Momento de poesia

DEPOIS DO TEMPO


Há um outro tempo
onde as coisas fluem lentamente
em tempo dinossáurio
petrificado em rugas,
um tempo de insondáveis profundezas
sem princípio nem fim...

Um tempo de nada e de tudo...

Diferente deste tempo
inventado por nós
na escrita da memória
e datado
por séculos, dias e meses
em calendários que o outro tempo envelhece...

Dois tempos paralelos... geminados...

Um, movimenta-se em gigantescos saltos
de anos e milénios,
o outro, segue contínuo,
numa telúrica serenidade infinita,
a imperturbável marcha
sem destino...

Alexandre de Castro

Lisboa, Janeiro de 2001

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides