O Kosovo e a Europa (2)

Depois de dois excelentes textos do meu companheiro de blog, Rui Cascão, aqui e aqui, e do que eu escrevi, vale a pena conhecer a opinião do major-general Raul Cunha, chefe da componente militar da UNMIK - a missão das Nações Unidas no Kosovo. Este general considera que a Independência do Kosovo é "precipitada e artificial".


O Kosovo, onde os maniqueístas só vêem a realidade a branco e preto, ou pautam o seu pensamento pelas posições dos EUA ou pelas contrárias, é uma realidade demasiado complexa e com implicações na doutrina que a Europa terá de definir sobre os limites à legitimidade dos povos à autodeterminação.

O problema do Kosovo é o mais grave e urgente mas as fronteiras nacionais, cada vez menos importantes no processo irreversível de globalização, surgem como preocupação nacionalista capaz de se tornar uma fonte de terrorismo ou detonador de guerras.

Cada vez mais os problemas dos outros são nossos também. Há 33 anos que Portugal não sabe o que são os horrores da guerra. Os que viveram o drama da guerra colonial talvez saibam apreciar o bem precioso que é a paz e, decerto, abominam as guerras que os nacionalismos com a sua carga de racismo e xenofobia estão disponíveis a atear.

Comentários

e-pá! disse…
Finalmente um militar com clarividência, profundo conhecimento das causas (histórico, étnicas e humanitárias) e grande discernimento estratégico, político-militar.
Raramente este conjunto de capacidades estão reunidas no mesmo militar.

Esperemos que, por ter manifestado essas características, não acabe exonerado ou ... transferido em comissão de serviço.

Porque, para mim, este major-general mostrou excepcionais aptidões para o desempenho do actual comando no Kosovo e, diria mesmo, ir mais longe.
Anónimo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides