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A mostrar mensagens de abril, 2013

AR: o ‘esclarecimento’ de Gaspar…

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Hoje, o ministro Gaspar foi ao Parlamento ‘ encanar a perna à rã ’. O folhetim dos ‘ cortes estruturais ’ ainda não chegou ao fim. Os portugueses vão ter que aguardar mais uns tempos. Deve ser um gozo manter a vida das pessoas sob tamanha pressão. Um gozo 'sádico'. Todavia há um pormenor que saiu da penumbra. O ‘ plano ’ de cortes e recortes, segundo o anúncio hoje feito na AR, arrasta-se até 2016 link . Isto é, coincidente com o terminus do 2º. mandato de Cavaco Silva . Para quem ainda alimentava dúvidas sobre o papel que o PR está presentemente a desempenhar, elas foram cabalmente esclarecidas.

Campanha contra a violência machista na Arábia saudita

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El País

Direito de decidir

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Cenas do quotidiano

Esta tarde triste e pardacenta Avança fria e chuvosa a tarde em Coimbra. Da janela da minha biblioteca, com os pés sobre a escalfeta, gozo o conforto pequeno-burguês de 44 anos de trabalho e descontos, enquanto os estarolas do Governo me deixarem, e olho pela janela. Vejo uma vez mais o homem de cerca de quarenta anos que revolve o lixo do contentor que fica no lado oposto da rua. Observo os gestos lentos com que retira algo que leva à boca e mastiga. Não sei se é alienado ou apenas um desesperado que vem aconchegar a mucosa gástrica com vitualhas conspurcadas por bactérias que habitam o lixo. Hesito entre chamá-lo a partilhar os restos abundantes de uma refeição em que sobram sempre alimentos para uma boca mais ou deixá-lo cumprir um ritual que todas as tardes me incomoda. O temor da sua reação impõe-se à solidariedade que me exige chamá-lo. Não posso sentir-me confortável no habitat que me coube. Quando à minha volta vejo a miséria e fico inerte também eu me torno miserável.

Marketing da Igreja católica

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Isto não é um ato de humildade é exibição de discutível higiene

À margem do Congresso do PS…

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O XIX Congresso do PS decorreu como mais um ritual democrático para consagração do líder já previamente eleito. link Mais do que conhecer ‘ novidades ’ programáticas resultantes das bissectrizes entre diversas sensibilidades o País está ansioso por detectar e apreciar ‘ novas ’ alternativas. Na verdade, este Congresso realiza-se no dealbar de uma nova moldura, isto é, quando a cega e dura ‘ avalanche austeritária ’ começa, por toda a Europa, no mínimo, a ser reavaliada e a capacidade para impor por mais tempo e arbitrariamente esta via começa a desmoronar-se. link ; link . Este recuo não aparece agora por mudança de orientação política nem por complacência para com os povos atingidos pela excessiva austeridade mas porque a ‘experiência’, numa primeira fase, serviu para consolidar a hegemonia germânica no espaço europeu e, neste momento, dado o carácter sistémico da recessão induzida, em todo o ‘ programa ’ subavaliada, ameaça ter um ‘ efeito boomerang ’ e voltar-se cont

PPD/PSD PROVA DO SEU PRÓPRIO VENENO

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Já aqui criticámos a “celerada lei das rendas” que a coligação governante, a mando da troika mas indo muito para além da troika, fez aprovar pela sua maioria na Assembleia da República. Mas desta vez “o feitiço virou-se contra o feiticeiro”. Segundo noticia o “Expresso”, a estrutura concelhia de Lisboa do PSD estava instalada num terceiro andar com 150 m2, pagando de renda mensal 141 euros. Agora, ao abrigo da tal lei, popularmente conhecida por “lei dos despejos”, o senhorio exigiu-lhes nada menos que 2.000 euros por mês. Não podendo suportar tal enormidade, a referida concelhia vai ter de entregar o andar no final de maio. Destes “inquilinos” não tenho pena!

