Falta de inteligência e de oportunidade

Quando dezenas de manifestantes, este sábado à tarde, no Largo do Rato, assobiaram Sócrates à entrada para uma reunião interna com professores militantes socialistas, prestaram um serviço ao PS:

1 - Pelo local errado escolhido;

2 - Pelos efeitos contraproducentes nos colegas do PS;

3 - Pelos prejuizos causados à sua imagem junto da opinião pública;

4 - Pela irrelevância de serem apenas algumas dezenas.

Comentários

Vítor Ramalho disse…
Professores socialistas numa reunião com Sócrates?
Diga antes oportunistas à espera de um Job.
Foram muito bem recebidos faço votos que em todo o lado Sócrates tenha uma recepção do género. temos de acabar com este governo de direita.
Anónimo disse…
só falta dizer que foi a CGTP que convocou a manifestação!!!!!
ehehehehehehe

COM ESTE GOVERNO DITADOR
OS SINDICATOS PERDEM A COR


Quem diria heimmmm ahahahahaha
Anónimo disse…
Se há alguém que pode dizer que os professores têm falta de inteligência é o Esperança... sabem porquê???

Foi assim que ele foi ensinado !!!

ahahahahahahahahahahahahahahah
Vítor Ramalho disse…
A FENPROF já se demarcou da manif.
São estes o nossos sindicalistas muito activos mas incapazes de combater o sistema, por isso os trabalhadores portugueses estão tão mal.
Anónimo disse…
Palavras de José Manuel Silva, ex Director Regional de Educação, membro activo do PS/Leiria, autarca Socialista, ex-candidato do PS à Câmara Municipal de Leiria.

Esperança, leia e tenha um pouco de humildade para reconhecer que o governo poderá, REPITO, PODERÁ estar errado, leia:

"O Primeiro Ministro reuniu-se ontem, sábado, com professores do Partido Socialista. O encontro foi preparado tendo sido dito que ele queria "ouvir" a voz de quem está no terreno, e tanto assim era, que estaria sozinho, isto é, sem a presença da equipa do ME.
Desconfiei de tanta fartura. Primeiro, Sócrates tem-se desdobrado em manifestações de apoio à Ministra e às suas políticas. Segundo, a dispensar a presença desta, estar-se-ia perante um acto que inevitavelmente a diminuiria politicamente.
Claro que nada disto aconteceu. Nem a Ministra faltou nem o objectivo era "ouvir". Pelo contrário, tratou-se de dar "recados". Suponho que se tratou de mais um capítulo da chamada do rebanho ao redil quando algumas ovelhas se começam a tresmalhar face ao desnorte dos pastores.
À entrada para a reunião Sócrates foi vaiado por um grupo de professores, o que o deixou muito indignado. Esta vaia deve ser entendida como uma metáfora. De facto, pelo país inteiro ecoa uma enorme vaia à equipa do ME, a que o Primeiro Ministro também já não consegue escapar.
Se alguém no Governo e no partido ainda acredita que seja possível fazer reformas na educação contra os professores e contra as escolas, que se desengane. Estão a semear ventos, mas vão colher tempestades.
Apoiei Sócrates para Secretário Geral, sou militante e autarca do PS e quero que o partido ganhe as eleições em 2009. Mas também sou professor e técnico de educação, com méritos reconhecidos pelo Governo, a convite de quem desempenhei altas funções no ME, que deixei a meu pedido em 2006.
Nestas duas qualidades tenho obrigação de levantar a voz quando os professores são ofendidos e de chamar a atenção para o que, em minha opinião e na opinião de muitos mais, está a ser feito de errado em matéria de reformas educativas, o que prejudica gravemente o PS e diminui substancialmente a sua base de apoio eleitoral.
Se o Primeiro Ministro, o Ministro das Obras Públicas e muitos mais se enganaram em relação à localização do aeroporto e tiveram de dar o dito por não dito, não pensarão que também podem estar errados relativamente a muitas das medidas que contra tudo e todos querem impor às escolas e aos professores? Um pouco de humildade e bom senso não fazem mal a ninguém."

e esta heim ????
Anónimo disse…
Eu pergunto-me se não será antes neste post que há falta de inteligência e de oportunidade.
Em primeiro lugar, as dezenas de pessoas que se manifestaram não são irrelevantes, porque o seu protesto foi espontâneo e não organizado ou convocado por qualquer sindicato ou partido. A relevâcia está, precisamente, nessa espontaneidade, que é uma imagem do estado de espírito actual dos professores, e que foi um sinal de que as coisas estão prestes a rebentar nas escolas. Suspeito que este ano lectivo - talvez por altura dos exames - ainda vá acontecer qualquer coisa de grave. Lembro-me que em 1989 os alunos só entraram na faculdade em Janeiro. Provavelmente o Esperança nessa altura estava solidário com os profs; agora está solidário com os sócretinos.
Em segundo lugar, a imagem dos professores na opinião pública não pode saír mais prejudicada do que já está, pois a campanha feita pelo partido dos sócretinos contra os professores («uma cambada de professorzecos privilegiados que não trabalham») já fez esse serviço. Reconheça-se que nessa matéria este governo é excelente: ao fazer dos professores o bode espiatório do mal do ensino, conseguiu dividir para reinar, e assim pode impôr as suas politicas economicistas e destruidoras da escola pública, porque a opinião pública manipulada aplaude essas medidas «corajosas» e «necessárias» para o bem das escolas. Para o bem das escolas privadas, claro...
Em terceiro lugar, a assobiabela só tem efeitos contraproducentes nos professores que se reuniram com o sócretino, se eles também não passarem de simples sócretinos. Se tiverem dignidade e forem professores conscientes do que este governo está a fazer à escola pública, compreendem facilmente a assobiadela. Porque esta apenas reflecte o estado de espírito de revolta e desânimo que a grande maioria de professores (onde eles supostamente se incluem) está a sentir. Caso não passem de sócretinos então a assobiadela é mais do que merecida, e eles então que se tornem em directores partidarizados das «novas» escolas para depois se vingarem dos colegas.
Finalmente, o lugar foi bem «escolhido». E porquê? Porque não resultou de qualquer escolha: a mobilização espontânea verificou-se por isso mesmo, por ter sido o sócretino quem escolheu e decidiu reunir-se com os seus «camaradas» professores. Como essa reunião não ia passar de mais uma impostura (como as últimas notícias já revelaram, pois o sócretino respondendo a um professor afirmou que não vai alterar nada nas suas políticas e que não governa para corporações mas sim para o bem do país), aquelas dezenas de professores sentiram que tinham de marcar presença para mostrar que nessa reunião não se pretendia dialogar com ninguém, nem ouvir qualquer reclamação. A reunião foi feita para pôr na ordem e controlar eventuais professores socialistas prestes a revoltarem-se. Isto para além da intenção de dar a ideia de que no PS se discute e se ouvem os protestos das bases. Mas só quem ainda não conhece o sócretino e a sua forma autoritária e maquiavélica de fazer política é que acredita nessa mentira e vive iludido. Aliás, o homenzinho com manias de perseguição continua a insistir que quem o anda a vaiar são pessoas doutros partidos (isto é, comunistas que comem criancinhas ao pequeno-almoço). O fim do cavaquismo também começou assim...
Anónimo disse…
APOIADO...NUNCA ESTIVE TÃO DE ACORDO COM UM COMENTÁRIO!!!!

PARABÉNS !!!!
e-pá! disse…
CE:

Deixemos a inteligência de parte porque é um bem que se desenvolve em múltiplas circunstâncias próprias e vivifica em condições pessoais, particulares e especiais.

Mas sobre oportunidade, ou inoportunidade, podemos falar, já que este conceito não pode ser sinónimo de incomodidade.

Assim:

1 - O local sendo público (a rua é isso), não pode, nem deve, inibir qualquer cidadão de manifestar-se, desde que o faça dentro dos preceitos cívicos.
A pior coisa numa manifestação é sempre o grau de convicção racional - a par do nível de indignação política - dos manifestantes.
Manifestar-se por se sentir injustiçado é sempre doloroso, mas também, sempre poderoso;

2- Estas reuniões não são sessões de esclarecimento nem sequer foruns de discussão. Aqui não há infiéis, nem sequre hesitantes. Estão todos convictos.
No futuro, quando chegarem as classificações de rootina dos serviços, vão integrar o reduzido (privilegiado) número de "bons" e "excelentes".
São reuniões para acertar e afinar as "correias de transmissão" do PS para as Escolas. É natural que os professores queiram saber quem são...como são... onde trabalham...
Somos uma sociedade aberta.

3- A opinião pública terá ficado mais sensibilizada com a queda de flair play de Socrates, que mostra impaciência, desgaste e verbe fácil e ligeireza em imputar factos a outros (partidos?, org. sindicais? do que pela insistência dos protestos.
Aliás não foi J Sócrates que classificou manifestações deste tipo como a "festa da democracia"?

4 - o número não faz a relevância. Neste caso mostra que uma eventual convocação por SMS (?) - cada vez mais utilizada em política - foi um acontecimento ad hoc, sem a conotação persecutória que Sócrates tentou imprimir.
As mobilizações instântâneas, desde a rábula de Aznar em Espanha quando do trágico atentado de Atocha, têm um grande inimigo que são as "cascatas de SMS", com um efeito amplificador incontrolável e, o mais inoportuno, com efeito quase instantâneo, na hora.
Por outro lado o número, funciona nos dois sentidos.
Os professores, presentes na reunião, militantes do PS, seriam (numericamente) siginificativos para inverter a contestação, a nível nacional, em quase todas as escolas, do processo de avaliação em curso (para não falar doutros problemas)?

E, finalmemnte, uma pergunta fulcral:
Qual o "crime cívico" de cidadãos, ou grupos de cidadãos, tentarem influenciar (ou "condicionar", termo usado por Sócrates para tentar incorporar coacção) militantes do PS?

Política não é isto ou isso?
Anónimo disse…
mas não é o próprio Sócrates que diz que os assobios, as vaias e os protestos são «a festa da democracia»? De que se queixa, então?
JS
CA disse…
Esta manifestação parece ter tido um efeito que poderá vir a ser positivo: irritou Sócrates a ponto de o tornar ainda mais obstinado e autista em relação à realidade que supostamente governa. Ora pode não faltar muito para se descobrir que o rei vai nú e que estas políticas não servem a ninguém a não ser uma meia dúzia de instalados do PS.
Vítor Ramalho disse…
O novo regime de autonomia, gestão e administração escolar é um dos pontos de discórdia entre os professores e o Ministério da Educação. A proposta do Governo prevê a criação do Conselho Geral, futuro órgão máximo da direcção estratégica da escola, que terá competência para poder escolher e destituir o director do estabelecimento de ensino – que terá de ser professor. A discórdia surge porque o Conselho Geral só poderá ser presidido por um encarregado de educação, elemento da autarquia ou representante da comunidade local.
Esta medida que não visa mais que criar uns jobs for the boys é altamente inconstitucional ( ver art. 13º e 58º da CRP), na medida que impede que um grupo de cidadãos pertencentes a uma determinada profissão possa ascender a um cargo. Não está aqui em causa a escolha do mais capaz que até pode ser um encarregado de educação, ou outro elemento do Conselho Geral o que não aceitamos é que à partida alguém seja impedido de exercer um cargo a que só pode aceder por eleição.
Anónimo disse…
toda a gente comenta sem fazer a mínima ideia do que está em questão na política da escola...
Mas para quem nada tem que fazer... continuem...
CA disse…
"toda a gente comenta sem fazer a mínima ideia do que está em questão na política da escola..."

Mas depois da reacção de Sócrates há algo mais para comentar: um primeiro ministro que é espontaneamente vaiado onde quer que vá e que em vez de tirar daí algumas conclusões políticas apenas mostra que se obstina sem ser capaz de apresentar razões que defendam as suas políticas.

Fica muito mal a um político eleito não ter paciência para ouvir os cidadãos.
Anónimo disse…
Professores socialistas numa reunião com Sócrates?
Diga antes oportunistas à espera de um Job.

Opinião certeira, a de Vitor Ramalho.

A escumalha está sempre esperando benesses...
Anónimo disse…
Não estando a advogar ninguém, porquê o teor do título do post? O que é inteligência e oportunidade, no Portugal 2008? Onde é o "local certo", para que não se produzam "efeitos contraproducentes", não se causem prejuízos á imagem, já para não falar da relatividade da presença humana?.
Anónimo disse…
Os Professores devem ser avaliados.
E nessa avaliação, não é razoavel que todos tenham a expectativa de serem Bons ou Excelentes.
Não é justo, nem razoavel sequer.
Já fui professor,vários anos, portanto sei do que falo, e, mais importante, sei bem como é o estilo corporativo da profissão.

Declaração de interesses: fui professor, comecei por gostar da missão/função, fartei-me (toda a gente sabe como é a "vida vidinha" nas Escolas) achei que ganhava pouco e ... saí do ensino.
NÃO ESTVA SATISFEITO: - Fiz-me à vida.
Farto da escola e das suas "tramas" e "vivências de sala de professores" - às vezes parecia que não vivia no mesmo país..., decidi mudar de ramo.
Aproveitei e minha formação académica e hoje sou empresário.
Sustento o meu emprego e de mais 6 colaboradores. Todos excelentes profissionais.

Enfim, quem não gosta, porque não muda, também, de vida?

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