O Iraque e as lutas internas


Na impossibilidade de levar a julgamento os quatro que, nas Lajes, traíram a verdade, o direito e a ética, para executarem o plano gizado previamente pela dupla Bush/Dick Cheney, o desprezo seria o lenitivo para a raiva e o nojo que sentimos, mas os efeitos colaterais não nos deixam em paz.

A ditadura de Saddam, ao contrário das teocracias vizinhas, tinha um cristão ministro e um Estado laico. Judeus e cristãos suportavam a ditadura e não eram molestados pelas crenças. Agora são já residuais, e em vias de extinção, perante o totalitarismo islâmico.

Destruído o país, após a matança que não poupou os próprios invasores, o Iraque virou campo de treino do terror islâmico e o Irão emergiu como potência regional e nuclear.

Da promessa de democratização, usada para consumo da opinião pública, não mais se ouviu falar. Apareceu uma nova Constituição que assimilou o Islão que, como é sabido, estima equitativamente a democracia e o toucinho.

O que se apresentou como ingerência humanitária foi um crime contra a humanidade, onde não faltaram a tortura, prisões arbitrárias e a destruição maciça de um país.

Bush, desonrado, regressou ao Texas onde sempre pode voltar ao álcool; Blair dedica-se aos negócios; Aznar anda por aí a dizer inanidades e em tráficos marginais; só Barroso ainda flutua com a conivência de velhas e novas amizades. Os cúmplices desapareceram e Berlusconi apenas se mantém na política para escapar à prisão.

A infâmia da agressão ao Iraque tem sido denunciada mas faltava ainda a mãe de todas as torpezas, corrupções e pulhices, após a vitória na mãe de todas as batalhas: faltava o enforcamento macabro de Saddam, a transformação do Iraque em campo terrorista onde o dinheiro desaparecido pode ter ultrapassado 50 mil milhões de dólares e o valor real jamais será esclarecido.

Na décimo aniversário da invasão, os iraquianos matam-se por vontade de Alá, entre as ruínas do país dilacerado por um bando de cristãos. E entregam-se às rivalidades tribais, xiitas e sunitas, assinalando o 10.º aniversário da invasão com uma onda de atentados.

Comentários

soudocontra disse…
Até que enfim, um post anti-império estado-unidense. Depois do Iraque a Líbia, com o assassinato bárbaro do seu líder, também, e agora tentam a invasão e colonização também, da Síria. Com o Irão, irá a bomba atómica e as populações que morram, são apenas uns míseros milhões de seres que não deveriam ter nascido. Nas 2 cidades japonesas bombardeadas na II GG ainda hoje morrem desses seres por doenças causadas pelas irradiações. Abaixo o governo imperial dos EUA, que de democrático só tem o nome. E mais não digo, está tudo por aí bem esclarecido em artigos de epecialistas americanos e não só!

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