Insistir no Islão radical é insinuar que há outro (2)

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Se há quem verdadeiramente me comova, pelo sofrimento desnecessário, é a população muçulmana, vítima dos preconceitos religiosos e da impossibilidade da apostasia, um direito inalienável em democracia e um crime punido com pena de morte nas teocracias. Os monoteísmos baseiam-se em textos bárbaros, uma herança hebraica de origem tribal e patriarcal. Paulo de Tarso, na sua cisão com o judaísmo, havia de criar a seita à qual Jesus foi alheio, tendo nascido e morrido judeu e circuncidado. Por razões políticas, foi o execrável Constantino, que a si próprio se designou o 13.º apóstolo e que, sem abdicar do mitraísmo, fez da seita cristã a religião que aglutinou o Império Romano. O ódio aos judeus vem daí, esse ódio que os trânsfugas consagram à ideologia ou grupo donde provêm. O antissemitismo é filho desse ódio irracional, com interesses à mistura, e que serviu para tornar mais dramático um fenómeno de natureza secular, o nazismo. Os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João

Lá como cá e/ou cá como lá... !

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Aqui ao lado – em Espanha – o Governo de direita dirigido pelo PP de Mariano Rajoy prossegue na sua envergonhada mas decidida senda de ‘ ajustamento ’ (embora formalmente não tenha assinado um programa de assistência). Lá como cá existe um profundo fosso entre as demagógicas promessas eleitorais e a presente acção governativa. Mas a Direita – também cá como lá - continua sobranceira, atrevida e mistificadora. Regressou aos velhos tempos em que repetida e falaciosamente tentou iludir a realidade (nacional e do Mundo) com 'malabarismos semânticos'. Este o espesso drama histórico e político que inundou ambas as ditaduras ibéricas à volta da tríade: Deus, Pátria e Família. Lá, a 'vistosa' vice-presidente do Governo espanhol - Soraya Sáenz de Santamaría – fazendo jus ao seu elaborado aspecto de ‘ ex-jotinha ’, anunciou a subida do IRC espanhol, a inserir no dramático quadro recessivo e de incontrolável desemprego, como uma ‘ novidade tributária ’… link . I

O discurso do PR na AR em 25 de Abril e outros

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Permitam-me que discorde da unanimidade que, com exceção de alguns setores menos instruídos ou mais comprometidos do PSD, se gerou em torno do referido discurso. Dizem que o discurso do 25 de Abril foi um desastre. Porquê? Já fez melhor? Alguma vez exibiu grandeza ética ou tolerância? Quando é que se lhe ouviu o elogio da data ou se assistiu a alguma manifestação de respeito pelo ato heroico ou pelos seus autores? Além de não sabermos o que Relvas sabe a seu respeito, e do que é capaz, que motivo temos para esperar que este PR exulte com o 25 de Abril, se extasie com cravos rubros ou morra de amores pela democracia? Já o discurso de Bogotá foi injustamente criticado. Quem aguardava que o professor de Literatura pela Universidade de Goa pudesse dizer bem de Saramago? Que legitimidade nos assiste para o obrigar a ler o enorme escritor, a citar o nome do seu ódio de estimação, quando já fez o sacrifício patriótico de citar Camões como se o tivesse lido? Quem não se recorda do ódi

Os diferentes ‘timings’ europeus, o discurso do Presidente, a crise governamental e os champôs …

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O PR abandona a AR na última sessão comemorativa do 25 de Abril sob o olhar do Governo que se mostra atento, venerador e obrigado...   Bruxelas dá mais dois anos a Espanha para reduzir o défice… link Não é compreensível, nem transparente, a estratégia do Eurogrupo face à crise que se vive na zona Euro. Perante as situações difíceis ou complexas que se vivem em alguns países que adoptaram a moeda única existem, de facto, diversos posicionamentos interpretativos e analíticos que acabam por ‘ ditar ’ respostas diferentes e diferenciadas. Ao que se supõe em conformidade com ‘ análises técnicas ’ divergentes ou díspares sobre a dimensão e a profundidade da crise orçamental e financeira em cada um dos Países. Vale a pena analisar 3 países que integram o Eurogrupo e que ‘ padecem ’ de uma fatalidade geográfica e cultural e incorporam o fustigado ‘ sub-grupo ’ do Sul . Deste logo, temos a França que já não consegue iludir as suas dificuldades em crescer e competir na Econ

