torna complicado de entender. Embora os resultados sejam indicativos de mudanças é legitimo pensar que para muitos portugueses ficaram aquém do desejado e esperemos que não estejam ainda aquém do 'necessário'.
Ao fim e ao cabo verificamos que o 'caso Rui Moreira' servindo interesses imediatos que aceleram a fragmentação da actual maioria terá sido uma vitória transversal (excluídos os parceiros da maioria) mas nada adianta em relação ao desenho e definição do futuro colectivo, circunstância que é cada vez mais urgente e inadiável.
É justamente aqui que o conceito 'independente' claudica. A 'vitória portuense' acontece à margem (é 'independente!') dos grandes problemas nacionais (e também locais) que nos continuarão a fustigar e a 'afundar'.
O cerne das 'análise nacionais' destas Autárquicas deverá (terá de) ser obviamente outro. Bem mais simples e directo: "Legislativas já!".
Na verdade, entramos no dia seguinte.

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