O regresso da intolerância religiosa

Oriana Fallaci, escritora e célebre jornalista italiana, foi das poucas pessoas de esquerda que percebeu o perigo que a demência religiosa representa para os direitos e liberdades individuais. Pode dizer-se que quase roçou o racismo na denúncia vigorosa do fascismo islâmico nos dois últimos livros, «Raiva e Orgulho» e «A Força da Razão», tal a raiva e a força da denúncia, mas dificilmente se encontrará alguma falsidade.

A comunicação social dos países democráticos ignora o duelo, às vezes sangrento, que se trava em África entre o Islão e o cristianismo evangelista, apoiados respectivamente pela Arábia Saudita e pelas Igrejas evangelistas e os EUA. O genocídio ruandês de 1994 parece ter sido esquecido bem como as implicações religiosas, nomeadamente católicas, na carnificina.

Os recentes atentados contra os cristãos de Alexandria em breve serão esquecidos como uma das muitas reincidências (52) dos que desejam islamizar o Egipto. A Europa só se assusta quando a ameaça chega às suas cidades e, ainda, com tendência para invocar o multiculturalismo como atenuante das atrocidades de que é vítima. E só se forem cristãs as vítimas, como se a vida de um cristão não valesse o mesmo que a de um muçulmano, ateu, budista ou judeu.

No Iraque, onde a horda de cristãos levou o caos, morrem hoje milhares de xiitas que o ódio sectário dos sunitas se esforça por liquidar na esperança de construírem o Estado islâmico sobre os escombros de um país desfeito. Os cristãos e judeus, cuja existência era garantida pelo estado laico de Saddam, estão a desaparecer, mortos, emigradas ou convertidos à força.

A Europa, dilacerada por guerras religiosas, impôs a laicidade com a repressão política sobre o clero e, através da Paz de Westfália (1648), garantiu a liberdade religiosa. Hoje é incapaz de condenar a ingerência política do Vaticano na luta partidária de numerosos países, as pressões políticas da Igreja ortodoxa, as punições a quem renuncia ao Islão e a proibição muçulmana de outros cultos. Como se o dever de reciprocidade face à Europa laica não devesse ser uma exigência ética em terras de Maomé obrigatório!

O islão radical só aceita uma lei – a sharia. E um método para a impor – a jihad. Só a laicidade pode conter o sectarismo e garantir a diversidade religiosa. O Europa tem de ser firme na sua defesa, dentro das fronteiras, e exigente fora delas.
Pio IX considerava a ICAR incompatível com a liberdade, a democracia e o livre-pensamento. A herança do Iluminismo foi mais forte.
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Ponte Europa / Sorumbático

Comentários

Corão
sura 2:256 : Não há compulsão na fé

ora há algo menos intolerante do que isto

a intolerância não é das ideologias

é das pessoas

tal como a orianna que escrevia cartas a meninos não nascidos

e a líderes kadafianos libertadores
que
não percebeu que o perigo existe em todos os puristas ideológicos quer sejam do islão quer das esquerdas e pseudo-esquerdas
o regresso é das pressões populacionais e dos recursos disponíveis

tal como em 1940

200 milhões de europeus e seus colonos e 170 milhões de Norte-Americanos canadianos inclusos

controlavam 70% dos recursos

ficando 1600 milhões com os restantes

a falta de recursos gera o ódio
contra os bárbaros invasores

e sacrifica-se a Zeus ou a Kali
na esperança que os bons velhos tempos voltem

aquelas idades de ouro em que eramos senhores dos nossos destinos

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