Insistir no Islão radical é insinuar que há outro

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É bem  conhecido o sofrimento dos países árabes e de outros que a lepra do islamismo contagiou. Muitos deles têm enormes reservas de combustíveis fósseis e são espoliados pelo capitalismo internacional, pilhados pelas ditaduras que os oprimem e por tradições tribais que lhes negam direitos humanos elementares. O fracasso da civilização árabe e o primarismo dessa cópia grosseira do cristianismo – o Islão –, são o húmus onde floresce o tribalismo patriarcal alheado do direito romano e da cultura helénica. São países onde o medo e os constrangimentos sociais prolongam os preconceitos e mitos herdados de uma época em que os homens eram mais violentos e Deus a criação ampliada dos seus defeitos. No desespero de uma vida sem esperança nem futuro crescem os sonhos de um Paraíso pejado de virgens e rios de mel, mitos que levam os mais piedosos a cometer crimes e a sonhar vinganças contra os infiéis.  Os dois chechenos que mataram três pessoas e feriram cerca de duzentas, em Bo

A ‘arenga’ presidencial...

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…”É indiscutível que se instalou na sociedade portuguesa uma «fadiga de austeridade», associada à incerteza sobre se os sacrifícios feitos são suficientes e, mais do que isso, se estão a valer a pena. Estas são interrogações legítimas, que todos têm o direito de colocar. Mas, do mesmo modo que não se pode negar o facto de os Portugueses estarem cansados de austeridade, não se deve explorar politicamente a ansiedade e a inquietação dos nossos concidadãos.”… Do discurso proferido pelo Presidente da República na sessão oficial comemorativa do 39º. Aniversário do 25 de Abril. link . Este emaranhado tecido à volta de uma constatação (premissa) - « a fadiga de austeridade », seguida da abertura interrogativa sobre a sua pertinência - «todos têm o direito de colocar» - para aprioristicamente concluir sobre o dever de ignorar ou preverter outras respostas - «não se deve explorar politicamente a ansiedade e a inquietação dos nossos concidadãos» -  mostra a confusão que vai naquela cab

Acontece

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Retiraram-se, por pudor, os cravos Durante as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, no início do discurso do PR, aconteceu um facto insólito, que vale como metáfora. Quando ia falar, sabendo-se do seu horror ao vermelho e do desprezo pelos cravos, estes caíram. Não podendo Cavaco retirá-los, retiraram-se os cravos para não lhe servirem de moldura. Noutra cerimónia, também a Bandeira Nacional se lhe virou ao contrário.
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No dia de hoje, em 1937, Guernica foi bombardeada pela Força Aérea alemã, de Hitler, ao serviço das forças fascista de Francisco Franco, o genocida a quem o Papa abençoou como líder de uma «Cruzada» e a Igreja católica espanhola acompanhou nos crimes que se perpetuaram depois da vitória sobre as forças republicanas e o derrube do Governo democraticamente eleito.

No rescaldo de um dia de festa e de saudade

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Dizem-me que o discurso de Cavaco Silva foi um verdadeiro desastre. Se um partido o considera como vice do PM e outro como fator de divisão, Vasco Lourenço disse que o PR tirou a máscara, como se a máscara não fosse o verdadeiro rosto. Na verdade, Cavaco não tem perfil para as funções que ocupa e a ingratidão para com o 25 de Abril, que permitiu ao « mísero professor» –, como ele via as funções docentes na Universidade –, percorrer os mais altos postos do Estado, mostra a fibra de quem não tem a mais rudimentar sensibilidade nem reconhece quanto deve a quem tudo fez sem nada pedir. Dizem-me que Cavaco está preocupado com o seu lugar na história, mas que lugar pode almejar quem se limita a embalar o berço do Governo, espécie de guarda-costas de um elenco presidencial que se arrasta sob a aparente liderança do impensável Passos Coelho e de uma folha de Excel mal preenchida a que chamam ministro das Finanças? Cavaco é o símbolo da degradação da classe política, o paradigma da ru

Esta é a noite que trouxe no ventre a madrugada

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Esta noite não é para dormir, é para esperar a madrugada em que floriram, nos canos das espingardas, cravos. É a vigília amarga que aguarda o doce alvorecer do dia em que um punhado de capitães resgataram, de 48 anos de tirania, a Pátria secular. Estou a 14 km da fronteira onde o capitão Augusto Monteiro Valente havia de chegar para prender os pides que logo apagariam os cigarros com que queimavam as vítimas e poria termo aos gritos que ecoavam da fronteira até à estação dos caminhos de ferro. A esta hora verificava, talvez, a pistola que usaria para avisar o comandante do RI5 de que o comando deixava de lhe pertencer e ia ficar preso às ordens do MFA. A esta hora o capitão, sozinho, apenas com a coragem dos bravos e a determinação dos heróis, não pensava em palavras, tinha consigo a fé inquebrantável dos patriotas. Daqui a pouco, há 39 anos, o capitão que este ano já não nos acompanha, esse capitão que  levaria até à fronteira a bandeira da insurreição e o sonho da liberdade,

Viva o 25 de Abril. Sempre

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Trinta e nove anos passados sobre a manhã libertadora de Abril, regressaram o medo e a fome. Por ora não é ainda a PIDE que prende, é o desemprego e a destruição metódica e eficaz dos direitos conquistados que paralisam o povo e o lançam de novo na aventura da emigração, na incerteza do futuro e na tragédia da pobreza. Os atuais governantes têm um projeto político extremista e o objetivo de cercear direitos e fizeram do país um laboratório do ultraliberalismo, “custe o que custar”. O desespero que espalham é a semente das convulsões que se avizinham num retrocesso que os mais pessimistas estavam longe de prever. Apagam os símbolos identitários da Pátria com a alienação dos feriados do 5 de outubro e do 1 de dezembro enquanto o 10 de junho, com um PR de débil cultura, se transforma, como no fascismo, em altar da exaltação da raça, com os feriados pios a permanecerem por imposição do Vaticano, que despreza e humilha o país. A reabilitação da guerra colonial está em curso, o re

DESABAFO POLITICAMENTE INCORRETO

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Há qualquer coisa em nós de que não gostam       (Manuel Alegre – “O Resgate”) Basta! Estou farto de ser insultado, avaliado, repreendido e humilhado (eu e a maioria dos portugueses). Farto de que nos chamem PIGS (porcos), calaceiros, perdulários, lixo, etc. Insultam Portugal, o mais antigo Estado da Europa, que “deu novos mundos ao mundo”, e deu ao mundo a língua portuguesa, falada em todos os continentes, e os seus cultores, como Camões e Pessoa; insultam a Grécia, berço da civilização europeia, sem a qual seriam ainda hoje uns trogloditas. E quem é que se julga no direito de assim nos insultar? Em primeiro lugar os alemães, cuja contribuição para a História da Europa se cinge a uma incontável sucessão de guerras mortíferas. São totalmente destituídos de sentido de humor: é sabido que são incapazes de perceber uma anedota. Em contrapartida, vangloriam-se de ser organizados e produtivos. E infelizmente são. De tal maneira que conseguiram assassinar metodicamente seis m

Fia-te na Virgem e não corras...

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Votaria neste homem para PR?

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A tomada de posse de novos secretários de Estado

O PR repetiu a liturgia do costume perante um aglomerado de pessoas que pareciam desempregados de um bairro problemático da periferia de uma grande cidade. O aspeto suburbano dos novos membros do Governo e dos presentes criaram o clima adequado à fúnebre liturgia que se repete a cada novo escândalo. Sei que estes atos são obrigatoriamente públicos mas podiam prescindir das televisões para evitarem ser confundidos com delinquentes. Dos que são condenados. O PM parecia um mestre de cerimónias num casamento de província enquanto Paulo Portas baixava os olhos em aparente pudicícia. Só o PR, com ar de quem está ausente no Palácio de Belém, repetia os gestos treinados em sete roteiros. Pobres fotógrafos. Não devem ter uma foto que se aproveite dos rolos gastos em tão pífia cerimónia.

