Procissão atéia

A projectada “procissão atéia” prevista para hoje em Madrid foi proibida pela Administração da cidade decisão posteriormente confirmada pelos Tribunais. link



Aparentemente, esta decisão choca com a liberdade de manifestação que todos os cidadãos devem desfrutar. Todavia, o processo “processionário”, em causa, poderá ser bem mais complexo.


Este protesto "processional" deveria ser, na sua essência, uma manifestação que enfatizasse a liberdade religiosa e de expressão. Quer os cidadãos crentes como os não-crentes, devem dispor das mesmas oportunidades de se “processionar” nos espaços públicos.
Só que os promotores desta iniciativa (Ateos en Lucha, la Asociación Madrileña de Ateos y Librepensadores y la Asociación La Playa de Lavapiés), ao longo da sua preparação, cometeram erros de palmatória. Enunciaram, pubicamente, como um dos seus objectivos: “mexer com a ideologia e a consciência católica”. link

Este erróneo afunilamento reduziu drasticamente o alcance e o significado da anunciada “procissão ateísta” e ao centrar-se no afrontamento a uma específica “consciência religiosa” [.. os católicos] expôs-se, infantilmente, às interdições legais.


Quero crer que esta ideia tem significado e validade em termos de exercício das liberdades e na defesa da laicidade. Terá, com certeza, de ser organizada como uma legítima reivindicação do direito de manifestação e de expressão, à margem da especificação de quaisquer alvos religiosos.



Aguardemos. Há mais marés do que marinheiros…

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