Anda tudo doido neste Portugal ao contrário


Passos Coelho, que a imprevidência do PSD deixou chegar a primeiro-ministro, resolve fugir às comemorações do 5 de Outubro porque, para quem não tem memória, cultura e ética republicana, não é uma data histórica, é um dia a abater no calendário dos feriados.

António Borges, ministro supranumerário para as privatizações, exonera a ética do seu discurso e arremete contra os portugueses, trabalhadores e empresários, todos ingratos, que não agradecem a perda do poder de compra, enquanto ele arredonda o vencimento como administrador do merceeiro que transferiu a sede da empresa para a Holanda.

Miguel Relvas, com a desfaçatez com que em Tomar foi considerado o melhor colador de cartazes, afirma que os políticos têm de se comportar de forma a serem respeitados.

O Governo acorda com a Troika a subida de impostos para contrabalançar o esbulho dos salários com que discriminou funcionários públicos e pensionistas, e surpreende-se que seja Durão Barroso a dar a notícia aos portugueses, dada a lentidão de Vítor Gaspar.

O presidente do BCP, indiferente à vontade dos portugueses, defende a privatização da CGD como se tivesse sido sufragada pelo povo e com a arrogância de quem gere um banco que não serve de modelo e a legitimidade de quem não disputa eleições.

Vítor Gaspar falha todas as metas, do défice, do desemprego, da dívida, da despesa, das receitas e é visto como bom ministro, quiçá porque os outros o tratam por Professor. O IRS, suprema ironia para um ultraliberal, foi a arma que lhe restou para o OE-2013.  

Paulo Portas, assobia para o lado, finge-se morto e espera não se comprometer com esta política como se estivesse fora do Governo a colonizar apenas o aparelho de Estado com os seus indefetíveis amigos e os futuros aliados.

Cavaco Silva, com a coragem que se lhe conhece, não mostra preocupação com o BPN nem com a permanência de Relvas no Governo. Está mais preocupado com a subida do IMI na casa da praia da Coelha cuja permuta se recusa a explicar. Quem o viu e quem o vê.

Anda tudo doido neste Portugal ao contrário.

Ponte Europa / Sorumbático

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