Freeport: que las hay, hay.

Ao ler as notícias do caso Freeport, achei muito estranho encontrar lá citado o nome de Frank Carlucci, antigo embaixador dos EUA em Portugal durante o 25 de Abril e o PREC, antigo director-adjunto da CIA, antigo Secretário de Estado da Defesa dos EUA, e presidente do Grupo Carlyle de 1989 a 2005, grande amigalhaço de Donald Rumsfeld. Ora, para quem tem boa memória, esta personalidade esteve associada a alguns casos mal esclarecidos na história portuguesa do PREC e do pós-PREC. Também esteve alegadamente ligado a outros casos mal esclarecidos da guerra fria. Cheirou-me a esturro a sua associação a este caso.

Ora, o referido Grupo Carlyle adquiriu o Freeport de Alcochete e alegadamente terá denunciado irregularidades contabilísticas, entre as quais os foguetes que animam o circo mediático do licenciamento do Freeport.

Ora o que é o grupo Carlyle? Um conglomerado que inclui no seu portfolio várias empresas e franquias industriais e comerciais, meios de comunicação social (nomeadamente o diário francês direitista de larga circulação Le Figaro), institutos de ensino (Wall Street Institute), telecomunicações (a Telefonica espanhola) empresas de armamento e sociedades offshore. As suas instituições estiveram fortemente envolvidos nos fundos subprime (perdas de 16 mil milhões de dólares), e alegadamente incluíam actividades no offshore de Guernsey.

Quem mais está ou esteve por trás deste grupo ou de holdings suas? George Bush pai (1998-2003); George Bush filho (1990-1992); John Major (2002-2005); Thaksin Shinawatra (antigo PM da Tailândia, deposto por alegada corrupção); Fidel Ramos (antigo presidente das Filipinas); Olivier Sarkozy (meio-irmão do Presidente da França), bem como outras altas personalidades do mundo da política e da alta roda dos negócios.

Ora, eu não sou geralmente adepto de teorias da conspiração, mas tanto peso pesado político ou com ligações políticas nesta companhia, para além de alguns ramos de actividade na zona cinzenta, que dá para desconfiar, dá. Principalmente quando o espantalho só é aventado em períodos eleitorais e vendo todo o panteão de personalidades ligadas à direita ultraliberal. Não acredito em bruxas, mas que las hay, hay.

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