Provável equívoco...

Os presidentes dos conselhos executivos de 139 escolas do Norte e do Centro do país vão entregar um manifesto ao Ministério da Educação a pedir a suspensão do actual modelo de avaliação de professores.

A decisão foi tomada num encontro em que chegou a ser equacionada a demissão em bloco de todos os responsáveis.

Comentário: Provavelmente têm razão, mas eu julgava que os conselhos directivos representavam o Ministério junto dos professores e não os professores junto do Ministério.

Comentários

e-pá! disse…
CE:

Não me parece um equívoco mas uma dupla legitimidade.

Os CE´s das Escolas enquanto orgão eleitos pelos seus pares, num ambiente democrático (mesmo reduzido como pode ser uma Escola), representam os seus eleitores.
Não há volta a dar-lhe ou tornamos os actos eleitorais numa fantochada.

Por outro lado, são empossados pelo Ministério da Educação e, nesse acto, comprometem-se a "representar o Ministério da Educação e fazer cumprir as suas determinações".

Todavia, a transmissão ao Ministério da situação das Escolas, seja colectiva, ou individual, não choca com esta "dupla" qualidade que, na realidade, co-existe.

Enfim, são problemas de gestão e autonomia das Escolas que estão por resolver.

De facto, a avaliação tem ocupado demasiado tempo ao Ministério, tem sido objecto de chicana política e parece um problema insolúvel.

O semanário "Expresso", deste fim de semana, elaborou um quadro comparativo entre a avaliação inicialmente proposta pelo ME e a que está, neste momento, em vigor que é um exemplo de contorcionismo pedagógico e de distorção dos parâmetros a avaliar , nomeadamente, no que diz respeito às ilações que se devem tirar desse acto que, neste momento, perdeu todo o significado, para além de um teste prático ao fustigado modelo em vigor.
E-Pá:

Os funcionários públicos (sem perda da legitimidade que lhes assiste em termos sindicais)estão isentos do cumprimento das determinações da tutela?

A tutela não tem direito (seja qual for o Governo) de impor as suas decisões de que responderá perante o eleitorado?

Penso que o Governo teve um enorme desgaste com este processo e não estou certo de que tenha razão, mas não quero acreditar que esteja impedido de cumprir o seu programa porque uma classe profissional não quer.
Se os professores quisessem realmente negociar com o Governo e chegar a uma solução consensual não se fariam representar por um agitador profissional do PC cujo propósito é manifestamente o de que "quanto pior melhor".
e-pá! disse…
Caro ahp:

Não posso subscrever esses qualificativos sobre os dirigentes sindicais, que pessoalmente podem não ser simpáticos, nem agradáveis no modo como argumentam, etc.

Todavia, são professores (não agitadores profissionais!) eleitos pelos seus pares para o exercício de cargos sindicais.
E esse facto, essencial, faz-me guardar o devido respeito (democrático).

Não vieram à ribalta política para destruir o Mundo...
Travam uma luta, não em seu nome mas, no mínimo, ao encontro dos interesses dos seus colegas.

O problema parece centrar-se na sobrevivência ou na utilidade dos sindicatos como estruturas que são, para alguns, um permanente impecilho para o Governo...
Todavia, o movimento sindical é essencial à boa governação.

Mas de facto, o grande problema é a necessidade de termos uma Escola melhor e mais eficiente.
E isso não depende dos sindicatos, mas de todos nós. Aqui e agora.
Melhor, essa luta já devia ter começado no tempo dos nossos antepassados...
É um problema de HOJE, mas já o foi ONTEM!

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