O 1.º de Dezembro e a identidade nacional

A História é aquilo que os factos documentam, e não vale a pena distorcê-los. Portugal poderia ser a região de um país ibérico cuja capital seria Lisboa, Barcelona ou Madrid. Mas não é.

Filipe II (I de Portugal), era neto de D. Manuel I, o que lhe valeu o reconhecimento de direitos dinásticos nas cortes de Tomar, em 1581. Foi um dos melhores reis de Portugal, como o foi do seu vasto império. Era culto, humanista e falava português, língua em que se correspondia com as suas filhas. Mas a História é o que é.

Em 1640 os Quarenta Conjurados ou Quarenta Aclamadores, por estarem envolvidos 40 brasões, depois do golpe de Estado bem-sucedido, restauraram a independência do reino que entregaram à família de Bragança, menos recomendável do que a filipina. Mas foi o que sucedeu.

Após 1640, a identidade de Portugal forjou-se na Guerra da Restauração entre os reinos de Portugal e Espanha, com exceção da Catalunha, até ao Tratado de Lisboa, em 1668, e a aversão anti-castelhana ficou viva e foi excitada, inclusive pela ditadura fascista.

Sendo a História o que é, o 1.º de Dezembro foi o dia da Restauração da Independência de Portugal, uma data identitária como o 5 de Outubro e o 25 de Abril. Não foi por acaso que uma das primeiras decisões da República Portuguesa, em 1910, foi passá-lo a feriado nacional como medida popular e patriótica.

As escolas de Boliqueime e Massamá, por ignorância ou insensibilidade, desprezaram uma data marcante da identidade de Portugal, mas não podia um governo republicano e democrático, presidido por António Costa, deixar de reparar a ignara ofensa.

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