Vaticano perde prestígio e poder

A decisão surpreendente da Irlanda de fechar sua embaixada no Vaticano foi um grande golpe para o prestígio da Santa Sé e pode influenciar outros países que consideram suas missões muito caras a fazer o mesmo, disseram fontes diplomáticas nesta sexta-feira.

Comentários

e-pá! disse…
O Vaticano não tem motivo para se queixar...

Há alguns meses chamou o seu núncio apostólico (embaixador) na Irlanda como inusitada reacção às fundadas e justas críticas que o Governo irlandês – responsável pela administração da Justiça - teceu sobre o comportamento obstrutivo da ICAR relativo às investigações sobre abusos sexuais envolvendo clérigos católicos. Certamente que não esperava que essa afronta diplomática fosse inconsequente.

O Vaticano não consegue separar as relações entre Estados, regidas por convénios internacionais e códigos de reciprocidade, e o desejo de pretensos tratamentos de favor ou de excepção concebidos à sombra de arcaicos conceitos "nações tradicionalmente católicas". Logo, no seu julgamento de Estado teocrático, submissas. Todavia, este novo ciclo de tensões entre a Igreja e os Estados parece, sob o papado de Bento XVI, regressar ao espírito “ultramontano” que vigorou nos séc. XVII e XVIII e foi irremediavelmente apeado pela Revolução Francesa.

Mas a decisão irlandesa de fechar a sua embaixada no Vaticano não causaria tanta mossa se não existisse o receio de despoletar “contágios”. E aí (na possibilidade de contágio) é que existe uma relação entre a extinta jurisdição universal e os Estados modernos, democráticos e laicos.
O espúrio renascimento de um “entendimento exaltado” à volta de uma "autoridade papal" no terreno secular (que deverá ensombrar o pensamento de Ratzinger) não só é uma aberração histórica e política como um incontornável estorvo às (boas) relações entre o Vaticano e os Estados.
septuagenário disse…
Se os catolicos e os protestantes não se juntarem aos estados europeus, em breve iremos uma vez na vida a Meca.

E haverá uns talibãs que vão mandar as nossas garotas para a praia vestidas de burka.

Com fé ou sem fé, vamos ter criar "cruzadas" para uma baita de uma luta que não se sabe como vai ser o fim.

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