Pinochet perdeu a imunidade


O ex-ditador chileno Augusto Pinochet perdeu esta semana o recurso no Supremo Tribunal e enfrenta várias acusações na sequência do desaparecimento de 119 membros de um grupo da oposição durante o seu regime.

De 1973 a 1990, entre o golpe sangrento com que derrubou o Governo legal e o seu afastamento do poder, Pinochet foi responsável pela morte e «desaparecimento» de mais de 3.000 pessoas.

Depois da descoberta de contas secretas nos EUA, com vultuosas quantias obtidas de forma fraudulenta, num valor superior a 24 milhões de euros, o velho déspota conhece o opróbrio e a prisão.

Longe vão os tempos em que ele afirmava que no Chile nem uma folha se mexia sem o seu conhecimento.

Quando João Paulo II visitou o Chile considerou o pio general e a Esposa como um casal católico modelo. Apenas lhe notou a devoção, não lhe perscrutou a crueldade.

Pinochet acaba de perder a imunidade e a impumidade.

Fonte: Diário de Notícias, hoje.

Comentários

Mano 69 disse…
Sim Senhor Carlos Esperança

É o chamado dois em um. Dá porrada (e bem dada no Pinochet) e aproveita o balanço e por tabela arreganha a taxa a João Paulo II.
Anónimo disse…
Carlos Esperança:

Que palavras é que João Paulo II proferiu? Para quem tanto invoca a ética, este é um exercício claro de falta de ética.
Carlos Esperança envio fraternal abraço.
Que as causas como a liberdade e a justiça possam ser renovadas em 2006, nesta sociedade em que os valores se perdem e em que o egoísmo impera.
Abraço
João Heitor
http://suplementodealma.blogspot.com/
Anónimo disse…
Luís Pocinho:

1 - Foi João Paulo II que afirmou: « O casal Pinochet constitui um exemplo de casal católico;

2 - Foi João Paulo II que intercedeu por Pinochet quando da prisão em Inglaterra na sequência do pedido do juiz espanhol Baltasar Garzon;

3 - A Igreja católica no Chile (através da Conferência Episcopal)apoiou o torturador até ao fim e ainda hoje lhe prodigaliza a sua simpatia;

4 - Os padres das forças armadas deixaram envolver-se (ou gostaram) nas torturas aos presos políticos;

5 - A ditadura chilena nunca foi denunciada pelo Vaticano;

6 - Aliás, já o nazismo e o fascismo nunca foram condenados por Pio XII;

7 - No entanto, o comunismo ( e bem) foi excomungasdo;

8 - Pena foi que Pio IX tivesse excomungado a democracia, a liberdade e o livre-pensamento;

9 - Denunciar as cumplicidades não é falta de ética:

10 - É uma obrigação cívica.
Anónimo disse…
Carlos Esperança:

Eu não gosto de Pinochet tanto como o senhor. Não gosto e nunca gostei. E não tenho intenção nenhuma de branquear a História. No entanto, a maior parte do que o senhor diz carece de prova, visto que acusou uma pessoa em concreto, que já morreu e não se pode defender, de ter praticado actos graves.
Nesse sentido, cingindo-me aos pontos da sua autoria, peço-lhe o seguinte:
"1 - Foi João Paulo II que afirmou: « O casal Pinochet constitui um exemplo de casal católico"; Comprove-me, por favor, quando é que João Paulo II disse isso.

"2 - Foi João Paulo II que intercedeu por Pinochet quando da prisão em Inglaterra na sequência do pedido do juiz espanhol Baltasar Garzon"; O que é que João Paulo II disse?

"3 - A Igreja católica no Chile (através da Conferência Episcopal)apoiou o torturador até ao fim e ainda hoje lhe prodigaliza a sua simpatia"; Prove-me, por favor, que a Igreja Católica apoiou a tortura no Chile. E, já agora, pergunto-lhe: sabe quem, no governo, fez a transição democrática no Chile e qual era a sua religião (sem prejuízo, evidentemente, do apoio de muitás outras pessoas)?

"4 - Os padres das forças armadas deixaram envolver-se (ou gostaram) nas torturas aos presos políticos"; É um facto muito grave, que necessita de prova.

"5 - A ditadura chilena nunca foi denunciada pelo Vaticano"; Prende-se com o ponto seguinte.

"6 - Aliás, já o nazismo e o fascismo nunca foram condenados por Pio XII"; O comunismo, o fascismo e o nazismo foram condenados, publicamente, por Pio XI. E Pio XII nunca pôs em causa o magistério de Pio XI. Bem como todos os papas que lhe sucederam. Os arquivos do Vaticano estão abertos à comunidade científica internacional.
Isso não significa que, em nome da religião católica, não tenham sido cometidos crimes. Mas não pediu o papa João Paulo II, publicamente, perdão? Quem mais o fez?

"7 - No entanto, o comunismo ( e bem) foi excomungasdo"; Já resulta da resposta anterior. No entanto, a sua formulação (o que, ainda assim, é pouco importante) está errada.



8 - Pena foi que Pio IX tivesse excomungado a democracia, a liberdade e o livre-pensamento;

9 - Denunciar as cumplicidades não é falta de ética:

10 - É uma obrigação cívica.
Anónimo disse…
Carlos Esperança:

Eu não gosto de Pinochet tanto como o senhor. Não gosto e nunca gostei. E não tenho intenção nenhuma de branquear a História. No entanto, a maior parte do que o senhor diz carece de prova, visto que acusou uma pessoa em concreto, que já morreu e não se pode defender, de ter praticado actos graves.
Nesse sentido, cingindo-me aos pontos da sua autoria, peço-lhe o seguinte:
"1 - Foi João Paulo II que afirmou: « O casal Pinochet constitui um exemplo de casal católico"; Comprove-me, por favor, quando é que João Paulo II disse isso.

"2 - Foi João Paulo II que intercedeu por Pinochet quando da prisão em Inglaterra na sequência do pedido do juiz espanhol Baltasar Garzon"; O que é que João Paulo II disse?

"3 - A Igreja católica no Chile (através da Conferência Episcopal)apoiou o torturador até ao fim e ainda hoje lhe prodigaliza a sua simpatia"; Prove-me, por favor, que a Igreja Católica apoiou a tortura no Chile. E, já agora, pergunto-lhe: sabe quem, no governo, fez a transição democrática no Chile e qual era a sua religião (sem prejuízo, evidentemente, do apoio de muitás outras pessoas)?

"4 - Os padres das forças armadas deixaram envolver-se (ou gostaram) nas torturas aos presos políticos"; É um facto muito grave, que necessita de prova.

"5 - A ditadura chilena nunca foi denunciada pelo Vaticano"; Prende-se com o ponto seguinte.

"6 - Aliás, já o nazismo e o fascismo nunca foram condenados por Pio XII"; O comunismo, o fascismo e o nazismo foram condenados, publicamente, por Pio XI. E Pio XII nunca pôs em causa o magistério de Pio XI. Bem como todos os papas que lhe sucederam. Os arquivos do Vaticano estão abertos à comunidade científica internacional.
Isso não significa que, em nome da religião católica, não tenham sido cometidos crimes. Mas não pediu o papa João Paulo II, publicamente, perdão? Quem mais o fez?

"7 - No entanto, o comunismo ( e bem) foi excomungasdo"; Já resulta da resposta anterior. No entanto, a sua formulação (o que, ainda assim, é pouco importante) está errada.



8 - Pena foi que Pio IX tivesse excomungado a democracia, a liberdade e o livre-pensamento;

9 - Denunciar as cumplicidades não é falta de ética:

10 - É uma obrigação cívica.
Anónimo disse…
Há pessoas que vêem as coisas como elas são e que perguntam a si mesmas: ''Porquê?'' e há pessoas que sonham as coisas como elas jamais foram e que perguntam a si mesmas: ''Por que não?''

Bernard Shaw


Continue sempre no segundo grupo de pessoas. Feliz 2006 para todos e obrigada pelos momentos interessantes que me proporcionaram em 2005!
Anónimo disse…
Carlos Esperança:

Por lapso, não comentei os seguintes pontos:

"9 - Pena foi que Pio IX tivesse excomungado a democracia, a liberdade e o livre-pensamento"; Não excomungou, mas não tratou bem. É verdade.

"9 - Denunciar as cumplicidades não é falta de ética". Pois não, mas não foi isso que eu disse. A falta de ética decorre do facto de não ter feito a prova do que disse.

"10 - É uma obrigação cívica". Concordo consigo: denunciar a prática de crimes é uma obrigação cívica. E estou convencido que, em boa parte, nos entendemos.
Anónimo disse…
1 – Já várias vezes a comunicação social referiu o facto. Vou tentar procurar a fonte.
Também na noite de sexta-feira, em carta ao arcebispo de Santiago, Francisco Javier Errázuriz, o ex-ditador manifestou adesão à chamada Liturgia do Perdão e Purificação da Memória Histórica, celebrada na Catedral Metropolitanam na qual a Igreja Católica pediu perdão aos chilenos pelas violações dos direitos humanos cometidas por católicos durante o regime ditatorial (de 1973 a 1990).
http://www.estadao.com.br/agestado/internacional/2000/nov/25/73.htm


