Liberdade de Betancourt: PCP não surpreende

Mais uma vez o PCP surge isolado na política nacional.
Estou já convencido: O PCP é um caso perdido.
Não conseguem estabelecer contacto com o código linguístico da democracia e da liberdade.

Para o PCP e para os comunistas (não esqueçamos que por detrás das instituições estão pessoas concretas) devemos sempre atacar os EUA, a Europa, Israel e os seus aliados.

Positivas são as intervenções dos governos da China, da Coreia do Norte, de Cuba, da Venezuela, de Angola e, agora já sabemos, a luta "popular e revolucionária" das FARC!

Estou esclarecido!

Comentários

Colombian politician and former presidential candidate Ingrid Betancourt has been rescued from captivity. Israeli military technology assisted the Colombian Army in this heroic and bloodless operation deep in FARC territory, which resulted in the rescue of several hostages . Israel's Channel 10 News reported that retired Israeli generals, officers and intelligence experts helped Colombia plan the rescue.

I wish Israel could conduct such an operation to release Gilad Shalit from captivity in Gaza, without the need to release hundreds of terrorists.
e-pá! disse…
O sequestro de pessoas é um crime bárbaro. Isto é uma questão de principio, incontestável.

Todavia, todos sabemos que Ingrid Betancourt, não é uma cidadã qualquer, nomeadamente na Colombia e, agora, perece que também em França.

Mas isso não é o importante.
Não vamos entrar na interminável discussão do denominados "direito de resistência que é o direito à desobediência civil", que algumas democracias consagram (a portuguesa, p. exº.), embora condicionando o seu exercício a atitudes não violentas, o que é utópico.
Qualquer Poder instituído quando confrontado com a desobediência civil, enceta forma de repressão violwenta, tornado impossível ignorar o instinto de auto-defesa e , logo, uma espiral de violência.
Esta situação torna-se aguda em Países ditatoriais, onde não se respeitam os direitos humanos e entramos naquela figura de "pescadinha de rabo na boca".
Não prtetendo defender a violência, embora ela exista e encontre sempre justificações.
As FARP defendem a sua acção "FARC-EP são um movimento político-militar que têm o justo direito de rebelião contra um Estado que pratica uma democracia de fachada"
E entramos em confronto com diversos conceitos: terrorismo, guerrilha e movimento político-militar (rebelião).
Difícil dirimi-los sem passar por grandes discussões ideológicas.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, considerou "inadmissível que se procure saudar essa libertação [de Ingrid Betancourt] sem condenar o sequestro", assinalando que o voto do PCP "em nenhum momento condena o acto das FARC".
Percebe-se porquê.
Certamente que o PCP subscreveria o voto de saudação pela libertação da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, se o mesmo texto, condenasse o regime criminoso de Alvaro Uribe, onde milhares de sindicalistas e opositores ao actual regime democrático de fachada, desaparecem sem deixar rasto, sem qualquer investigação.
Esta a "pequena" diferença que não o deixa, de facto, ficar "esclarecido" (como supõe que está).

Todos conhecemos a justificação: o combate ao narcotráfico!
Todavia, se o combate ao narcotráfico justifica a violência, qualquer tipo de violência, serve à mesma para as FRAC que fundamentam a sua acção no combate ao terrorismo de Estado que, durante décadas, foi utilizado como método de extermínio contra a oposição ao regime e contra o povo colombiano.

Mas, ontem, eu escrevia que as FRAC são uma organização em decomposição depois da morte do seu líder.
A partir de aqui, as apresentações às autoridades decorrerão em massa. Todos estão cansados de 40 anos de guerra (ou guerrilha) ou de combate à oligarquia colombiana sustentada pelos EUA.
Todas as guerras têm um fim.
Já agora é preciso salientar que as FARC começaram, muito antes de enveredar no narcotráfico (que usaram mais tarde para o seu financiamento), e não, como frequentemente se ouve dizer que são um bando de narcotraficantes. O recurso ao tráfico de drogas foi supletivo à necessidade de financiar a organização. E não ao contrário. Manuel Marulanda não é, nunca foi, Pablo Escobar.
Os sobreviventes deste movimento (deixo a classificação no ar), se as organizações internacionais não estiverem no terreno e atentas, correm terríveis riscos quanto às
suas liberdades e direitos e, diria mesmo, quanto à sua vida.

Esta semana terá começado uma nova "guerra".
Cerca de 3.000 dos integrantes das FARC (neste momento os previsíveis efectivos serão cerca de 9000), são menores.
O que lhes vão fazer?

Podíamos votar “isto” na AR?

Adenda: de acordo com a perspicaz e bem informada prédica de sua Eminência, haverá uma certa urgência e deviamos votar as acções humanitárias antes de Israel invadir o Irão...
De um ponto de vista de esquerda, nada pode justificar:
a)a tomada de reféns
b)o tráfico de droga
c)a utilização de menores em operações armadas.

As FARC não são mais que um bando de facínoras, de quem a esquerda não pode deixar de se desmarcar. A esquerda distingue-se pelos seus princípios, pelos seus fins e pelos seus meios.
O próprio PCP, durante os 48 anos de luta contra o fascismo em que - há que reconhecê-lo - se distinguiu, nunca usou tais métodos, nunca recorreu ao terrorismo, nem nunca os seus militantes andaram sequer armados. Honra lhe seja feita!
Mas o actual PCP, depois de as ditaduras bolchevistas caírem de podres e o Dr. Álvaro Cunhal ter morrido de velho, não passa, parafraseando Fernando Pessoa, de um lagarto a quem cortaram a cabeça "e que é rabo para àquem do lagarto remexidamente."
Hoje o PCP é apenas o rabo dum lagarto que, sem cabeça, continua a remexer-se.
e-pá! disse…
Caro ahp:

Manter uma postura comunista no actual mundo global é difícil.
Muito mais difícil que no tempo de Alvaro Cunhal.
Todavia, os fins nunca justificam os meios. Isso é outra coisa. É um princípio. E o PCP não pode ignorá-lo.
Agora quando O PCP na AR denunciou a intromissão estrangeira, não mentiu; quando afirma que o actual presidente da Columbia é um ditador e um homem sanguinário que tem a suas mão manchadas de sangue de vítimas inocentes, é outra realidade.
De maneira de a par da solidariedade para com Ingrid Betancourt e outros reféns, é necessário ser, também, global, nas denúncias e integral (introduzir todos os dados) nas manifestações de apoio.
Situações como as das FARC, que duram 43 anos, partem de movimentos de contestação campesinos, não acontecem por acaso...

Eu nunca alinharia condenar Himmler pelas suas barbaridades nas SS e deixar de fora Adolf Hitler...

É isto que quis salientar no meu comentário.

E outra coisa. A minha grande preocupação do momento são os menores que à força, ou inconscientemente, se incorporaram nas FARC.
Penso que não os vamos julgar e condenar. Mas precisamos de re-inseri-los na sociedade colombiana com todos os meios disponíveis, inclusivé o recurso a organizações internacionais. Trabalho, que já deveria ter começado.

Mais uma vez - e para que não restem dúvidas - o meu total repúdio pela captura de homens e mulheres tornando-os reféns;
a minha rejeição por métodos ilicitos de financiamento das lutas, como o tráfico de droga;
e, finalmente a minha repugnância pela incorporação na luta armada de menores, dada a sua imputabilidade.

Nestes cruciais momentos para a Colombia são estes últimos - os de menoridade - que me preocupam. As FARC são, no meu entendimento, passado.
Os "putos" que andaram por lá, quero (e devo) considerá-los futuro.
É este contexto que falta em todas as moções.

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