O Governo e os remendos terminais

O Processo De Remodelação Em Curso (PREC-*cpp) é o estertor de um Governo cuja formação foi um aborto da natureza, um parto distócico de fetos com malformações congénitas. A pressa do PSD pôs ao leme do barco um camponês que nunca tinha visto o mar, e o PR, que tinha por Sócrates o acrisolado amor que nutre pela memória de Saramago, deu o empurrão de que o bote precisava para se fazer ao mar. Sem marinheiros, sem rumo e sem alguém que soubesse o que era uma bússola ou, ao menos, a influência do vento, em vez da viagem, de destino incerto, era de prever este pungente naufrágio de um Governo que não se compõe de 12 ministros mas se divide em 12 ministérios e um mistério, sendo este o insondável desígnio que fez de Passos Coelho um PM. O naufrágio do Governo podia ser uma boa notícia se Portugal não tivesse embarcado e poder já não haver país para novo barco. Porca miséria.

Nem os gatos escapam aos cães

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Merkel levanta o véu…

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« Temos de estar preparados para aceitar que a Europa tem a palavra final em certas áreas. Caso contrário, não seremos capazes de continuar a construir a Europa », sublinhou a chanceler alemã. link Finalmente o subconsciente a atraiçoar a chanceler. Se substituirmos a 1ª. invocação de ‘ Europa ’ por Alemanha torna-se tudo mais claro, transparente e óbvio.

Berta: a segunda imolação...

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Mais uma substituição no elenco governamental, aparentemente, incompreensível. Há cerca de pouco mais de 1 semana teve lugar uma ‘mini-remodelação’ link que, inesperadamente, conquistou a unanimidade: desagradou a todos (excepto aos que já consideram o Governo ‘morto’). Passados poucos dias surge mais um retoque avulso numa área – a da Defesa – onde o ambiente é, no mínimo, crispado. Aliás, as primeiras reacções vindas da instituição militar ultrapassam a natural surpresa para encalharem nas encostas da leviandade (política). link Berta Cabral vai integrar o elenco governamental como Secretária de Estado da Defesa. Sabendo do posicionamento desta ex-líder do PSD-Açores relativamente a Passos Coelho link é notório que este Governo se lançou num processo de remodelações ‘ ad hoc ’. Berta Cabral foi imolada nas eleições regionais açorianas perante o altar do descontentamento popular (relativo ao Governo da República). Caminha, agora, para uma nova imolação, ao som do rufar d

O massacre de Boston e o Islão

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Não há Islão radical, como não há judaísmo ou cristianismo radical. Há três religiões do livro que conseguem ser as piores, capazes de levar a morte aos infiéis para conquistar o Paraíso. O judaísmo continua a ser um perigo para a paz, convencido como está do direito divino sobre a Palestina, numa deriva beata que conduziu à demência sionista. Vale-nos o facto de muitos israelitas estarem laicizados e o agnosticismo e o ateísmo serem frequentes. O cristianismo, alvo da repressão sobre o clero, domesticado, parece hoje uma religião inofensiva, salvo para os próprios que se ciliciam, crucificam e viajam de joelhos. Só o Islão, sem Reforma nem estados laicos que julguem e condenem os pregadores do ódio que infestam as mesquitas e as madraças, continua a deriva misógina e o belicismo prosélito que impõe a submissão ao profeta analfabeto, polígamo e pedófilo. O arcanjo Gabriel ditou-lhe, entre Medina e Meca, uma cópia grosseira do cristianismo e exigiu-lhe que dizimasse os infiéis,

O "CONSENSO" E A CONSTITUIÇÃO

Todas as almas “bem-pensantes” deste País apelam a um “consenso” entre “as diversas forças políticas” para levar a bom termo o “ajustamento” (ouvir esta palavra causa-me a mesma sensação que ouvir uma unha a raspar numa parede). Mas por baixo do manto diáfano deste sensato “consenso” esconde-se mal a nudez crua das intenções que lhe subjazem: o que querem é pura e simplesmente que o PS dê o seu aval às políticas anti-patrióticas e anti-populares que o governo, a mando da troika, vem adotando. Porém o PS não está pelos ajustes, e faz muito bem. Até aqui a coligação governante, cheia de empáfia por ter ganho as eleições e sentindo as costas quentes pelo apoio da Troika e do Presidente da República, desprezou-o por completo. Agora que tomaram consciência do beco sem saída em que meteram o País, é que querem o “consenso” com aquele partido. Mas, agora, dali não levam nada. Porque não procuram um consenso com o PC e o BE, como fizeram para derrubar o governo do PS e fazer vir a Troik

A crise e a luta partidária

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Não sei se é imaginável sair da crise e evitar a bancarrota; não sei se os esfomeados se deixarão morrer sem se revoltarem e se os que vivem da crise não temem a agitação dos que já nada têm a perder. Sem comida, assistência médica e um módico de segurança social não há brandos costumes que persistam. A Europa das nações é cada vez mais alemã enquanto a Alemanha está cada vez menos europeia. O aprofundamento da integração política, um sonho de que ainda transporto as últimas ilusões, reduz-se progressivamente à moeda, que é perigoso abandonar, e à livre circulação de capitais, de sentido único, dos países pobres para os países ricos. Em Portugal a crise financeira internacional, entrou, qual tsunami, desmantelando o que restava do tecido produtivo e das conquistas sociais do 25 de Abril. A pequena e débil economia periférica ficou à mercê da agiotagem universal e da cleptomania autóctone. Os partidos políticos preferiram tirar partido da desgraça imprevisível, na luta pela fat

BOSTON

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O atentado terrorista ocorrido durante a maratona de Boston colocou novamente a América em sobressalto. Trata-se de mais um grave incidente que recai sobre a segurança dos cidadãos. Não é um acontecimento isolado para a sociedade americana. Se recuarmos até ao fatídico dia de 11 de Setembro 2001, quando a América tomou consciência das suas vulnerabilidades, verificamos que, pelo meio, ocorreram outras situações preocupantes. Uma das vertentes diz respeito ao ‘ terrorismo doméstico ’ e toda a gente se lembra do ‘massacre’ de Oklahoma City [ocorrido em 1995] com um funesto cortejo de 168 mortes e mais de meio milhar de feridos. Na verdade, trata-se de um fenómeno em crescendo nos States que se tornou [mais] visível na década de 80 e se terá intensificado com a crise económica e financeira de 2007/08. Mas os primórdios destes actos de terrorismo remontam ao Ku Klux Klan , uma tenebrosa organização de raiz religiosa e racista que ‘nasceu’ nos finais do séc. XIX, isto é, no perí

Cavaco e a remodelação do Governo

A aliança PR/PSD/CDS foi reforçada com elementos afetos ao pai do elenco e não tem, em boa verdade, outra novidade, para além dessa. A grande curiosidade reside no mimetismo com o Bloco de Esquerda. A substituição de Miguel Relvas, sem querer comparar este líder do PSD, licenciado com o 12.º ano, com o distinto catedrático de Finanças, Francisco Louçã, foi igualmente substituído por dois sucessores. Louçã foi substituído por Catarina Martins e João Semedo enquanto Relvas teve direito a um estreante, Miguel Maduro, e a Luís Marques Guedes. E as coincidências ficam por aqui. A Relvas ficamos ainda a dever um ato de higiene pública. O azougado Pedro Lomba, libertou os leitores do Público com a passagem a secretário de Estado. O pior é para o Desenvolvimento Regional.

O anúncio da quebra do pote...

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Desde a  insidiosa e perversa ‘ argolada ’ da TSU, em Setembro passado, tem sido múltiplos os sintomas de desagregação da coligação ‘construída’ para dirigir o País. Os dois partidos ( CDS e PSD ) embora partilhem uma matriz liberal que representa a convergência ideológica comum, divergem em modelos (gradientes) de concepção económica e social (dentro do mesmo espectro) e estas nuances liberais, que vão da doutrina social cristã ao fundamentalismo de adoração e submissão aos mercados, originam, como se tornou visível, atitudes tacticistas imediatistas diferenciadas. Depois da crise da TSU , a arquitectura do OE 2013 com a brutalidade da carga fiscal que lhe foi apensa voltou a criar algum ‘frisson’ entre os dois partidos que integram a coligação. Mais recentemente a insistência por parte do Governo numa política cumulativa de sucessivas austeridades com o consequente disparar de uma ‘ espiral recessiva ’ voltou a animar o ‘ inner circle ’ das divergências (partidárias). 

Momento de poesia

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Oh, minha Pátria tão bela e perdida!... Fiquei suspenso, agarrado ao poema à espera que todos chegassem para a reunião magna sobre a salvação dos ídolos. No meio do vazio das ausências inexplicáveis resolvi sair para a rua para agarrar o sol mas a cidade tinha entrado em contraluz e senti-me agarrado pelos braços de ferro de sombras gigantescas de uma nebulosa negra… a cidade estava deserta… Foi o empregado do banco, esbaforido e a explodir em esgares de pânico, que me retirou do torpor da minha irrealidade, quando eu estava a colar a última convocatória numa parede suja de sangue (nesse preciso momento eu cantava o Nabuco de Verdi Oh, minha Pátria tão bela e perdida!) Disse-me que tinha estado à minha espera até ao limite do tempo para saldar a última conta do último cliente antes de abandonar  a cidade… Alexandre de Castro Lisboa, Abril de 2013

O estalinismo do presidente de alguns portugueses

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Cavaco, com dinheiro do Estado português, deslocou-se a Bogotá, acompanhado da sua inerente esposa, espécie de prótese protocolar, para representar Portugal na inauguração da Feira do Livro, onde Portugal foi convidado de honra. Pedir a Cavaco para representar Portugal numa Feira do Livro é como pedir a um talibã para representar um qualquer país numa conferência para a igualdade de géneros. Desta vez não levou Santana Lopes e Sousa Lara, sobretudo o último, que censurou ao único Nobel da literatura portuguesa «O Evangelho Segundo Jesus Cristo», no seu Governo. Faltou-lhe o inefável Sr. Duarte Pio que, perguntado sobre o que pensava de Saramago, como escritor, respondeu: «é uma ganda [sic] merda». E, de seguida, respondendo a outra pergunta sobre se já tinha lido algum livro do referido escritor, disse «não». Cavaco não é apenas um político sem grandeza, um homem sem dimensão cultural e um cidadão que despreza a cultura. Ele sente orgulho na sua ignorância, é arrogante

A mentira, o terrorismo e a catástrofe

Quando um Governo provoca e chantageia os Tribunais não cria um problema político, transforma-se num caso de polícia e a sua substituição já não é só um imperativo ético, é uma necessidade de higiene pública. O chumbo de quatro artigos do OE 2013 continuam a ser a arma de arremesso com que o génio que a troika recomendou para ministro das Finanças encobre a sua derrapagem orçamental. Se, por hipótese, o PR reincidisse na incúria de não pedir a fiscalização do OE 2013, se os deputados da oposição e o Provedor de Justiça se tivessem abstido de zelar pela CRP, isto é, se o Governo tivesse visto aprovar o Orçamento com que quis afrontar o TC, nem assim se teriam equilibrado as contas públicas. O processo de intoxicação em curso procura fazer esquecer uma derrapagem orçamental incomparavelmente superior aos 1.300 milhões de euros atrás dos quais se esconderam a troika e o seu Governo. O TC, na honrada apreciação que fez do OE 2013, na coragem com que resistiu à chantagem de alguns ab

A fé é que os salva

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E a superstição embrutece-os

Estavas, linda Inês, posta em sossego…

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Lisboa, 16 abr (Lusa) - O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, convidou hoje o secretário-geral do PS, António José Seguro, para um encontro a realizar na quarta-feira de manhã, tendo em vista um entendimento sobre as medidas para a consolidação orçamental … link Pouco há a dizer sobre este convite. Pior, nada a esperar deste encontro. Para qualquer coimbrinha 'isto' enquadra-se naquela histórica expressão:  Agora é tarde, Inês é morta!

