Eritreia proíbe mutilação genital feminina

A tradição e a violência são inseparáveis. A crueldade que se perpetua como tradição é a herança cuja origem se perde na noite dos tempos. A mulher é sempre a vítima dilecta e a padecente de qualquer estúpido pecado original que é preciso expiar.

A mutilação genital feminina é a mais atroz e primária das agressões contra os direitos sexuais da mulher e a forma mais boçal de pseudo purificação que resiste ao progresso.

Com a cumplicidade islâmica esta agressão dolorosa é um ritual iniciático que se pratica em numerosos países com a aquiescência das famílias e os gritos abafados das vítimas.

A notícia de hoje, do Público, de que a Eritreia proíbe mutilação genital feminina é uma novidade que agrada aos que lutam pela emancipação da mulher e um avanço legal capaz de ser o princípio do fim de uma ignóbil e violenta tradição que leva a dor e o horror a milhões de meninas.

Comentários

odete pinto disse…
Que excelente notícia, sobretudo se for cumprida, porque é muito difícil mudar costumes, tradições, crenças enraizadas.

Oxalá outros países sigam o exemplo!
Anónimo disse…
Há uns anos atrás, o tema da mutilação genital femenina (MGF) foi objecto de uma excelente reportagem de uma jornalista do Público. Através dela, ficámos a saber que a MGF era praticada em Portugal por algumas famílias muçulmanas oriundas da Guiné.
Não nos parece que uma reportagem consiga desmobilizar aqueles que, por uma tradição enraízada na sua práxis social e tendo como fundo uma convicção religiosa retrógrada, continuam o seu sujo trabalho de privar as jovens mulheres do desevolvimento de uma sexualidade normal.
Ainda não se viu ninguém ser condenado nos tribunais pela prática de um tão bárbaro crime.
ana disse…
Alexandre de Castro,

É verdade, até neste cantinho à beira-mar plantado esta horrorosa tradição é levada a cabo. Muitas vezes as consequências levam as crianças ao hospital e daí ao conhecimento público, mas não se sabe qual é a actuação da Justiça nestes casos. Uma punição exemplar talvez desmotivasse outros seguidores desta bárbara tradição.
Anónimo disse…
Ana:
Obrigado pelo comentário personalizado.
Anónimo disse…
Peço desculpa aos leitores e ao editor do Ponte Europa pelo erro ortográfico cometido no meu primeiro comentário, ao escrever "femenina", em vez de "feminina".

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