As dívidas fiscais dos clubes de futebol

O infame boato posto a correr sobre a capacidade e isenção de Bagão Félix foi sofrendo sucessivos desmentidos e pondo em causa a central de intoxicação que transformava o exaltado reaccionário num homem de Estado e competente ministro.

Santana Lopes assume o ónus da incompetência e a responsabilidade pelas trapalhadas a que a sua impreparação seu azo. No entanto, era visível, para além do mérito próprio, a preciosa ajuda no descalabro de ministros cuja inaptidão para as pastas era notório.

O adiamento para 2010 do acerto das dívidas dos clubes pelo Governo de Santana foi validado pela equipa de Bagão Félix – segundo informa hoje o «Público».

Que a decisão tenha sido tomada uma semana antes da posse do actual Governo não tolheu a equipa do ministro, que sempre se importou mais com o destino dos embriões do que com o emprego dos trabalhadores, que deu mais importância à substituição dos quadros do ministério por gente de confiança do que à política de emprego e segurança social, que se preocupou mais com o nome do «Rendimento Mínimo Garantido» do que com a sorte dos desempregados. Isto foi assim no Ministério do Trabalho e Segurança Social onde, de uma vez só, demitiu por fax todos os dezoito directores e igual número de subdirectores da Segurança Social para os substituir por gente da sua confiança.

Como titular do ministério das Finanças, para além do que já se sabe sobre o desastre da sua governação, fica na memória a sinecura que arranjou na CGD para Celeste Cardona cuja qualificação a recomendava para o cargo tanto como para ministra da Justiça.

Agora, a libertação dos clubes da cobrança de dívidas até 2010, a data da deliberação e as circunstancias que precederam a decisão, com pareceres contraditórios, mostram a confusão que grassava no ministério das Finanças e indiciam uma conduta venal onde a ética e a ponderação estiveram arredadas.

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