Momento de poesia

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E este é o mundo que nos pertence… Ao Jorge, o meu amigo/irmão Mãos cheias de nada e de vento uma lágrima de sangue de uma criança brilhando ao sol ossos da fome pendurados na esquina da esperança olhares aflitos a sufocar os gritos contra os muros da indiferença mãos que falam e se agitam e todo o mundo separado pela fronteira da cegueira … E este é o mundo que nos pertence e que nos deixaram e que se perdeu na esfera do tempo sem qualquer mudança!... Alexandre de Castro Lisboa, Abril de 2013

Melo Antunes – Uma biografia política

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No magnífico ambiente do Café Santa Cruz que um presidente da junta de freguesia quis confiscar para sede, foi apresentado esta tarde o livro «Melo Antunes – Uma Biografia política». Com palavras de Maria Inácia Rezola – a autora –, e do generoso capitão de Abril, Vasco Lourenço,  soube-se um pouco mais do intelectual destacado, melómano exigente e humanista de enorme dimensão ética – Melo Antunes. Evocaram-se os mortos e convocaram-se os vivos para a homenagem à epopeia do 25 de Abril, onde o intelectual e patriota Melo Antunes teve um lugar de grande destaque. Quando temos um Governo que abomina Abril e um PR que distingue com dificuldade o 25 de Abril e o 28 de Maio, com um povo que esquece a data maior da nossa História, foi uma felicidade recordar a data e os protagonistas da mais bela Revolução do século XX. No Cantinho dos Reis, em Coimbra, perante a felicidade do Reis, enquanto jantávamos, era o amor a Portugal, a saudade da Revolução e a mágoa do estado a que chegámos

ALGUMAS IDEIAS TOTALMENTE DISPARATADAS - II

Como disse no post anterior com o mesmo título deste, Miguel Sousa Tavares, no seu artigo publicado no último “Expresso”, considera que a nossa Constituição é grande demais, por consagrar demasiados direitos dos cidadãos. Refutei então essas afirmações. A Constituição não é grande demais nem consagra demasiados direitos. No entanto, se houvesse algum interesse – e não há – em a Constituição ser mais pequena e consagrar menos direitos, tal seria teoricamente possível, sem que os portugueses deixassem de ter esses direitos. É que, contrariamente ao que pensa MST, esses direitos não são uma “originalidade” da nossa Lei Fundamental nem foram inventados pelos deputados da Assembleia Constituinte. Esses direitos – designadamente o direito ao trabalho e a uma remuneração condigna, o direito a formar sindicatos, o direito à greve, o direito à segurança social, o direito a um nível de vida suficiente e a uma habitação condigna, o direito à saúde, o direito à educação – encontram-se consagrado

Acórdão do TC, aleivosias e indigências presidenciais…

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Fotomontagem do Blog ‘nós na rede’ / JN link Cavaco Silva , de visita oficial à Colômbia, ao que parece resolveu inaugurar a campanha eleitoral com vista à sua sucessão. Aproveitou o ensejo de estar rodeado de jornalistas para elogiar o seu correligionário de partido Durão Barroso . link Endossou-lhe os louros sobre uma hipotética preservação da imagem externa do País. Trata-se de mais uma visão oblíqua sobre o acórdão do Tribunal Constitucional . Na verdade, em todo este processo, não podemos deixar de realçar a posição comum entre a Comissão Europeia (presidida por Barroso) e a posição da Alemanha (veiculada por Schauble). De facto, a posição mais chocante sobre o processo em análise pode traduzir-se na seguinte notícia: “ A Alemanha e a Comissão Europeia avisam que Portugal tem de apresentar medidas alternativas depois do chumbo do Tribunal Constitucional e alertam mesmo que o país pode ficar sem os 2 mil milhões de euros da próxima tranche do empréstimo ” link . Enfim