Passos Coelho: confusões e espúrias justificações…

Passos Coelho, perante uma assembleia de autarcas do PSD reunidos em Leiria, justificou o violento ataque à função pública pelo facto dos vencimentos (na função pública) serem 10 a 15 % superiores ao sector privado. link
A comunicação social teve o cuidado de fazer passar esta (leviana) asserção para o País…
Resta-nos engolir. Ou, então, questioná-la.


Haverá cada vez menos portugueses dispostos a aceitar resoluções ou propostas levianas, ao estilo das que foram tomadas pelo Governo em relação ao OE 2012.

Vejamos: 10 a 15 %, como é? 10% é uma coisa, 15% outra.
Em que ficamos?
Já que estamos em malabarismos de retórica não poderíamos partir ao meio e ficaríamos pelos 12,5%?
O que ressalta daqui, para qualquer cidadão avisado, é este ser um número atirado para o ar, atabalhoadamente, a ver se cola.
O sr. 1º. Ministro que foi gestor de empresas (no tempo que lhe sobrou da tarimba na JSD) sabe que não se podem comparar 2 realidades diferentes.
Como se verificou imediatamente as centrais sindicais vieram a terreiro desmistificar o dislate. O secretário-geral da UGT disse que o Chefe do Governo «ignora que 60 por cento dos trabalhadores da administração pública são licenciados e técnicos superiores», com grande peso de professores e médicos, por exemplo. link

Se Passos Coelho for para casa e voltar a comparar realidades iguais (pessoas com o mesmo nível de qualificação) aparecerá amanhã com outra versão. A verdadeira: os funcionários públicos foram os sacrificados porque tornava-se mais fácil, estavam mais à mão. O Estado poderá reter na fonte esses brutais cortes. Porque, nas pensões (sejam elas oriundas do trabalho no sector público ou privado) vai cortar a eito. É que estas (pensões ou reformas) são pagas pelo Centro Nacional de Pensões ou pela Caixa Geral de Aposentações e estão acessíveis.
Portanto, o melhor é falar verdade. A determinação do Governo é esta: onde o dinheiro dos portugueses (aquele que se relaciona com retribuições do trabalho - presente ou passado) estiver à vista, será irremediavelmente abocanhado. Em nome da bancarrota...
A política continua a ser o facilitismo. O resto é paisagem.

Não admira que – dia a dia - cresçam o número de “indignados”.

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