AMINETU HAIDAR, activista saharaui...


Aminetu Haidar continua, perante a impassibilidade do Mundo, a sua greve de fome numa dependência do aeroporto de Lanzarote.

Reclama o direito de regressar ao seu País. Prerrogativa que lhe é negada pelas autoridades marroquinas já que no formulário de entrada declarou ser saharaui, não reconhecendo – deste modo – a ocupação estrangeira (do reino de Marrocos), condenada explicitamente pela comunidade internacional.

O cinismo desta comunidade internacional é bem visível neste caso. Espanha aceita esta bélica e expansionista posição marroquina porque considera o reino de Mohamed VI, um “tampão” às correntes migratórias oriundas da África sub-sahariana e um cooperante na luta contra o extremismo islâmico.
Outros Países, como os EUA e a França, adoptaram uma atitude do mais sepulcral silêncio e diplomaticamente mantêm-se inactivos, perante esta inqualificável violação dos Direitos Humanos.

As forças políticas espanholas, incluindo o rei Juan Carlos – amigo pessoal de Mohamed VI – não tiveram a coragem de tecer a mais leve crítica a esta barbara atitude das autoridades marroquinas, que ocupam o território saharaui depois de uma acidentada colonização espanhola. Em de 1975, o falecido Hassan II, desencadeou a chamada “marcha verde” ocupando o território. Em Novembro foram assinados os acordos de Madrid que estabeleceram uma administração temporária tripartida – Espanha, Marrocos e Mauritânia.
Este acordo de conveniências levou à constituição da Frente Polisario que desencadeou um conflito com a finalidade de dar uma pátria ao povo saharaui – a República Democrática Árabe Saharaui. - reconhecida por mais de 50 Países.

Entretanto, a Espanha, em Fevereiro de 1976 abandonou a colónia Sahara Ocidental, precipitadamente, sem assegurar a sua administração futura. “Fugiu” da consequente guerra que a Frente Polisário abriu em duas frentes – contra Marrocos e a Mauritânia. Em 1979 a Mauritânia renunciou às suas ambições expansionistas, deixando Marrocos, isolado, no terreno.
Finalmente, Marrocos e a Frente Polisário assinaram um cessar fogo com a garantia da realização de um referendo supervisionado pela ONU que decidiria do futuro da ex-colónia espanhola. Este referendo aguarda a sua realização há 16 anos (!), sob constantes obstáculos e imposições oriundas de Rabat.
Durante este tempo, Marrocos continuou a reforçar a ocupação militar do território saharaui, construiu um muro de 2.700 Km e explora, em proveito próprio, os escassos bens deste recanto desértico – essencialmente – a extracção de fosfatos e a pesca.
Os saharauis foram empurrados para sul, árido e pobre, e sobrevivem aí, criando camelos e cabras. Todavia, mais de 200.000 saharauis vivem em campos de refugiados na Argélia, em condições infra-humanas.

Recentemente o Parlamento Europeu protestou perante a ONU contra a deterioração dos direitos humanos no antigo Sahara Ocidental, mas na prática perante estes graves factos mantém o silêncio.
Em Abril de 2006, a ONU, recordou que nenhum País reconheceu a anexação marroquina. Hoje, mantêm-se uma organização queda e muda.

Aminetu Haidar é uma activista pelos direitos e liberdades deste povo. Luta pela autodeterminação desta antiga colónia espanhola.

O Governo espanhol, perante este impasse, limita-se a manifestar o seu incómodo. Discute se vai inciar, ou não, procedimentos de alimentação forçados.

Perante tamanha hipocrisia e irresponsabilidade da comunidade internacional a activista saharaui afirmou:
“Voltarei ao meu País, viva ou morta !”.

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