Barroso, o não-complacente (implacável) carrasco …

"Ainda não saímos da crise. Devemos evitar qualquer género de complacência. E a simples sugestão de que um governo que tem vindo a implementar com determinação o programa negociado com a UE e o FMI estava em risco, essa simples sugestão criou algum nervosismo nos mercados. Acho que é muito importante que toda a gente perceba isso"
Declarações do Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, em Vilnius (Lituania) no início da presidência lituana da União Europeia (2º. Semestre de 2013). link

Insuportável a posição deste fantoche armado em reizinho sem coroa nem reino. Não tem qualquer poder real mas presta-se a ser a caixa de ressonância da presidência efectiva, sediada em Berlim, emboscada por detrás dos ‘mercados’.

Primeiro, pretende - contra toda as evidências - desvalorizar a crise política em Portugal. A situação em Portugal é no papaguear deste alto funcionário europeu “uma simples sugestão”. Provavelmente, a dramática sugestão de que se ‘ainda não saímos da crise’ é porque reina a incompetência (técnica e política) e o ‘servilismo’ (aos mercados), nas instâncias decisórias europeias.

Depois, escorregou na defesa de que são efectivamente os mercados que governam e comandam as situações políticas dos países europeus. Nos países em dificuldades os mercados não só governam como têm braços armados que impõem ‘diktats’. Barroso revela nas suas declarações avulsas não existir qualquer vestígio do que, hipócrita e ardilosamente, se proclamou ao longo de dezenas de anos, i. e., a existência de um ‘guarda-chuva europeu’, comunitário e solidário, que possibilitasse amplo espaço de manobra à democracia, dando primazia às decisões políticas.

Finalmente, o gato escondido com rabo de fora. Trata-se do recurso ao termo “complacência”. De facto, complacência significa: 1. Desejo ou cuidado de comprazer; 2. Condescendência; 3. Benevolência; 4. Satisfação; 5. Prazer.
Ao quer evitar que este conjunto de circunstâncias tenha lugar mostrou como Portugal – e outros países europeus – e, mais grave, os portugueses, estão a ser duramente ‘castigados’... pelos mercados no pelourinho de uma Europa em desagregação, sem destino. É, de facto, uma atitude de 'durão'. Não sabemos que autoridade moral tem este ‘carrasco’. Provavelmente trata-se de uma benesse conferida pelos ‘mercados’, por exemplo, na cimeira da Lajes ou numa reunião do ‘clube Bilderberg’.

Um dia saberemos - com toda a clareza e evidência - onde e quando este ‘cherne’ mordeu o anzol.

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