Nada de novo na frente [médio] oriental…


A crise económico-financeira e social que continua a assolar o Mundo tem provocado o "esquecimento" da difícil e arrastada conjuntura do Médio Oriente. Isto é, tem mantido o conflito israelo-palestino em banho-maria.

Ao pretender controlar cerca de 2.5 milhões de palestinos na Cisjordânia, Israel nunca será um País respeitado pelo Mundo. E Israel, ao prosseguir com a expansão dos colonatos em territórios palestinos, não acolhendo a sugestão de congelamento [de implantação de novos colonatos] de Barack Obama, retira aos EUA a possibilidade de contribuir [eficazmente] para a Paz nessa martirizada região.
Netanyahu não aceitou fazê-lo [prolongar a moratória] porque os fundamentalistas judaicos que o sustentam politicamente lhe retirariam o tapete, fazendo cair o Governo. Embrenhado numa perigosa e aventureira luta pela sobrevivência, prisioneiro político do radicalismo judaico, cairá quando menos esperar.
Na verdade, Netanyahu perante a actual coligação governamental israelita não dispõe de condições objectivas internas que lhe permitam negociar com autoridade e, consequentemente, seriedade. Anda a "ganhar" tempo [para os colonos...]

Neste momento, existem mais de 300.000 “colonatos” judaicos na Cisjordânia.
Esta é uma situação que penaliza politicamente Mahmoud Abbas perante o povo palestino. E que faz o Mundo – perante as suas precauções e hesitações – duvidar da sua real força para ser um parceiro para a Paz.

O “nascimento” naquela região – depois de tantos conflitos – de dois Estados, bem como a resolução do estatuto de Jerusalém, está fora das possibilidades dos diversos intervenientes.
Obama está manietado quer pelo lobby judeu americano quer pela situação política interna israelita; Abbas tem uma posição política enfraquecida [não esquecer a pujança do Hammas e a questão da Faixa de Gaza] e está incapacitado de avançar com propostas resolutivas que quebrem o impasse; e, Netanyahu tem [aparentemente] uma importante força política, mas inquinada pela direita fundamentalista e religiosa, que lhe enfraquece a acção em todos os âmbitos.

O conflito israelo-palestino continuará a marcar passo. Tornou-se num hobby para os políticos profissionais. Um aviltante hobby já que – há longos anos - é custeado com [muito] sangue e demasiado sofrimento ...

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