2 - O general Augusto Pinochet, preso no Reino Unido desde outubro de 1998, por solicitação da Espanha, que o quer extraditado para que possa ser julgado por crimes contra a humanidade, volta à cena. Desta vez porque o papa João Paulo II intercede junto ao governo britânico em favor do velho ditador chileno, por razões humanitárias. http://www.sescsp.com.br/sesc/conheca/1999.htm
O Vaticano interveio em favor do general Pinochet, detido em Londres por solicitação da justiça espanhola. Segundo Joaquín Navarro Valls, porta-voz da Santa Sé, a iniciativa diplomática junto ao governo britânico, às vésperas da decisão da Câmara dos Lordes, deu-se "por razões humanitárias".
http://www.chile-esmeralda.com/documents/sangue%20sagrado%201999.htm

3 - http://www.primeiralinha.org/destaques5/woitila.htm
..........
Primeiramente como arcebispo de Santiago, depois também como presidente do episcopado, desenvolve um papel central na acção pacificadora da Igreja no difícil caminho de reconciliação do Chile pós-Pinochet. Ação que, no Ano Santo de 2000, culmina com a cerimónia da “Purificação da Memória”, na qual os bispos do Chile pedem perdão pelos pecados da Igreja Católica em seu país.
http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=1723

4 – De certo modo está respondido em 3.

5 e 6 – Ver «A Igreja católica e o holocausto» - Uma dívida moral
de Daniel Jonah Goldhagen (Editorial Notícias).
E «O Papa de Hitler – a história secreta de Pio XII» de John Cornwell
Ed. Terramar (Arquivos do Século XX)

V/ ainda Mentiras fundamentais da Igreja Católica de Pepe Rodriguez.

Isto não invalida exemplos de coragem e abnegação de muitos católicos em defesa da liberdade.

Mas, habitualmente, as Igrejas (não apenas a católica) não se distinguiram na luta pela liberdade e emancipação dos povos.
Anónimo disse…
Carlos Esperança:

Agradeço-lhe o seu trabalho de pesquisa e resposta, que me merece os seguintes comentários:

1 – Já várias vezes a comunicação social referiu o facto. Vou tentar procurar a fonte.
Também na noite de sexta-feira, em carta ao arcebispo de Santiago, Francisco Javier Errázuriz, o ex-ditador manifestou adesão à chamada Liturgia do Perdão e Purificação da Memória Histórica, celebrada na Catedral Metropolitanam na qual a Igreja Católica pediu perdão aos chilenos pelas violações dos direitos humanos cometidas por católicos durante o regime ditatorial (de 1973 a 1990).
http://www.estadao.com.br/agestado/internacional/2000/nov/25/73.htm

Quanto à prova, fico à espera. Quanto ao resto, nada tem a ver com a questão. Em muitos países que que tiveram ditaduras, iniciaram-se processos de reconciliação. Quanto ao facto de Pinochet pedir a adesão à liturgia do perdão, não me admira. Em POrtugal, foi o próprio Estado que amnistiou os condenados no processo das FP 25 de Abril.

2 - O general Augusto Pinochet, preso no Reino Unido desde outubro de 1998, por solicitação da Espanha, que o quer extraditado para que possa ser julgado por crimes contra a humanidade, volta à cena. Desta vez porque o papa João Paulo II intercede junto ao governo britânico em favor do velho ditador chileno, por razões humanitárias. http://www.sescsp.com.br/sesc/conheca/1999.htm
O Vaticano interveio em favor do general Pinochet, detido em Londres por solicitação da justiça espanhola. Segundo Joaquín Navarro Valls, porta-voz da Santa Sé, a iniciativa diplomática junto ao governo britânico, às vésperas da decisão da Câmara dos Lordes, deu-se "por razões humanitárias".
http://www.chile-esmeralda.com/documents/sangue%20sagrado%201999.htm
A razão da intervenção é clara, mas não fazia parte do seu post inicial: "razões humanitárias", tendo em conta a idade e a saúde de Pinochet. Não era uma tentativa de branqueamento da verdade histórica.

3 -
http://www.primeiralinha.org/destaques5/woitila.htm
..........
Primeiramente como arcebispo de Santiago, depois também como presidente do episcopado, desenvolve um papel central na acção pacificadora da Igreja no difícil caminho de reconciliação do Chile pós-Pinochet. Ação que, no Ano Santo de 2000, culmina com a cerimónia da “Purificação da Memória”, na qual os bispos do Chile pedem perdão pelos pecados da Igreja Católica em seu país.
http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=1723

O senhor disse: "A Igreja católica no Chile (através da Conferência Episcopal)apoiou o torturador até ao fim e ainda hoje lhe prodigaliza a sua simpatia", e eu contestei. Agora, não provou nada do que tinha dito. A notícia para que remete é absolutamente clara.


4 – De certo modo está respondido em 3.

Não, não está. De modo nenhum. O senhor disse, de forma insidiosa: "- Os padres das forças armadas deixaram envolver-se (ou gostaram) nas torturas aos presos políticos"; E não provou.


5 e 6 – Ver «A Igreja católica e o holocausto» - Uma dívida moral
de Daniel Jonah Goldhagen (Editorial Notícias).
E «O Papa de Hitler – a história secreta de Pio XII» de John Cornwell
Ed. Terramar (Arquivos do Século XX)

A literatura que refere não se refere ao ponto 5. Quanto ao ponto 6, o que, no mínimo, tem de reconhecer, é que sobre a acção de Pio XII existem versões opostas. Ora, até há pouco tempo, os arquivos do Vaticano não eram de acesso público. Hoje, são. Sem prejuízo da sua liberdade de crítica, deixe os historiadores fazer o seu trabalho.
Já agora deixo-lhe uma pergunta: por que razão o papa João Paulo II foi autorizado a ir a Israel, em 2000? Que tem isso a ver com Pio XII?


"V/ ainda Mentiras fundamentais da Igreja Católica de Pepe Rodriguez.

Isto não invalida exemplos de coragem e abnegação de muitos católicos em defesa da liberdade.

Mas, habitualmente, as Igrejas (não apenas a católica) não se distinguiram na luta pela liberdade e emancipação dos povos".

Como classifica a acção de João Paulo II nesta matéria? Ou, antes e depois dele, dos missionários católicos em terras de missão? Aconselho-o a ler a revista Além-Mar, editada pelos Missionários Combonianos. Estou convencido (digo-o com sinceridade) que a lerá com gosto. E o que me diz da acção da Comunidade de Santo Egídio, em prol da paz?
E o que me diz da actividade secular das ordens religiosas portuguesas no Oriente?

Se até Mário Soares e a sua pia mulher o reconhecem...
Anónimo disse…
«Como classifica a acção de João Paulo II nesta matéria? Ou, antes e depois dele, dos missionários católicos em terras de missão? Aconselho-o a ler a revista Além-Mar, editada pelos Missionários Combonianos. Estou convencido (digo-o com sinceridade) que a lerá com gosto. E o que me diz da acção da Comunidade de Santo Egídio, em prol da paz?
E o que me diz da actividade secular das ordens religiosas portuguesas no Oriente?»

RE: Antes de ir para o fim de ano ainda queria responder-lhe a esta citação:

Quanto à revista Além-Mar leio-a com gosto e tenho-o feito. Surpreende-me pelo seu equilíbrio político.

Quanto a João Paulo II tenho a pior das impressões. No meu ponto de vista fez regredir os esforços do Vaticano II que o actual Papa agrava.

Nunca se pronunciou contra os regimes fascistas e apenas contra os comunistas. Nem contra o islamismo e as suas condenações à morte por apostasia. Mas contra o comunismo fê-lo pelo que tinha igual obrigação para com os outros regims totalitários.

Quanto à comunidade de Santo Egídio, se a memória me não trai, Bento 16 resolveu metê-la na ordem, ou seja, retirou-lhe a independência e trava-lhe o espírito ecuménico que a anima.

Desejo-lhe sinceramente um bom 2006.
Anónimo disse…
Carlos Esperança:

O senhor é um homem inteligente e sabe que não há no mundo inteiro nenhuma instituição que faça pelos pobres e oprimidos o que faz a Igreja Católica. Casa de mulheres e homens cheios de defeitos e que, tantas vezes, traem o seu Deus, mas que, ao mesmo tempo, proclamam um mundo novo. Quantos e quantas deram a sua vida pelos seus irmãos, durante este ano, às mãos de ditadores!
Um bom ano também para si e para a sua família e amigos!
Anónimo disse…
O Pinochet perdeu a imunidade e o Paulo Láparo também está próximo de a perder. Para esta terra ficar limpa é necessário conhecer a proveniência do que cada um tem. Vamos lá a saber onde o Paulinho arranjou o património que hoje tem. Vamos lá saber em que medida é que o Zé Turista e o Encarnaçãozito contribuiram para o enriquecimento do menino. A Figueira exige saber também como é que o Miga Charuto enriqueceu.A Figueira quer conhecer os dossiers em que estes biltres estiveram metidos. Toni ou é agora ou nunca.

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