Vinte e sete, noves fora nada...

Para memória futura devemos fixar os nomes dos procuradores Vítor Magalhães e Paes Faria que, após seis anos de investigação, arquivaram o processo Freeport desolados por não terem tido tempo de fazer a uma vítima 27 perguntas que podiam ter feito e que, de modo insólito, preferiram deixar no processo para que Sócrates, que nunca foi acusado, suspeito ou testemunha, pudesse continuar a ser grelhado em julgamento público.

Sabe-se que o processo Freeport começou por uma conspiração contra Sócrates em que participaram Elias Torrão, inspector da PJ, que transmitia documentos aos jornalistas, e Zeferino Boal, militante derrotado do CDS à Câmara de Alcochete.

Até se sabe que os encontros se realizaram na casa de Armando Carneiro, presidente da administração da Euronotícias, proprietária da revista Tempo, que também participou nos encontros com Miguel Almeida, antigo chefe de gabinete de Santana Lopes e deputado do PSD, o jornalista Vítor Norinha e o advogado José Dias, que trabalhou no escritório de Rui Gomes da Silva, ex-ministro-adjunto e ministro dos Assuntos Parlamentares do Governo de Santana Lopes.
Ao que chegou a denúncia anónima combinada, que não era anónima nem apartidária!!!

O descrédito do Estado de direito para que têm contribuído activamente os líderes dos exóticos sindicatos de magistrados, acentua-se perante a impotência da imensa maioria de honrados magistrados incapazes de evitarem os caciques partidários e provocadores políticos que medram no seu seio.

Quando o PGR, em entrevista escrita ao DN, admite, a propósito do processo Freeport, que nunca conheceu um despacho igual, nem tem memória de alguém lho referir, algo de excepcionalmente grave se passa no campo da ética ou da competência profissional.

Não há Estado de direito que resista à impunidade dos que desonram as funções que lhe são confiadas num sector decisivo para a democracia.

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