CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA...

A rede hospitalar de Coimbra, tal como existe desde o 25 de Abril, foi objecto de importante intervenção, na proposta de OE para 2011, apresentado pelo Governo. oe/2011/Proposta

Assim:
"No contexto do referido objectivo de ajustamento orçamental muito exigente, considera-se prioritária a redução de estruturas orgânicas na Administração directa e indirecta, a par de uma profunda reorganização e racionalização do Sector Empresarial do Estado.
Este esforço traduz-se numa redução significativa do número de cargos dirigentes, tanto de nível superior, como de nível intermédio, implicando, na sua generalidade, que os serviços e organismos sejam objecto de reestruturação.
As reorganizações de órgãos e serviços serão feitas ao abrigo do actual enquadramento legal, designadamente o Decreto-Lei n.º 200/2006, de 25 de Outubro.
Até ao final do ano de 2010, serão apresentadas as correspondentes alterações aos diplomas orgânicos.
Enunciam-se, assim, algumas das reorganizações a efectuar:
...
"16. São agrupados, no Centro Hospital e Universitário de Coimbra, a Hospitais da Universidade de Coimbra, E.P.E., a Centro Hospitalar de Coimbra, E.P.E., e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra".
[proposta de OE 2011, págs. 58-59]

Uma medida, necessariamente, polémica. A inserir [digerir] numa cidade de província - submetida a um paulatino processo de decadência e espoliação de infra-estruturas - onde se exibem um sem número de alforrias, vaidades e bairrismos... gravitando à volta de um "desenvolvimento" hipertrofiado e anárquico do sector de serviços [na maioria públicos].
Não é conhecido o real alcance - em termos de ganhos na saúde - desta medida "integradora" - que engloba outros hospitais, noutras zonas do País. Desconhece-se se esta "junção" fica pelo âmbito administrativo ou se atingirá os serviços clínicos e unidades de MCDT onde, de futuro, se verificarão, obviamente, duplicações.

Uma situação "nova" que fica a aguardar o futuro quadro normativo e, obrigatoriamente, a audição das estruturas políticas, sociais e educativas [locais e regionais]. Até aqui tudo decorreu do topo para a base. Até aqui só são visíveis motivação orçamentais.
Mas, para já, uma certeza: vai começar uma longa controvérsia. É, não vale a pena ignorar, um questão vital para Coimbra a debater dentro e fora do contexto do OE 2011. Não ficará adstricto à condição de uma medida meramente orçamental. A sua discussão extravasará, necessariamente, para o campo político e social e, particularmente em Coimbra, para o campus universitário.

A contenção da despesa pública, no seio do SNS, que todos desejamos fique imune à degradação da qualidade na prestação dos cuidados de saúde é um exercício muito complexo e, pior, pejado de múltiplos - e por vezes contraditórios - interesses e escolhos.
Salvaguardemos, em primeiro lugar, os interesses dos utentes do SNS. Enquanto, dispomos de um Estado Social, digno desse nome.

Comentários

se não se cortar nos grandes centros

a absorção da saúde chegará a breve trecho a uma percentagem incomportável

esvaziar as camas de doentes crónicos para lares

mortalidade acrescida
de vegetalidades

os hospitais há 20 anos tinham menos recursos e funcionavam
havia mortes suplementares
havia
se deixarem de funcionar e os medicamentos não forem passíveis de ser importados
devem morrer mais

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides