Duelo ao pôr-do-sol da cimeira ibero-americana

Comentários

Anónimo disse…
Espanha é um País de dualidades:
Amor-Ódio;
Esquerda-Direita;
República-Monarquia,
etc.
Camarelli disse…
Estiveram todos mal, mas pior estão os que insistem em defender o monarca sem reconhecer alguma justiça no incómodo manifestado pelo presidente venezuelano.

- Chávez esteve mal não pelo que o disse mas por poluir o discurso do seu homólogo.

- O rei esteve mal, não só por existir num suposto regime democrático, mas também porque no fundo, não tem razão. Que mande calar quem sujou as mãos de sangue em nome do povo espanhol.

- Zapatero defendeu Aznar por ser seu compatriota, dando prova da irracionalidade do nacionalismo que já aqui apontei diversas vezes. Terá coragem de defender Franco?

Espanha apoiou o golpe contra Chavez? Os factos justificam a suspeita e o silêncio alimenta o mal-estar dos protagonistas deste episódio.
Anónimo disse…
matarbustos:

Aqui desentendemo-nos:

«- Zapatero defendeu Aznar por ser seu compatriota, dando prova da irracionalidade do nacionalismo que já aqui apontei diversas vezes. Terá coragem de defender Franco»?

RE: O ditador Franco derrubou um governo legal, assassinou dezenas de milhares de espanhóis e governou em ditadura.

Aznar foi eleito pelos espanhóis em eleições livres e democráticas.

Zapatero portou-se como grande democrata e notável homem de Estado.

Contra os nacionalismos também eu sou. Mais uma razão para ser contra Hugo Chavez.
Anónimo disse…
mais importante do que ter sido eleito democraticamente (hugo chavez também o foi), aznar foi derrotado democraticamente e aceitou o veredicto, não criou lei had hoc para se perpetuar no poder. aznar até pode ser fascista, mas aceitou as regras do jogo democrático...

hugo chavez será um democrata, ou um revolucionário como gosta de dizer, mas não se adequa à regra democrática... ele cria essa regra, ele é essa regra... eis a essência de todas as ditaduras...

neste caso aplica-se o aforismo: ver o argueiro no olho do outro enão ver a trave no seu.

js
Anónimo disse…
JS:

Creio que não foi para mim a resposta.
Anónimo disse…
Episódio de uma novela, mas esta, com episódio triste.
Desculpem , se calhar a minha falta de sensibilidade/conhecimentos, mas não seria à Presidente do Chile que era a Dirigente da Magna Reunião, se o entendesse, que deveria fazer alguma "observação" ao Presidente Hugo Chávez?.
Não entendo este acesso de "nacionalismo" (!?) do respeitadíssimo D. Juan Carlos de Espanha. Nada disse quando Aznar participou na Cimeira dos Açores , que preparou a invasão do Iraque, e o seu País participou efectivamente na mesma, daí que...
De Hugo Chávez, já se sabe que "ele" é assim mesmo, diz de "sua justiça" seja onde for e a quem for ...
e-pá! disse…
Estas cimeiras Ibero-americanas ainda estão a dar os primeiros passos.

Na sala onde ocorreu o famoso incidente era visível uma certa desorganização, nomeadamente, na condução dos trabalhos.
Daí as sobreposições, as interrupções, os apartes,etc.

Não será de valorizar estas pequenas tricas, estes esgrimir de razões, embora eles possam ser reveladores da personalidade e do carácter das pessoas.

Mais significativo terá sido a realização de uma "contra-cimeira" no seguimento da reunião.

Santiago do Chile não será o mesmo que Davos...

A análise politica da Cimeira não pode passar ao lado deste último facto.
Anónimo disse…
e-pá!
De acordo consigo.
Mas, mesmo tendo havido "contra-cimeira"(Sic - não estou a fazer a apologia, a nenhum canal televisivo), algo não deve ser esquecido que é o facto de Sua Majestade ser a entidade máxima de um País colaboracionista da Invasão do Iraque. Vá lá que o SR. José Luis Zapatero, soube emendar e muito bem a "mão" do Governo de Aznar.
NOTA: SR., referido ao cidadão espanhol José Luis Zapatero, é a prova do muito respeito que tenho pela sua Diplomacia, e a forma de se afirmar Nacional e Internacionalmente.
ana disse…
Não gostei da atitude do rei. Cala-se perante decisões graves, como a invasão do Iraque, e perde as estribeiras por uma ninharia. E também me parece que não era a ele que cabia sanar o incidente. Bem esteve Zapatero. Como quase sempre, aliás.
Anónimo disse…
Nesta circunstância estou 100% de acordo com o Carlos E. Apenas friso isto pois seguramente nao será algo aconteça com frequência e porque aspiro a ter um espaço só para mim (utilizando outros meios) neste blog como o pré-socrático :-)
Camarelli disse…
CE:

Quando se alega em defesa de Chávez que este foi eleito democraticamente (e sempre com maioria expressiva, etc), é costume contrapor com o facto de que tal sucedeu o mesmo a Hitler.

É justa a comparação porque a legitimidade democrática é insuficiente para qualificar a natureza do eleito.

Ora, se é assim com Chávez, deduzo que adequadamente se deve dizer o mesmo de Aznar ou qualquer outro.

A verdade é que chamar fascista a Aznar, o braço direito de Bush na invasão colonial do Iraque, um ser asqueroso que não mostrou até hoje qualquer arrependimento, que mentiu e mente comprovada e descaradamente em múltiplas situações, por tudo o que estamos farto de saber deste personagem, chamar-lhe fascista é colocá-lo no devido lugar, sem o polimento que hoje se dá a ex-ditadores como faziam a Pinochet enquanto foi vivo.

O que me parece a mim é que não só Chávez disse aquilo que a maioria do povo latino americano diria (no mínimo) sobre Aznar, como também poucos o repreenderão naquele continente por ter feito frente ao Rei de Espanha, vestígio do Império que espoliou e escravizou aqueles povos.

Zapatero teria feito melhor se tivesse exigido a Chávez que não interrompesse o discurso, pedido que provavelmente seria acatado, mas preferiu enfrentá-lo e acabou por se enfiar num beco onde não querendo (não podendo) defender o facho Aznar, acabou por ter de defender o compatriota Aznar, argumento débil que o fragilizou perante as críticas que se sucederam de outros líderes em defesa do presidente venezuelano.

A leitura que faço é que a indignação (evitável) de Zapatero despoletou no rei aquela atitude covarde de aproveitar que um está a «dar» para ir por trás, bater e fugir. E ainda lhe gabam a coragem!
Anónimo disse…
matarbustos:

Sobre Aznar estamos de acodo, salvo na legitimidade com que governou e na aceitação das regras democráticas.

Sobre Chavez temos todas as divergências .

Sobre o local, o tom e a linguagem que Chavez usou: tornou-se indigno de frequentar os areópagos internacionais onde a educação é tão apreciada como a preparação política.

Já lá vai o tempo em que Nikita pôs o sapato de cima da mesa.
Anónimo disse…
Matarbustos, sabe que no fascismo nao existem eleiçoes livres?, nao existe liberdade associativa? nem sindical?, sabe que os media sao controlados pelo poder polìtico? e que o poder exerce um controlo apertado aos cidadaos tanto através do aparelho militar como policial? sabe que com o fascismo a independência da justiça é só fachada? Acha que os espanhóis de 1996 a 2004 viveram nestas circunstâncias com Aznar??? provavelmente dirá que sim a esta última pergunta pois seguramente acha que nao ás primeiras questoes porue se assim nao fosse nao banalizaria o termo fascista.
Camarelli disse…
van aerts:

sabe a diferença entre dizer que Aznar é fascista e que Espanha é um regime fascista?

já dizer que chavez é ditador parece permitido.

nem precisa responder...
Anónimo disse…
Matarbustos, no que se concerne a Chavéz seria capaz de apostar que daqui a algum tempo teremos a mesma opiniao sobre ele...
Camarelli disse…
van aerts

Tenho mais reservas em relação a Chávez do que os meus comentários aqui possam dar a entender.

Por exemplo, não concordando em toda a linha com a seu política económica, acho de longe preferível à linha neoliberal da Europa ou dos EUA.

Além disso, é de pasmar que Chávez queira uma reforma que legalize aquilo que tanto condenou na altura do golpe de Estado contra si em 2002: a censura dos media em regime de excepção.

De qualquer modo, a histeria e a raiva dos ataques a Chávez deve-se mais ao medo de que um modelo económico demasiado restritivo em relação à propriedade privada vingue do que ao populismo e autoritarismo, características estas de menor importância em lideres de países submissos às premissas do FMI e do neoliberalismo.

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